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“Não tem nenhuma chance de Lula implantar o socialismo no Brasil”, defende historiador

Marcelo Maia falou sobre a “ameaça comunista” colocada pelos bolsonaristas depois de Lula ganhou as eleições

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O discurso comum usado pela chamada direita conservadora durante o processo eleitoral, a tal da “ameaça comunista”, é vista como algo inviável no país por especialistas. A temática que tem se repetido ao longo dos anos no Brasil foi uma das bandeiras dos apoiadores do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) que enfrentou e perdeu nas urnas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para o professor de história Marcelo Maia, a instauração do sistema é algo impossível diante do cenário político mundial. “Começando pelo ‘Manifesto Comunista’, Karl Marx já cita que vários partidos da Europa sofreram a pecha de ser comunista. Então, interessante que o pessoal já usava isso como algo negativo. Marx deixa claro quais, de fato, são as ideias dos comunistas no livro”, explica o professor.

Segundo Maia, o Brasil nunca foi comunista e nem socialista. “O comunismo é a última etapa, é quando você elimina o estado, então você tem a primeira fase socialista. Precisa de uma transição que envolve a apropriação dos meios de produção, terra e indústrias pelo Estado. O Brasil nunca passou nem perto de ser socialista”, ressaltou.

A ameaça de implantação do sistema comunista não é algo novo. Em 1937, o então presidente Getúlio Vargas usou um falso plano comunista, chamado plano Cohen, para justificar o fechamento do Congresso e decretar estado de sítio, chegando a dar um golpe de estado e implantando a ditatura varguista. Em 1964, outra vez o sistema foi usado como justificativa de golpe.

“É absurdo, mas hoje em dia as pessoas ainda acreditam nisso. É realmente uma política para ameaçar, para atacar o medo e para justificar golpes. Não tem a mínima chance de Lula implantar o socialismo no Brasil. O mundo vai por outro caminho”, defendeu Maia.

Ainda de acordo com o professor, ideias de cunho sociais podem ser implantadas pelo próximo presidente. “Ideias sociais de meio ambiente, educação e saúde não tem nada a ver com comunismo e devem ser a linha de propostas do próximo governo. É absurda a associação do comunismo com o tráfico de drogas porque os países que mais produzem drogas no mundo são de governos capitalistas. A liberação das drogas não é pauta da esquerda”, esclareceu o professor.

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