Confira os bastidores da política desta quinta-feira, dia 2 de novembro

A bruxa estava solta

Os vereadores deixaram para votar o Projeto de Decreto do Legislativo que garante o período de férias do prefeito Edinho Araújo (MDB) bem no dia das Bruxas, na sessão de terça-feira (31). Para os mais céticos, era só um dia. Porém, para quem é supersticioso foi impossível não lembrar da data depois que a energia elétrica acabou. Teve até quem chegou a dizer que era um “sinal divino” para alertar os vereadores sobre o que ainda está por vir.

Travessuras

Diante do susto pela inesperada queda de energia, o presidente da Câmara, Paulo Pauléra (Progressistas), suspendeu a sessão por meia hora. Obviamente que prazo não era suficiente para que a CPFL realizasse qualquer possível reparo na rede, uma vez que precisa de fazer o diagnóstico do problema e mobilizar equipes para reestabelecer o serviço. A pressa era tanta para votar o texto que Pauléra decidiu seguir a sessão no auditório. Não tinha nem passado 20 minutos ainda e o presidente já queria reiniciar.

Turma do ‘deixa disso’

Enquanto Pauléra se desesperava, alguns vereadores foram ocupar o tempo ocioso. O medo do presidente era que a noite chegasse e a sessão tivesse de ser completamente suspensa. Ele chegou ser alertado de que poderia realizar outra sessão extraordinária no dia seguinte, na quarta-feira (1º), mas não teve jeito. Pauléra esbravejava sobre os vereadores não terem subido ao auditório e chegou a falar palavrões. Os funcionários da TV Câmara tiveram que correr para montar os equipamentos em tempo recorde.

Regimental

Visivelmente nervoso, Pauléra alegou que a votação do Projeto de Decreto do Legislativo para as férias, de acordo com o Regimento Interno da Câmara, deveria ser chamada com, no mínimo, 24 horas de antecedência. Daí o motivo da pressa. No entanto, Pauléra fez questão de ressaltar que tudo aconteceu dentro da normalidade e que estava tudo devidamente registrado em áudio, vídeo e ata. “É uma coroação do trabalho de vereador”, disse o presidente.

Prefeito

Mal tinha começado a sessão, Pauléra já estava mandando o convite da cerimônia de posse dele como prefeito. Dizem que a pressa toda não era pelas férias do Edinho, mas sim pela chance de Pauléra ocupar o cargo de chefe do Executivo. Isso porque Edinho estará de férias entre os dias 7 e 29 de novembro e Orlando Bolçone (União Brasil), vice-prefeito, entre os dias 6 e 17. O presidente da Câmara irá ficar na cadeira do Executivo entre os dias 7 e 17 de novembro, ou seja, por dez dias.

Promessa

Pauléra disse que “não vai tomar nenhuma atitude drástica e nada que fuja da normalidade”. Porém, o assunto que mais se falou na manhã do dia seguinte foi a festa para comemorar a ascensão ao cargo de prefeito. Pelos corredores vazios do prédio, já que os servidores estavam em campanha de doação de sangue, foi possível encontrar quem contou detalhes da confraternização marcada para os próximos dias. No cardápio, dizem, tem churrasco.

No páreo

O PSDB de Rio Preto voltou a cogitar a possibilidade de lançar um nome como vice-prefeito, ao lado de Itamar Borges (MDB), deputado estadual e pré-candidato a prefeito. As conversas voltaram praticamente à estaca zero depois que a direção do partido decidiu não realizar as eleições internas. Porém, depois da situação resolvida, voltaram os cafezinhos. Dizem que o MDB tem preferência por um nome ligado ao agro. Diante disso, os tucanos podem oferecer Beto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.

Estratégias

Perosa como vice contraria a decisão do partido que, em comunicado emitido no dia 3 de outubro, determinou que os diretórios de cidades com mais de 100 mil eleitores devem apresentar candidato próprio a prefeito nas eleições de 2024. Rio Preto tem mais de 300 mil eleitores. O descumprimento das ordens pode levar a intervenções e dissoluções de órgãos, conforme o documento assinado pelo presidente nacional Eduardo Leite.

Pelas beiradas

O Republicanos também está demonstrando bastante interesse pelo cargo de vice do Itamar. Filiados ao partido garantem que há uma “excelente” relação com o MDB e não descartam que dali pode sair um nome para o cargo na majoritária. Ali tem a Coronel Helena Reis, que já disputou a Prefeitura e perdeu para o MDB, e o Policial Federal Danilo Campetti, que teve muitos votos na cidade nas últimas eleições. Entre os nomes que foram colocados na mesa aparece até o do presidente municipal Diego Polachini.

Protestos

Um grupo liderado pela sargento Cristiane Jatobá, ex-candidata a vereadora pelo Republicanos, está se organizando para realizar uma manifestação no próximo dia 15 de novembro, uma quarta-feira, feriado de comemoração da Proclamação da República. Pelas redes sociais, os organizadores estão dizendo que os objetivos são “aumentar a curiosidade de quem não tem lado definido” e “fortalecer a base da direita”. Segundo o grupo, o secretário de Esportes, Fábio Marcondes, “liberou a área do Centro Regional de Eventos” para a manifestação.

Ninguém chama o Xandão

Já foi repetido por diversas vezes que o foco é fortalecer a base da direita e que a manifestação deverá ter características de centro. Um dos organizadores disse que será impossível segurar manifestações “Fora Lula” e “Fora PT”, mas deixou bem claro que não quer protestos contra o Supremo Tribunal Federal (STF). “Não queremos criticar instituições. Este não é o nosso foco agora”, repetiu. Nos vídeos compartilhados pelos administradores dos grupos, é informado que a luta é pela democracia e “justiça para os presos do dia 8, pela nossa família, nossa pátria, nossa liberdade” (sic).

Branquelos

Representantes do movimento negro de Rio Preto estão prometendo um protesto contra a Acirp. A entidade que representa o empresariado da cidade está promovendo uma edição especial de uma exposição coletiva em comemoração ao mês da Consciência Negra. O evento será realizado entre os dias 6 e 30 de novembro. No cartaz de divulgação, no entanto, chamou a atenção dos representantes do movimento negro que apenas o curador, Osvaldo Nascimento, é negro. Os 12 artistas que compõem o quadro de expositores são brancos.

Puxadinho

A possibilidade do presidente da Câmara alugar um prédio para instalar os servidores da Diretoria Legislativa, Recursos Humanos, Jurídico, Cerimonial, Administrativo e Almoxarifado virou notícia no jornal Estadão. Em reportagem escrita pelo jornalista Heitor Mazzoco, que já passou por veículos de imprensa em Rio Preto, o destaque ficou para o gasto anual da casa, que deve ser R$ 13,6 milhões maior já em 2024. A partir de 2025, será R$ 2,3 milhões a mais no gasto com pessoal. O valor leva em conta os concursos públicos que devem ser realizados, o aumento de cadeiras e também de salários, além das novas contratações de comissionados.