Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 24 de novembro

Regimentalmente

Seguindo o Regimento Interno da Câmara, o presidente Paulo Pauléra (Progressistas) determinou a execução do hino da Bandeira na última sessão, do dia 21. A determinação segue uma mudança nas regras da casa por sugestão do vereador licenciado Jean Charles (MDB). A obrigatoriedade é que o hino seja executado na sessão posterior ao dia 15 de novembro, data em que se comemora o Dia da Proclamação da República. Por mais que a situação acabe pegando alguém de surpresa, é uma ação anual.

Los Hermanos

O que pegou realmente de surpresa foi, após a execução do hino da Bandeira, o vereador Anderson Branco (PL) pedir a execução do hino da Argentina. O político autointitulado de direita e bolsonarista queria fazer uma homenagem ao presidente eleito do país vizinho, Javier Milei. Classificado por especialistas políticos como um anarcocapitalismo, o argentino defende a total abolição do Estado dentro de um sistema capitalista.

Lições

Por mais que os anarcocapitalistas, ou simplesmente ancap, defendam a extinção do Estado e que Milei se autointitule um deles, especialistas apontam que ele não deverá seguir com uma política tão rígida. As apostas vão no sentido de uma atuação mais ultraliberal ou algo mais extremo que o neoliberal, sem deixar o característico populismo da direita de lado. Algo bastante semelhante com o que aconteceu no Brasil, antes das eleições, principalmente com o valor dos combustíveis.

Cafundós

Claro que as eleições na Argentina não poderiam passar despercebidas pela Câmara de Rio Preto. Afinal, por ali se debate tudo, menos a cidade. O tema virou motivo de duelo e até ameaças em plenário. Isso porque João Paulo Rillo (PSOL) usou a tribuna para expor as incoerências de Branco ao defender Milei. O psolista lembrou os inúmeros projetos de Branco para que o Estado pagasse benefícios à população e disse que a atitude era como “um rato aplaudindo a ratoeira”.

Ética

É bem provável que Branco e seus assessores não estivessem prestando atenção na sessão. Talvez eles só tenham realmente se dedicado a ouvir o que Rillo falou depois do caso passado. O psolista citou uma confusão ideológica entre direita, esquerda e terrorismo, além de classificar a postura de Branco como um “fetiche ideológico”. Em resposta, o vereador do PL usou a tribuna e disse que iria assistir “a fita” da sessão e tomar atitudes por ter sido chamado de “rato”.

Pero no mucho

Em seu discurso, Branco partiu para o ataque no intuito de se defender da pecha de fetichista e pode ter exagerado. O vereador atacou Rillo chamando-o de “menino mimado” e “desnecessário”. Branco ressaltou ainda que o psolista não aceita ser contrariado. Apesar de não querer falar em Conselho de Ética, ficou claro que Branco estava com muita raiva. Rillo, por sua vez, relembrou que Branco responde judicialmente por posicionamentos.

Negritude

Outro tema que virou um verdadeiro show de horrores argumentativos no plenário foi o veto do prefeito Edinho Araújo (MDB) ao projeto que estabelece cotas para negros e indígenas no poder público. O texto, de Rillo, foi aprovado por unanimidade na casa e barrado no Executivo. O psolista não economizou nas críticas e acusou Edinho de promover racismo estrutural. Jean Dornelas (MDB) partiu para o embate direto na tribuna.

Comissionados

Dornelas figura como o grande defensor do governo e, às vezes, exagera um pouco. Ao tentar defender a postura da Procuradoria Geral do Município (PGM) em alegar vício de iniciativa para barrar o projeto, o vereador afirmou que a acusação de racismo estrutural era “pesada” e que “não foi elegante”. Dornelas completou dizendo que “o prefeito até tem nomeado muitos negros para cargos comissionados”.

Deu ruim

A inauguração da iluminação de Natal na Represa não correu conforme o esperado. Edinho interrompeu as férias para protagonizar o evento, tirando o brilho de Pauléra, que estava como prefeito interino. Devido a problemas técnicos, a árvore instalada no Lago 1 não acendeu e frustrou muita gente. A instalação só foi funcionar quase 24 horas depois do previsto e nem adiantou Edinho solicitar um técnico “com urgência”.

Surfou

O deputado estadual Valdomiro Lopes (PSB) aproveitou a falha técnica para criticar Edinho. Em clara campanha para prefeito, Valdomiro usou um vídeo que viralizou nas redes sociais e foi até a Represa fazer uma gravação. Ele falou da falta de luz e emendou com falta de médicos, de infraestrutura e outras coisas. Só não falou, em momento algum, como um deputado pode ajudar a resolver os problemas da cidade.

Culpados

Devido às falhas técnicas, o que não faltou foi dedos buscando culpados para apontar. A realidade é que não faltou dedos para apontar para o secretário Jorge Luiz de Souza. Teve quem dissesse que o empresário é um mero fantoche da Acirp no governo e que a preparação do patrocínio de Natal foi feita às pressas.

Aconchego

Muito se especulou sobre o local escolhido pelo prefeito Edinho para passar as férias. Foi cogitado que ele poderia fazer uma viagem ao exterior e que ele teria até programado um tour por Brasília e São Paulo junto com o deputado estadual Itamar Borges (MDB). Se os passeios políticos ao lado do pupilo ainda estão de pé, ninguém confirmou, mas há quem garanta que Edinho esteve até agora em sua terra natal, Santa Fé do Sul.

Bolsonaristas, não!

Depois da manifestação do dia 15 de novembro, os manifestantes autointitulados de direita mudaram de postura em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de ser bastante perceptível que o rosto do político está em desuso e que ele foi meio que deixado de lado pela galera, não estava tudo realmente às claras até um pedido inusitado. Por meio das redes sociais e de canais oficiais, os manifestantes estão pedindo que a imprensa deixe de chama-los de “bolsonaristas”.

Firme e forte

Esse ressurgimento da direita tem feito muita gente se mexer. A manifestação do dia 15 de novembro deu um tom, apesar de tímido, que ainda há fôlego para gastar. Com as bandeiras do “Fora Lula” e do “Fora STF” abaixadas, entrou no lugar o pedido de contagem pública dos votos. O grupo, encabeçado por Cristiane Jatobá (Republicanos), titular na diretoria regional de Esportes de Rio Preto, está diariamente recolhendo assinaturas no Calçadão.

Valorizando o passe

Recentemente surgiu um boato de que Pauléra foi convidado para ser o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Itamar Borges. Os burburinhos tomaram os corredores da Câmara e da Prefeitura, onde Pauléra ficava como prefeito interino. No prédio do Executivo, o tititi arrancou gargalhadas de muitos. Já dentro do MDB teve quem falasse que o boato foi plantado pelo próprio Pauléra para valorizar o passe dentro do Progressistas.

Novo fight

A reunião que empossou a nova diretoria do Novo virou bate-boca entre os membros do novo grupo, apadrinhados por Rafa Bernardo, e do antigo, liderados por Arnaldo Pontel. Nenhum dos lados quis comentar a treta, mas quem estava presente relatou que teve trocas de acusações quando se abriu o espaço para perguntas. A mudança traz como líder Sandra Reis, aliada do empresário que “ganhou o partido” da direção estadual.