Política
Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 29 de março
Jornalista Bia Menegildo traz as principais notícias do poder regional
Bigode na lapela
O evento realizado para lançar a pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Itamar Borges (MDB) reuniu quase todas as tribos. Ali estavam apoiadores dos mais de dez partidos que já apoiam a empreitada do homem de bigode. O símbolo estampado na cara do pré-candidato foi inclusive transformado em adesivo e colado no peito de muitos que acordaram na manhã de sábado (23) para conferir o evento de perto.
A matemática do apoio
Algumas pessoas presentes no evento chamaram a atenção. Entre eles, os presidentes de partidos Paulo Pauléra (Progressistas), Francisco Júnior (União Brasil) e Ulisses Ramalho (PRD), além do assessor Marquinhos Cardoso (Republicanos). Hoje braço direito de Helena Reis na Secretaria Estadual de Esportes, ele é muito próximo do dirigente regional do partido, Diego Polachini. Mais interessante que isso foi a matemática de Bruno Marinho (PRD). Ao lado de Marquinhos, Marinho disse que “25 + 10 é igual a 15”, em uma clara referência aos números dos partidos de ambos.
O preço do apoio
Outra conversa que surgiu ali e que deixou muita gente de boca aberta foi o preço “cobrado” pelo Republicanos para apoiar o MDB. Dizem que a retirada de Helena Reis da disputa à Prefeitura deixou um vácuo no partido do governador do Estado no interior. No entanto, o espaço poderá ser ocupado pelo próprio Polachini. “Diego quer ser o vice de Itamar e esse é o preço dele para se juntar ao MDB. Ainda se indicasse o Pedro Roberto, político com passado decente, seria mais fácil. Mas ele quer o lugar. Já pensou ter que colocar um bigode sujo de paçoquinha na campanha?”, disse um membro do MDB aos risos.
Menina dos olhos
Apesar de sobrarem críticas ao diretório do Republicanos em Rio Preto, o partido é hoje um apoio que todos gostariam de ter. Primeiro, porque é a legenda do governador Tarcísio de Freitas e pode até rolar a presença dele em algum palanque. Segundo, porque o partido está fechado com a Record TV e tem espaço dentro da emissora. Terceiro, porque tem um viés bolsonarista que agrada ao eleitorado rio-pretense. “É um excelente partido e com muito a agregar ao MDB, mas aguentar o Polachini e as mudanças de humor dele é bem difícil”, comentou outro membro do MDB.
Paredão
Para mostrar que não é assim tão fácil de ser conquistado, Polachini organizou uma conversa com o pré-candidato Itamar Borges e outra com o também pré-candidato, o deputado estadual Valdomiro Lopes (PSB). A pauta dos encontros foi basicamente as vantagens que o partido pode obter ao declarar publicamente apoio. Algo parecido com “rifar o partido”, gíria comumente usada por quem trabalha com política no dia-a-dia para dizer que o partido pretende ir para o lado que apresentar mais vantagens. Parece que Itamar passou na primeira fase do processo.
Eliminado
Enquanto não se decide sobre apoiar Itamar ou Valdomiro, Polachini tem tido bastante atenção do pré-candidato a prefeito pelo PL, o comandante do CPI-5, coronel Fábio Cândido. O militar, ainda da ativa, que tem demonstrado grande força política por meio da proximidade com a família Bolsonaro, não descarta subir no palanque ao lado do Republicanos. Apesar de já ter vice praticamente definido na chapa, que seria o vereador licenciado Fábio Marcondes (PL), talvez Fábio Cândido tenha algo a oferecer ao partido. No entanto, as críticas de Eduardo Bolsonaro (PL) ao partido Republicanos pode ser um grande problema para selarem uma aliança.
Janela partidária
Enquanto não chegar o dia 5 de abril, as coisas não vão se firmar entre os vereadores. O período de movimentação da chamada janela partidária é o prazo de 30 dias que os políticos com mandato têm para mudarem de partido sem perder a cadeira no Legislativo. Desde o início do prazo, em 7 de março, as mudanças estão sendo anunciadas. Recentemente, Karina Caroline e Odélio Chaves fecharam com o Podemos. Robson Ricci ainda faz mistério sobre o destino. Renato Pupo tem tudo para fechar com o Novo. Enquanto isso, Bruno Marinho declarou que permanece no PRD e Anderson Branco, no PL.
