Redes Sociais

Política

Prefeituráveis repercutem a decisão da não construção do contorno ferroviário

Concessionária Rumo Malha Paulista anunciou que não vai mais retirar os trilhos das cidades da região

Publicado há

em

Divulgação

Depois que a concessionária Rumo Malha Paulista SA apresentou, nesta quarta-feira (7), na Prefeitura de Rio Preto, o novo projeto para o aproveitamento da atual linha férrea que corta as cidades de Cedral, Rio Preto e Mirassol, o jornal Gazeta de Rio Preto procurou os prefeituráveis para se manifestarem. Os oito possíveis candidatos a prefeito de Rio Preto emitiram opiniões sobre a decisão da empresa. 

Segundo a empresa, a obra se tornou inviável por diversos motivos. Entre eles, as contestações pelas desapropriações de terras, que seriam realizadas nas cidades por onde a ferrovia deveria passar.

A empresa já tem o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) e agora aguarda a fase de validação técnica da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo o diretor geral, Rafael Vitale, uma análise na contrapartida do contrato de concessão será realizada nos próximos dias. 

De acordo com o projeto apresentado, serão construídas 30 obras em Rio Preto, Cedral e Mirassol que fazem parte da chamada “solução integrada”. Estão previstas a construção de viadutos, passarelas e obras de segurança para acabar com todos os pontos de encontro entre os transportes rodoviárias e ferroviários e o aumento da segurança de pedestres. 

No cronograma apresentado, as obras serão executadas até 2028 e deverão custar cerca de R$ 500 milhões. Os trabalhos devem começar próximo à Favela Marte, com a construção de um viaduto rodoviário e passarela para pedestres no Jardim Conceição.

Marco Rillo (PT): Não adianta jogar os trilhos para fora da cidade porque a cidade vai chegar até lá um dia. Já tinha sido desenhado um plano para se manter os trilhos, dando mais segurança e pensando na mobilidade urbana. Tinha a construção de viadutos importantes, como na região central da cidade, onde o trem causa um verdadeiro caos quando passa. Tudo isso já havia sido descartado, mas agora resolveram retomar. Pelo pouco que eu vi do projeto, serão poucas obras de arte e isso precisa ser revisto. Outra coisa que tem que se atentar é que a ferrovia está abandonada, com mato alto. Tem que cobrar que a manutenção seja feita. 

Paulo Pauléra (Progressistas): Eu procurei me aprofundar mais, porque a questão do trânsito é importantíssima. Além da questão ambiental, ia ter muita questão ambiental envolvendo áreas de preservação permanentes. Quase 150 propriedades iam ser passadas no meio. Pequenas propriedades iam ser destruídas pela passagem do trem. Era uma coisa que poderia ir parar na Justiça e isso poderia fazer a gente esperar. Talvez não conseguisse ver essa solução. Acho melhor é tirar mesmo para melhorar a mobilidade urbana da cidade. Porém, o mais importante de tudo, não é tirar o trem ou deixar o trem, é melhorar a questão da mobilidade. Rio Preto já é uma cidade do Brasil que mais carros tem por habitante, e o nosso trânsito, infelizmente, já é um caos quase que o dia todo. Nós sofremos com o trânsito, devido ao grande número de carros e motos e outros veículos. Então o importante é manter, porque é a solução mais rápida e mais viável, não vai ter nada ambiental. 

Helena Reis (Republicanos): Dentro desta situação, não há muito o que fazer. Precisamos ver com cuidado o que vai ser feito para substituir o contorno, aquilo que foi apresentado pela concessionária. Existem outras soluções e precisamos comparar. Não tem como ser a favor assim e bater palma. O contorno foi estudado e não uma coisa aleatória. Precisamos ter atenção especial às passagens de nível porque temos históricos de acidentes graves em Rio Preto e na região. Precisamos ver se isso que foi apresentado resolve o problema do trânsito da cidade. 

Valdomiro Lopes (PSB): Fiz estudos, enquanto prefeito, para a não retirada dos trilhos, inclusive com a sugestão de rebaixamento da linha do trem e com isso o sistema viário nos cruzamentos passaria por cima com a construção de viadutos nos locais que se fizessem necessários. Essa solução não prejudicaria os produtores rurais que reclamam da perda e da mutilação de suas áreas com a construção do contorno e também não prejudicaria a arrecadação de Rio Preto com a retirada dos terminais petrolíferos da região da avenida Cenobelino de Barros Serra, ficando o conjunto da obra mais funcional e barato do que a execução do contorno ferroviário. 

Fábio Rogério Cândido: O pré-candidato a prefeito pelo PL não atendeu ao telefone e não retornou às mensagens pelas redes sociais. 

Rafa Bernardo (NOVO): A informação que a Cetesb emitiu parecer que esse contorno iria desmatar mais de 41 alqueires de mata nativa e acabar com algumas nascentes de rios, então o impacto ambiental seria muito grande. Agora a gente precisa entender, e eu não estou dentro do setor público, das negociações, se esse levantamento é verídico. Quem sabe que na velha política, às vezes, não tem só a veracidade dos fatos, às vezes eles dão uma desculpa para não fazerem o correto. Logicamente, se esse parecer da Cetesb está correto, eu acredito que nós temos que arrumar outra solução. E a solução que eles estão colocando aí em pauta para ser feita seria os viadutos, mas eu precisava entender melhor o projeto, profundar melhor o projeto e conversar com especialistas em mobilidade urbana, mobilidade ferroviária, para a gente ter um parecer de dar uma resposta mais forte, mais assertiva em relação a isso. Eu sou favorável ao progresso, sou favorável a gente facilitar escoamento, produção. 

Vaz de Lima (PSDB): Mais uma vez os olhos dos governantes não estão vendo o futuro de Rio Preto. Vamos perder a possibilidade de ter uma cidade com Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ou Metrô de Superfície, um modal que facilita a locomoção das pessoas, gera progresso, emprego e renda. Afinal esta discussão já leva 23 anos! Se fosse para fazer pontes e viadutos, por que não se fez nos anos 2000? Parece que, literalmente, “tem boi na linha do trem!”

Itamar Borges (MDB): A assessoria do pré-candidato a prefeito pelo MDB não encaminhou o posicionamento até o fechamento desta reportagem.

AS MAIS LIDAS