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Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 4 de novembro

Jornalista Bia Menegildo traz as principais notícias da política regional

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O DONO DA BOLA

Apesar do atual presidente manter uma postura relativamente calma e aparentemente democrática, o fã clube estava com os nervos à flor da pele. As movimentações de lideranças da direita mais radical aqui do interior foram tão rápidas que não tiveram tempo de come- morar a vitória de Tarcísio. Aliás, ignoraram o resultado. Depois da noite de ressaca moral, no domingo (30), os arruaceiros de plantão decidiram protestar. Tentaram parar a BR-153. Conseguiram por alguns momentos, mas o bom senso do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, falou mais alto. A Polícia Rodoviária Federal teve que garantir a abertura das vias, sob pena de prisão do Diretor Geral da corporação por desobediência.

RESQUÍCIOS

Mesmo com a situação aparentemente controlada e a garantia do direito constitucional de lo- comoção e circulação garantido, precisou do presidente derrotado ir às redes sociais acalmar os ânimos dos mais exaltados. A verdade é que Bolsonaro precisa entregar um país funcionando bem nas mãos dos petistas. Caso contrário, terá que sair do Palácio do Planalto pela porta dos fundos. Porém, os mais radicais ainda não arregaram e continuam atrapalhando a retomada da economia. Empresários da região já reclamam de desabastecimento.

“UM MINUTO PARA O FIM DO MUNDO”

Às vésperas do segundo turno das eleições, o clima entre os apoiadores de esquerda e direita era bem diferente. Enquanto aqueles que defenderam a dobradinha que posou de conservadora durante a campanha, Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (Republicanos), estavam confiantes na vitória, os apoiadores do PT tinham plena convicção de que Fernando Haddad (PT) não ganharia a disputa. Apesar dos mais radicais torce- dores, os petistas sabiam que seria difícil e, alguns, já admitiam a derrota.

O SILÊNCIO

Terminada a apuração das urnas, eleitos pela região usaram as redes sociais para parabenizar os vencedores. Deputado federal reeleito em Rio Preto, Luiz Carlos Motta (PL) parabenizou Tarcísio de Freitas, eleito como governador, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente. Na mesma linha e no mesmo tom, o deputado estadual Itamar Borges (MDB) também registrou as congratulações e até posou para foto ao lado do novo governador. O único a ignorar o resultado das urnas foi Valdomiro Lopes (PSB). O ex-prefeito de Rio Preto optou pelo silêncio.

NA REGIÃO

Fausto Pinato (Progressistas), reeleito deputado federal pela região, também parabenizou os vencedores. O mesmo foi feito por Carlão Pignatari (PSDB). Ambos ciaram os nomes de Tarcísio e de Lula. Já a deputada Beth Sahão (PT) comemorou muito a vitória e o retorno dos petistas ao Palácio do Planalto, mas ignorou completamente a eleição ao governo do Estado. Analice Fernandes (PSDB) apoiou Tarcísio de Freitas no segundo turno. No entanto, fez apenas uma declaração genérica de congratulações, sem usar nomes.

POLARIZOU

Conforme esperado por muitos, o resultado das urnas não trouxe novidades em relação ao primeiro turno. Lula foi eleito com a maioria dos votos e Bolsonaro, apesar da alavancada tardia, chegou bem próximo do petista. Haddad manteve-se atrás do adversário. Enquanto as urnas de São Paulo agradaram os mais extremistas, o fim da apuração para presidente frustrou os mais radicais. Lula nem tinha sido declarado oficialmente vencedor e já havia pedido de intervenção federal pelas redes sociais.

NO PODER

Enquanto os mais radicalistas gritavam, aqueles que estão no poder mantive- ram um discurso mais ameno. A previsão de uma sessão tensa na Câmara de Rio Preto não se cumpriu. João Paulo Rillo (PSOL) até chegou bem munido para as tretas, mas não teve com quem discutir. O Dom Quixote do Legislativo deu um tom de atirador durante entrevista à TV Câmara, antes do início da sessão. Porém, diante do silêncio dos bolsonaristas da casa, como Jean Charles (MDB), Odélio Chaves (Progressistas) e Cabo Júlio Donizete (PSD), Rillo desarmou-se e seguiu uma linha de discurso mais ‘paz e amor’.

CAMPEÃO, PERO NO MUCHO

O único que defendeu Bolsonaro, e não podia ser diferente, foi Anderson Branco (PL). O vereador que já foi chamado de “Branconaro” nunca escondeu a simpatia que tem pelo presidente e, por diversas vezes, fez defesas algaraviadas do chefe do Executivo. O parlamentar citou a Bíblia ao defender o silêncio do derrotado e pediu respeito à família e ao casamento de Bolsonaro. Por fim, afirmou que as manifestações que travaram as rodovias em todo o país eram democráticas e defendeu a democracia.

ISENTÕES

Paulo Pauléra (Progressistas), Pedro Roberto (Patriota), Renato Pupo (PSDB) e Bruno Moura (Patriota) optaram por um discurso sem radicalismos. Pauléra falou em “vida nova”, desejou sucesso aos eleitos e logo mudou de assunto. Mesma linha foi adotada por Pupo. Depois de desejar boa sorte, resolveu falar sobre educação e cutucou o ex-tucano Bruno Moura. Pedro Roberto falou em retorno à normalidade e sobre o “nosso governador Tarcísio”, além de enaltecer a participação de Eleuses Paiva no processo. O ex-vice-prefeito foi um dos responsáveis pela parte de saúde no plano de governo do republicano. Já Moura nem falou em eleições e apenas agradeceu todos os vereadores por uma obra no São Deocleciano, realizada pela Prefeitura. Anderson Branco (PL) defendeu o casamento de Jair Bolsonaro na tribuna depois de parabenizar os vencedores das eleições

PACOTÃO DAS MALDADES

Depois do projeto que cria a Emenda Impositiva, apresentado por Bruno Moura, agora chegou o projeto que aumenta a quantidade de vereadores na Câmara, protocolado por Branco. As propostas já eram esperadas, mas ainda falta uma: o aumento dos salários dos vereadores. Tida como a mais impopular entre todas, o objetivo de alguns parlamentares é saírem do atual salário, que hoje está em tor- no de R$ 6 mil, para chegar a R$ 15 mil, ou seja, 60% do que ganha um deputado estadual. Enquanto a população faz barulho com o resultado das urnas e a Copa do Mundo, as coisas podem fluir com menos polêmica no Legislativo da cidade.

DISCUSSÕES

A maioria dos vereadores conta com a aprovação da emenda impositiva já para o ano que vem. A proposta foi aprovada em relação à legalidade e deve voltar ao plenário em 10 dias. Há consenso em aceitar e, inclusive, emendas na Lei Orçamentária Anual para 2023 já mostram que os parlamentares estão usando da prerrogativa. Em relação ao aumento de vereadores, a coisa está mais nebulosa e não há pressa porque a medida só passaria a valer a partir de 2025. A proposta acabou de entrar e Pedro Roberto, na condição de presidente, já adiantou que pretende discutir. Com isso, o próximo presidente pode começar o mandato com a pecha de impopular.

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