Acomodados
Os mais experientes em política sabem que não se pode só considerar partido e ideologia na hora da filiação. Quem disputa a chamada eleição proporcional, que são os vereadores, precisa considerar a chapa montada pelo diretório. É um verdadeiro paradoxo, pois o candidato precisa trabalhar para ser eleito e para que o partido atinja o quociente eleitoral, ou seja, o número mínimo de votos para ter a chance de chegar em uma cadeira na Câmara. Essa dinâmica faz com que muitas decisões possam ser mudadas de última hora. O jeito é esperar mais um pouco para poder estudar melhor o cenário.
Os sem mandato
A janela partidária não é uma preocupação para quem não tem mandato. As mudanças já estão acontecendo há tempos como a ida de Márcio Larranhaga para o Novo, a mudança de Cesar Gelsi do PSDB para o PSD, a chegada de Carlão do JC no PSD e assim vai. Outros anúncios também foram feitos nesta semana. Regina Chueire desembarcou no PSOL e Gabriel Lima renunciou ao cargo de presidente do Rede. Quem também ganhou filiados nos últimos dias foi o Solidariedade. O ex-vereador Ricka deixou o PSOL e foi para o partido de Lawrence Garcia. Diego Mahfouz ainda busca uma legenda.
Caso de polícia
Os recentes ataques políticos ao pré-candidato Itamar Borges proferidos pelo vereador João Paulo Rillo (PSOL) na tribuna da Câmara viraram caso de polícia. Itamar fez uma denúncia no Ministério Público (MP), que apura o caso como notícia-crime, além de denunciar o caso no 1º Distrito Policial. O inquérito está sob o comando do delegado João Lafayette Sanches Fernandes. Rillo esteve na última quarta-feira (27) na delegacia para prestar esclarecimentos. A investigação está sob sigilo por envolver agentes públicos.
Farpas
A troca de farpas tem sido bastante comum entre Rillo e Itamar. João Paulo Rillo não deve disputar o cargo de prefeito. Esta missão está com o pai dele, Marco Rillo, que é o pré-candidato pelo PT. Porém o PSOL não tem deixado de criticar Itamar. O diretório, comandado por Luciana Fontes, apresentou denúncia no MP por abuso de poder econômico contra Itamar. O deputado beijoqueiro diz estar tranquilo porque tem a prestação de contas dele como parlamentar para provar que tem feito tudo dentro da legalidade.
Desabafo
A saída de Renato Pupo do PSDB gerou mais burburinhos do que se pode imaginar. Enquanto alguns dizem que o vereador delegado está preocupado com a própria pele e só está interessado no poder, outros defenderam a saída dele do ninho tucano como uma estratégia para conseguir se reeleger vereador. Tucano de longa data, ao saber da saída de Pupo, Vaz de Lima disse que o partido está acéfalo. “Eu fiz o Pupo e ele estragou o PSDB”, afirmou o ex-deputado. Vaz não fala com todas as letras que tem interesse em pegar o comando do partido, mas deixou uma afirmação no ar: “o PSDB sempre esteve na minha mão”.
No escurinho do cinema
Diante das instabilidades dos diretórios nacional e estadual do PSDB, a “morte” do partido é dada como certa por muitos políticos e, caso a extinção da legenda se concretize, os tucanos deserdados precisam ser acomodados. Os filhotes de Rio Preto, como o ex-chanceler Aloysio Nunes e o atual secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Beto Perosa, vão precisar de um destino. Corre por aí que Perosa poderia ser um indicado de Geraldo Alckmin (PSB) para pegar o PSB em Rio Preto. Caso isso aconteça, Valdomiro precisa colocar as barbas de molho. Perosa pode decidir por apoiar Itamar.
Atualizada em 29 de março de 2024, às 21h10