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Campetti diz que agiu em tiroteio para não responder por omissão

Policial Federal é o foco de uma ação do MPE que pede multa à chapa de Tarcísio de Freitas por utilização de servidor público em campanha eleitoral

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Reuters/TV BANDEIRANTES/Direitos reservados

O policial federal Danilo Campetti (Republicanos) defendeu que a ação dele, no dia do 17 de outubro, foi tomada para que ele não respondesse por omissão. Na ocasião, o então candidato ao governo do Estado pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas, visitava a comunidade de Paraisópolis uma das maiores comunidades da capital paulista, quando ocorreu um tiroteio que provocou a morte de uma pessoa.

O fato rendeu uma representação, feita pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), para que o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aplique multa na chapa que elegeu o governador de São Paulo. A alegação do órgão é que o grupo de Tarcísio de Freitas utilizou um servidor público durante a campanha ao governo paulista.

Na representação feita pelo MPE, a chapa de Tarcísio de Freitas e do vice, Felício Ramuth, utilizou o agente da polícia federal em campanha ao governo de forma irregular, já que a segurança de candidatos ao governo é feita pela Polícia Militar, não por policiais federais. A lei eleitoral proíbe que agentes, serviços ou recursos públicos sejam utilizados em favor ou benefício de algum candidato, o que poderia desequilibrar a disputa eleitoral.

Campetti acompanhou a agenda do candidato, a convite do próprio Tarcísio de Feitas, portando um distintivo e a arma da Polícia Federal, embora não estivesse a serviço do órgão. “Fui convidado na condição de amigo a acompanhá-lo. Quando se iniciou o cometimento da prática criminosa, em razão da minha condição de policial, tive que entrar em ação, sob pena de responder pela minha omissão”, declarou o agente.

Uma investigação inicial da Polícia Civil feita à época apontou que o tiroteio ocorreu após criminosos terem desconfiado que havia policiais sem farda dentro da comunidade – e que estariam monitorando a agenda do candidato. “A principal linha [de investigação] seria de uma eventual intimidação pela presença dos policiais militares que foram descobertos dentro da comunidade”, disse na ocasião Elisabete Sato, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

O policial federal não quis comentar a ação da Polícia Civil. “Não tenho como avaliar porque não tive acesso ao teor completo do Inquérito Policial”, informou Campetti.

Para o MPE, apesar da conduta da chapa não ter influenciado no resultado da eleição, o uso irregular do servidor público durante o ato de campanha constitui uma infração, punível com multa.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa de Tarcísio de Freitas informou que o policial federal Danilo Campetti estava de folga no dia referido. “Campetti, inclusive, já respondeu a processo similar estabelecido pela Corregedoria da Polícia Federal, tendo sido a ação arquivada após apresentação da sua escala de trabalho. Os questionamentos colocados na ação serão respondidos dentro do prazo previsto em lei”.

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