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Apenas nove dos 17 vereadores falaram do caso Anderson Branco; cinco condenaram

Gazeta de Rio Preto ouviu os vereadores da Câmara sobre mais uma manifestação homofóbica do vereador do PL nas redes sociais; confira

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Dez vereadores da Câmara de Rio Preto não se pronunciaram sobre o post homofóbico do vereador do PL; entre os ouvidos, quatro optaram por decidir votar a favor ou contra a moção na hora da votação. Rillo (Psol) e Fábio Marcondes (PL), licenciados, foram procurados. Rillo votaria a favor da moção. Marcondes não retornou.

“Não se trata de concordar ou não, homofobia é crime. Sou favorável à moção. A Câmara precisa se posicionar sobre o assunto”, disse Rillo.

Apenas sete vereadores expressaram o que pensam da publicação de Anderson Branco, PL, no Facebook. O post, na qual uma mão branca segura uma mão parecida com a de um demônio, negra e vestida com a camisa com as cores LGBTQIA+, foi considerado homofóbico e preconceituoso e provocou uma enxurrada de críticas da sociedade civil. Com a imagem, a frase “Na minha família NÃO” também gerou indignação.

A Câmara recebeu denúncias anônimas através da Ouvidoria e representação protocolada por partido e entidades. As respostas são, a grosso modo, de condenação. No entanto, mesmo os vereadores que se pronunciaram, não foram unânimes.

O autor da representação contra Branco, no Conselho de Ética, Renato Pupo, PSDB, disse que “é contra a publicação homofóbica. “Sou contra todo tipo de preconceito. Esse caso é mais grave. É crime. Por isso, fiz uma moção de repúdio e fiz uma relação dele (por ele) ser presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara.

Robson Ricci, Republicanos, informou que “embora o que ele tenha postado seja pessoal, a postagem foi desnecessária. E sobre o meu voto (na moção de repúdio), se sou contra ou a favor, gostaria de dar o meu voto apenas na sessão”, diz.

Jorge Menezes, PSD, foi taxativo: contra a publicação. A nossa realidade é completamente diferente. Sou a favor a moção (de repúdio). O momento que estamos vivendo aí temos que entender que cada um tem que escolher e ser o que quer ser”, garante.

O presidente da Câmara, Pedro Roberto, não vota. Só em caso de empate. Ele informa “que discorda da postagem e que, se votasse, seria a favor da moção de repúdio”.

O vereador Jean Charles Serbeto, MDB, disse que “desde o início do meu mandato eu sei que não cabe a mim dar opiniões sobre o comportamento de outros vereadores. Então, não tenho nada para falar sobre isso. Somente o autor. O que ele fez e o que ele imaginava”. Jean disse ainda que “sobre a moção, não sei, não tenho conhecimento da moção. Preciso lera moção e depois eu vou analisar o voto que eu vou dar”, relata.

O representante do DEM, Francisco Ruel Júnior, disse que votará a favorável “a moção de repúdio”. Vai além: me posiciono contra qualquer tipo de ação e atitudes que desrespeitem o próximo, ferindo as religiões, raça, etnia, orientação sexual ou identidade de gênero. Acredito sim, na liberdade de expressão, mas de forma que não promova violência, o ódio e a ofensa. Precisamos trabalhar a inclusão social de todos os grupos e indivíduos, e não o oposto.

O tucano Bruno Moura revelou que vai usar a declaração de voto na próxima sessão para se posicionar a respeito do post do vereador Anderson Branco e também a respeito da moção do Renato Pupo”. Eles são do mesmo partido, mas, muitas vezes, votam de forma diferente.

Em relação ao post, Paulo Pauléra, PP, diz ser “totalmente contra homofobia. Preconceito. Vivemos num país democrático onde as pessoas podem escolher o seu caminho. Não aprovo nenhum tipo de preconceito”. Sobre a moção, o voto do vereador é desconhecido, embora ele afirma que vai ser contra ou a favor, sem fugir da discussão.

Diz, no entanto, sobre a moção: “entre nós, esse tipo de coisa não deveria existir, caso contrário isso aqui vai virar uma guerra desnecessária. Acho que tem que ir para o Judiciário, para fazer a interpretação do que aconteceu. Deixa os seus colegas em situação delicada. Se vota contra, vai falar que você está apoiando o ato discriminatório do vereador Branco, se essa for a interpretação. Se vota a favor, você vai estar condenando um companheiro aqui. Eu acho desnecessário entre nós. Fica numa situação constrangedora isso aqui”. Não tenho uma posição definida (voto da moção). Eu vou aguardar para ver como vai ficar aqui. Eu não fujo das minhas responsabilidades. Ou eu sou contra ou a favor. Vamos aguardar. Pauléra espera que Pupo retire a proposta de moção.

O professor Elso Drigo, Psol, disse ser “terminantemente contra esse tipo de atitude”. Para ele, “é incrível que com tantos problemas no município, um vereador trata de um tema que deveria há muito estar superado. Ele anunciou que, embora não conheça o texto, aprova a moção de repúdio. 

Os vereadores Celso Luiz Oliveira, o Peixão, MDB, Cláudia De Giulli, MDB, Júlio Donizete, PSD, Karina Caroline, Republicanos, e Odélo Chaves, PP, não se manifestaram. Todos eles foram procurados pelo Gazeta.

Votam a favor da moção

Renato Pupo – PSDB

Jorge Menezes – PSD

Pedro Roberto – Patriota

Francisco Ruel Júnior – DEM

Não revelaram

Robson Ricci – Republicanos

Jean Charles Serbeto – MDB

Paulo Pauléra – PP

Bruno Moura – PSDB

Não responderam

Karina Caroline – Republicanos

Celso Luiz Peixão – MDB

Odélio Chaves – PP

Rossini Diniz – PL

Bruno Marinho – Patriota

Cláudia De Giulli – MDB

Cabo Júlio Donizete – PSD

 

Colaborou Karol Granchi. 

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