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Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 16 de fevereiro

Jornalista Bia Menegildo traz as principais notícias do poder regional

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Caldeirão

Às vésperas do Carnaval, teve político sambando miúdo em Rio Preto. A ideia era usar a folia para desviar o foco da política, mas obviamente não deu certo. Enquanto alguns contavam com o “sextou”, Diego Mahfouz (MDB) protocolava uma CPI para investigar a Secretaria de Educação. Como um tiro que saiu pela culatra, em poucas horas o professor foi tirado do mandato e voltou a ser suplente. Para garantir que ele não volte, Edinho Araújo (MDB) recrutou e exonerou Claudia de Giuli (MDB) e Jean Charles (MDB) das secretarias.

Rodou

Com a volta dos dois vereadores, até então licenciados, além de Diego Mahfouz, Jean Dornelas (MDB) também deixa a cadeira. Considerado como um dano colateral diante das atitudes de Mahfouz, o advogado também deixa vago o posto de líder da base na casa. Ainda não tem definição de quem vai ocupar o posto, mas tudo indica que deve sobrar para o presidente Paulo Pauléra (Progressistas) que, por anos, atuou e fez questão de frisar que era apenas um ‘líder informal’ do governo na casa.

CPIs

A coluna Giro Político trouxe, em 22 de dezembro do ano passado, que já havia sinais de que o último ano de governo de Edinho não seria fácil. Naquela época, apesar do clima de final de ano, já corria pelos bastidores o burburinho de um possível motim da base aliada. Na manga dos senhores vereadores tinha assuntos polêmicos como a Educação, o Semae, os aterros da Fazendinha e até aditivos em obras. O start foi dado pelas mãos de Diego Mahfouz e logo foi abafado, mas a possibilidade de mais situações como esta ainda ronda.

Repercussão

Muitos não entenderam os motivos de Diego Mahfouz ter protocolado a CPI da Educação. Afinal, como suplente, ele era o que mais corria risco de sofrer retaliação. Como de fato sofreu. A atitude do professor deixou vereador da casa boquiaberto. No entanto, por mais que tenha sido uma decisão precipitada e isolada, a bomba foi lançada e já tem até vereador se movimentando para trilhar o mesmo caminho. Agora, o time do Edinho que se segure porque ninguém mais está garantido no lado da defesa.

Por trás de tudo

Dizem que por trás dessa movimentação na Câmara existe algo muito maior. De um lado, a tentativa de Edinho terminar o mandato em paz e, quem sabe, até conseguir deixar um substituto aliado. De outro lado, tem quem fomente de que os vereadores já estão se posicionando para as próximas eleições e mostrando, mesmo que ainda de uma forma sutil, para quem declarar apoio. De forma macro, os vereadores estão se dividindo entre os possíveis candidatos a prefeito, os deputados estaduais Itamar Borges (MDB) e Valdomiro Lopes (PSB).

De volta

Uma das primeiras atitudes de Jean Charles, como ocupante da cadeira do MDB na Câmara, foi questionar as CPIs. Além de pedir esclarecimentos sobre o pedido de CPI da Educação, protocolada pelo deposto vereador, o ex-secretário de Segurança Pública também questionou a assinatura de Mahfouz na CPI das Terceirizadas. Com isso, Pauléra determinou a análise jurídica da validade da assinatura do professor e a consequente suspensão da instauração da investigação.

“Não lhe devo explicação”

João Paulo Rillo (PSOL), autor do pedido de CPI das Terceirizadas, que já estava comemorando a formação da comissão pelas redes sociais, ficou muito bravo. O vereador queria saber quais eram os questionamentos de Jean Charles, mas Pauléra não disse de forma clara e objetiva. Em meio a um bate-boca, como há muito tempo não se via na casa, o presidente leu os esclarecimentos pertinentes e, diante da insistência de Rillo em questionar, Pauléra disparou: “não lhe devo explicação”.

Juridiquês

Os motivos da não efetivação da CPI das Terceirizadas são técnicos. A verdade é que a Câmara de Rio Preto nunca viveu uma situação parecida, quando o suplente, na condição de ocupante do mandato, assinou uma CPI, mas acabou deixando a casa em seguida. Cabe agora à Diretoria Jurídica a decisão final sobre o que vai acontecer e a medida vai servir como precedente para situações futuras. Enquanto o setor jurídico não se posiciona, os reconduzidos aos mandatos simplesmente ignoraram o assunto.

Explicações

Na tribuna, Robson Ricci (Republicanos) deu explicações sobre ter assinado ambas as CPIs. Segundo o vereador, ele decidiu se posicionar “na hora certa”, mesmo que tenham se passado cinco meses da primeira proposta. Já Renato Pupo (PSDB) falou sobre a retirada da assinatura dele na CPI da Educação. “Eu pedi a retirada do meu apoio a uma investigação depois de ouvir conversas e ficar em dúvidas sobre as reais intenções do então vereador que apresentou o pedido”, disse o tucano.

Consequências

Com a saída de Jean Charles e Claudia de Giuli dos comandos das secretarias de Segurança Pública e Bem-Estar Animal, respectivamente, os substitutos foram devidamente nomeados. Para substituir Jean Charles à frente da Guarda Civil Municipal (GCM), Edinho escolheu o também coronel Luís Henrique di Jacintho Santos. Já no lugar de Claudia, Diego Borges Lourenço. Outras mudanças na GCM eram esperadas, mas elas não ocorreram.

De bico

Alexandre Montenegro, subcomandante da GCM, esperava que fosse nomeado como comandante, mas foi frustrado pelas movimentações de Edinho. Enquanto Vitor Cornachioni deixou de ser comandante e passou a ser assessor da pasta, Wellington Aurélio Aparecido da Silva saiu da condição de inspetor e passou a ser comandante. Montenegro, por sua vez, foi mantido no mesmo posto e não escondeu o descontentamento com a atitude do prefeito.

Pré-candidatíssimo

Os bastidores das nomeações da GCM contaram com a presença de políticos, inclusive de Jean Charles. Quem esteve presente, contou que não passou despercebido que Montenegro não cumprimentou Jean Charles. O GCM já declarou que, apesar de estar dentro, já está fora do MDB e tem se mostrado muito próximo do PL pelas redes sociais, principalmente de Fábio Marcondes. Ao cumprimentar Edinho, Montenegro teria disparado que não iria concorrer, mas sim vencer a disputa para vereador. “Continuarei fazendo meu trabalho, prefeito, e se Deus quiser vou vencer”.

Cadeieiro

Rillo e Pupo protagonizaram uma cena de bate-boca recheada de extremismos, mas com nuances que possibilitam interpretações hilárias. Enquanto discutiam sobre o passado de políticos que já apoiaram em algum momento, Pupo se exaltou um pouco mais e disparou: “Rillo já apoiou até cadeieiro”. Na sequência, o psolista e ex-petista, gargalhou e falou do presidente Lula (PT). O termo usado pelo delegado é bastante amplo quando se fala de políticos e abre uma ampla gama de possibilidades, inclusive dentro da própria Câmara.

Deu certo

A mobilização de Edinho para barrar a emenda de Rillo de 1% do orçamento para a Cultura deu certo. O medo da administração era que o veto fosse derrubado e que fosse necessário fazer uma ginástica orçamentária para cumprir com o compromisso. Como consequência, caíram junto a verba para a abertura de mais um Conselho Tutelar e um aporte para a Secretaria de Assistência Social. Por enquanto, e somente por enquanto, a base está mantida.

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