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Estado afirma que está em tratativas para abertura de novos leitos em Rio Preto

Vereadores e autoridades se reuniram na manhã desta quarta (6) para discutir problemas

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O Departamento Regional de Saúde (DRS) informou que mantém tratativas com Rio Preto para abertura de novos leitos nos Hospitais de Base e João Paulo II. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde.

Por meio de nota, a pasta informou que “a ativação de novos leitos não é prerrogativa exclusiva do Estado, mas também da União e das Prefeituras”.

Na manhã desta quarta-feira (6), vereadores se reuniram com o assessor especial da Secretaria Municipal de Saúde, André Baitello, para pedir esclarecimentos sobre a falta de médicos pediatras e a demora de atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Representantes da Santa Casa, do Hospital de Base e do Ministério Público foram convocados. Os dois últimos não enviaram representantes.

Na reunião, Baitello afirmou que o problema da superlotação é uma consequência do sistema CROSS (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) administrado pelo governo do Estado.

“O que ficou acertado recentemente com o sistema Cross (que faz a distribuição, regulação e controle de recursos na Saúde no Estado) é que o paciente traumatizado grave, infartado, com AVC, entubado na rua pelo atendimento de emergência, esses vão direto para o hospital. O paciente que está muito grave que deu entrada na UPA e conseguimos atender fica na unidade até encontrarmos vaga no hospital”, afirma Baitello.

No último fim de semana, os parlamentares fizeram uma “blitz” na UPA Jaguaré. Na ocasião, o vereador Bruno Moura (PSDB) chegou a invadir a UTI. No local, mães e usuários do SUS fizeram uma manifestação.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o CROSS é um serviço intermediário que monitora os pacientes dos 645 municípios paulistas, mas que não cria leitos.

Santa Casa

Respondendo pela Santa Casa de Rio Preto, Valdir Roberto Furlan, assegurou que o aumento de demanda não é acompanhado por incrementos de recursos, o que dificulta o trabalho das instituições de saúde.

“Temos recursos escassos para necessidades ilimitadas. No ano passado, tivemos um crescimento de 18,2% nos custos e estamos projetando 20% para este ano e nossa tabela do SUS está congelada há 20 anos. Vemos há anos o crescimento de demanda e não há perspectivas de melhora se não houver aumento no repasse”.

Falta de pediatras

Em relação à reclamação de mães sobre a falta de pediatras e atrasos em atendimento pediátrico na rede municipal, o gerente técnico da urgência e emergência pediátrica do município, Antônio Edir Guizilini, afirmou que deve-se ao aumento de demanda infantil pós pandemia.

“As crianças ficaram em casa desde 2020. Quando elas retomam o convívio social, as mais velhas começam a apresentar doenças que deveriam ter quando menores. Somam-se os casos. Antes da pandemia, atendíamos na rede de 250 a 280 crianças por dia. Durante, eram 120 atendimentos/dia. Atualmente, apenas em uma UPA, são até 300 crianças por dia. É assustador, temos um aumento de 30% a 40%”.

AME – Hospital Estadual João Paulo II

José Geraldo de Camargo, representante do AME/Hospital Estadual João Paulo II, falou sobre a possibilidade de uso da estrutura desses serviços para ampliar o atendimento à população rio-pretense. A proposta seria responder às demandas da Prefeitura no período noturno, uma vez que o hospital estadual funciona das 7 às 19 horas. “Das 19 horas até as 7 horas há um hospital à disposição, com 10 leitos de UTI, seis salas de cirurgias.”

Mas o uso do hospital precisa ser autorizado pelo Estado. “Poderia ser um contrato firmado a longo prazo ou um contrato de emergência, para um determinado período, até que o hospital da região norte esteja pronto”, explicou Pereira.

Pereira também falou da importância da conscientização da população. Muitos pacientes agendam os procedimentos e não comparecem. “Para ressonância magnética, há 15% de absenteísmo. Cirurgias eletivas no João Paulo II chegam a 30% de absenteísmo.”

A Comissão de Saúde da Câmara deve realizar, em breve, novas reuniões para continuar debatendo as reclamações dos munícipes. Representantes do Hospital de Base e do Departamento Regional de Saúde – que não compareceram à reunião desta quarta-feira – serão novamente chamados.

Resposta do Governo do Estado de SP

 “O Departamento Regional de Saúde (DRS) informa que mantém tratativas com o município de São José do Rio Preto para abertura de novos leitos nos Hospitais de Base e João Paulo II. A ativação de novos leitos não é prerrogativa exclusiva do Estado, mas também da União e das Prefeituras. Importante ressaltar que a Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross) é um serviço intermediário que monitora pacientes de todos os 645 municípios com a finalidade de auxiliar na transferência entre os serviços de origem e de referência. O papel da Cross, que funciona 24 horas por dia, não é criar leitos, mas auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo e apto a cuidar do caso. A transferência de um paciente não depende exclusivamente de disponibilidade de vagas, mas também de quadro clínico estável – livre de infecções, que permita o deslocamento a outro serviço de saúde para sua própria segurança. Vale esclarecer que a demanda de transferências é descentralizada na rede, uma vez que há regulações municipais ou regionais, com os respectivos serviços de referência para sua área de abrangência.

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