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Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 17 de novembro

Jornalista Bia Menegildo traz as principais notícias do poder regional

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O retorno

A direita voltou a se movimentar no feriado do dia da Proclamação da República, 15 de novembro. Apesar do barulho feito pelos organizadores por meio das redes sociais para chamar o público, a adesão não foi a mesma dos tempos áureos direitistas. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 pessoas passaram por ali. A organização fala em 2 a 3 mil pessoas. Foram recolhidas 500 assinaturas em um abaixo-assinado, dando uma dimensão de que nenhuma estimativa estava realmente correta.

Repeteco

A pauta da manifestação foi tudo o que já sabemos. Mesmo depois dos organizadores terem implorado para que ninguém falasse da esquerda, pediram o impeachment de Lula (PT). Foi pedido que não falassem sobre as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), mas tinha faixas com os dizeres “Supremo é o povo”. Também aproveitaram para criticar a homossexualidade, a lei de cotas e chamar os presos do dia 8 de janeiro de “Heróis da nação”. Para fechar com chave de ouro, colheram assinaturas para cobrar a contagem pública de votos.

Resistência

Muitos tiraram as roupas verde ou amarela com cheiro de naftalina do fundo das gavetas. Outros, as camisetas da seleção brasileira. No entanto, a calmaria do momento não trouxe problemas para quem decidiu usar outras cores. Havia gente de roupa vermelha, roxa e até o clássico branco. Cores criticadas por serem ligadas à esquerda e dos chamados “isentões”. Não faltou hino nacional tocando, assim como não faltou oração. Muitos rezaram o “Pai Nosso” com a mão no coração.

Histeria coletiva

Diante da repercussão negativa das manifestações promovidas pela direita depois de derrotada nas eleições de 2023, parece que toda aquela histeria está apenas adormecida. Na concentração, realizada no Centro Regional de Eventos, foi possível ouvir os mesmos delírios de outrora. Coisas como “a ditadura foi boa porque não tinha bandidos naquela época” e “nada contra homossexuais, mas não podemos aceitar que isso é normal” foram ditas diversas vezes. Ali no meio tinha até uma idosa, de 82 anos, dizendo que foi “contactada pelos Arcturianos”. Ela não parecia estar com um celular.

40°C

O calor extremo do meio-dia não espantou os manifestantes. Marcada para começar às 9h, o evento começou tímido, mas foi crescendo ao longo das horas. O pico de pessoas no local foi por volta de 11h. Por coincidência, havia uma tenda instalada no local e o grupo pode usar a “sobra” de um evento anterior. Debaixo da estrutura, uma espécie de bar foi montada para vender água, cerveja e refrigerante ao público. Nos grupos, corria a orientação de que cada um levasse o seu banquinho.

Partidária

A manifestação foi notadamente partidária e não há como negar. Parecia até um evento de filiação promovido pelo PL. Com o microfone em mãos e falando para o público, Murilo Henrique, pré-candidato a vereador pelo partido, pedia para que todos se filiassem e falava do presidente da legenda, Fábio Marcondes. Por diversas vezes o secretário de Esportes foi citado e recebeu os agradecimentos por ter ajudado a realizar o evento. Até os banheiros químicos do local que “foram trocados no mesmo dia pela Secretária” foram citados por diversas vezes.

Lembrete

Para quem acompanhou Marcondes na Câmara, não é difícil lembrar das críticas que o então vereador fez ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para citar um destes momentos, foi quando Bolsonaro sancionou a reforma da previdência. O então presidente vivia um momento de incertezas dentro do partido que o elegeu, PSL, e não tinha um destino certo. Marcondes exibiu um vídeo mostrando que antes de ser candidato à presidência, Bolsonaro criticou muito a idade limite de aposentadoria dos idosos e depois, aprovou a medida. O atual secretário de Esportes rasgou o verbo, na ocasião.

Não apareceram

Às vésperas de um ano eleitoral, teve quem sentiu falta dos políticos querendo usar o microfone. Exceto o organizador, que admitiu ser pré-candidato a vereador, nenhum detentor de mandato ou postulante ao cargo de chefe do Executivo apareceu por ali. Nem mesmo Marcondes, que foi tão citado. Políticos autointitulados de direita e até com posicionamentos radicais decidiram por não se manifestar. Membros de alguns partidos de direita dizem que é melhor não colar a imagem a este grupo.

Irritou

A presidente do PT de Rio Preto, Celi Regina, se irritou ao entender errado o que estava escrito na coluna da semana passada. Por telefone, a ex-vereadora afirmou que “jamais convidou” o advogado Marcelo Henrique para se filiar ao partido, mas esqueceu de dizer que havia se comprometido com os companheiros em fazê-lo. A petista chamou a publicação do convite de “notícia plantada”, como se o próprio ex-presidente da OAB Rio Preto não tivesse confirmado. Celi acertou apenas ao dizer que não houve convenção partidária e que ela segue no cargo interno até 2025, seguindo a deliberação das executivas estadual e nacional.

Deitou e rolou

Paulo Pauléra (Progressistas), prefeito interino por curto prazo, não perdeu tempo na cadeira de chefe do Executivo e tratou de pautas de interesses políticos. O presidente da Câmara licenciado recebeu a visita do deputado estadual Valdomiro Lopes (PSB) e aproveitou para pedir verba, coisa que Edinho Araújo (MDB) não fez desde que o ex-prefeito voltou para a Assembleia Legislativa (Alesp). Uma conversa olho no olho, com direito a vídeo de abraço e sorrisos foi para pedir dinheiro para a saúde.

Chegando a hora

O vice-prefeito Orlando Bolçone (União Brasil) está voltando dos EUA. Pauléra se despede do cargo de prefeito nesta sexta-feira (17), para voltar à Câmara. Por incrível que pareça, um retorno muito aguardado pelos vereadores, principalmente pelos mais prolixos. Os parlamentares sentiram saudades de Pauléra porque o presidente interino, Anderson Branco (PL), desagradou a maioria ao conceder pouco tempo de fala para concluírem o raciocínio antes de encerrar. Branco quase não saiu da cadeira e fez questão de conduzir todas as sessões com mãos de ferro.

Não agradou

Como presidente, Branco não agradou. Ele foi alvo de críticas públicas dos colegas de plenário por diversas vezes. “Quer conhecer um homem? Dê poder a ele”, disse um assessor de um vereador da base aliada do governo na Câmara que ainda chamou Branco de antidemocrático. Por diversas vezes, o presidente interino usou a desculpa de que a sessão tinha que “andar” e, por isso, era necessário evitar que os parlamentares falassem mais. Parlar, do italiano, significa falar, só para esclarecer.

Puxador

Sandro Pires, ex-apresentador do Balanço Geral da Record TV Rio Preto, está sendo assediado por Valdomiro Lopes e pelo deputado estadual Itamar Borges (MDB). O objetivo é trazer o jornalista para ajudar na campanha. Sandro Pires pode ser usado como candidato a vereador ou simplesmente usar a imagem dele como um puxador de votos. Se aceitar qualquer um dos convites, pode dar um desfalque na campanha do Republicanos, que tem como pré-candidata Helena Reis.

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