Redes Sociais

Política

CPI que apura desvio de combustíveis em Rio Preto solicita mais prazo

Investigações apuram venda e uso de combustíveis por terceiros durante governo Valdomiro Lopes

Publicado há

em

Vereadores membros da CPI dos Combustíveis que investiga indícios de desvios de gasolina e óleo diesel da Garagem Municipal, durante o governo do ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB) querem mais tempo para continuar as apurações. O presidente da comissão, vereador Pedro Roberto Gomes (Patriota) protocolou requerimento nesta segunda-feira, dia 3, para que o prazo seja estendido por mais 120 dias. O documento será votado na sessão desta terça-feira, dia 4, na Câmara Municipal. Caso receba nove votos as investigações prosseguirão. O prazo inicial termina no próximo dia 26.

As investigações por parte da CPI que além do vereador Pedro Roberto, conta com Anderson Branco (PR), relator e Renato Pupo (PSD), como membro, ouviu na semana passada o depoimento de Joel Ferreira.  Ele que é porteiro de um condomínio de Rio Preto afirmou anteriormente ao vereador Pedro Roberto saber da existência de esquema de venda de combustível da Prefeitura. No entanto, ao ser confrontado oficialmente pelos vereadores da CPI,  negou que tenha conhecimento sobre a questão do combustível e disse não se lembrar do assunto. Pedro pediu abertura de inquérito policial para investigação sobre falso testemunho.

Revelações graves

A CPI vem colhendo depoimentos desde o início do ano. Já foram 10 no total.  O vereador Marco Rillo (PT) prestou depoimento ao grupo no início do mês. Ele foi o autor, no fim do ano passado, de requerimento que pediu a abertura da CPI. O petista acabou de fora da comissão após sorteio que definiu os membros.

Em seu depoimento Rillo voltou a apresentar relatórios com dados de consumo exagerado por parte de funcionários da Secretaria de Serviços Gerais, responsáveis pela Garagem Municipal.

De acordo com Rillo, parte da gasolina e óleo diesel que deveriam abastecer o maquinário da Prefeitura, como máquinas de roçar grama e cortadeiras de asfalto; por exemplo, acabou servindo para abastecer, provavelmente, os veículos de funcionários. Este combustível não é destinado ao abastecimento da frota oficial de veículos.

“A gasolina é tirada da bomba que a Prefeitura mantém e vai direto para vasilhames e colocados em recipientes. Não existe um tanque de gasolina como o dos postos que serve em automóveis”, explica. Para o petista, o que chama a atenção é o alto volume de combustíveis, no período entre 2013 a 2016, durante o governo do ex-prefeito. “Não tem controle do consumo interno”, diz.

A CPI já ouviu dez testemunhas ligadas a pasta de Serviços Gerais e que tinham contato direto com o setor de abastecimento e distribuição de combustíveis. O depoimento que mais chamou a atenção da comissão foi o de Ricardo Racanicchi, servidor público municipal há 22 anos, que em 2014 atuou na Garagem Municipal, exercendo função de controle dos veículos.

Consta em ata do depoimento dele que “os motoristas tinham autonomia para fazerem o abastecimento direto na Garagem Municipal, sem necessidade de requisição, e depois apresentavam a ele um ticket do abastecimento com a quantidade de litros abastecidos no veículo”. Ainda segundo o servidor não havia “um limite de abastecimento, podendo chegar a mais de um tanque por dia”, afirmou.

No entanto, a revelação mais grave no depoimento foi o fato de que em 2014 houve um consumo acima da média quando comparado aos anos anteriores. “De um consumo de 3 ou 4 litros de óleo diesel usados ao final do dia para a limpeza das máquinas, e que chegava a 15 litros por semana, subiu consideravelmente chegando a 200 litros em uma semana para o mesmo serviço de limpeza de máquinas, sem que houvesse alteração na quantidade de máquinas”, diz o servidor.

Ainda segundo ele, depois da descoberta do uso “excessivo” decidiu-se “misturar detergente no óleo diesel como forma de diminuir o consumo”. O presidente da CPI, vereador Pedro Roberto Gomes (Patriota) afirma que existem fortes indícios de desvios por parte de funcionários no período. “Tem um indício muito forte de venda de combustível, não sabemos a quantidade. Neste contexto surgiu uma denúncia de um funcionário que estaria usando o carro para ir pra sua casa, nos finais de semana, a gente vai analisar o consumo deste veículo que ele utilizava. E vamos nos aprofundar um pouco mais e depois ouvir estas pessoas que estão sendo acusadas”, explicou Pedro.

AS MAIS LIDAS