Política
Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 5 de julho
Jornalista Bia Menegildo traz as principais notícias do poder regional
Pelo ralo
Toda a discussão em torno do Projeto de Lei do Executivo para autorizar a contratação de empréstimo de quase R$ 650 milhões para a captação de água no Rio Grande deu em nada. O texto foi aprovado com os exatos 12 votos que eram necessários, apesar de ter gente apostando que iam ser 14 favoráveis. As surpresas foram Jean Charles (MDB) e Odélio Chaves (Podemos). Ambos foram contra, assim como Renato Pupo (Avante), Pedro Roberto (Republicanos) e João Paulo Rillo (PSOL).
Barulho
A verdade é que o texto não foi aprovado na surdina. Só depois de três audiências públicas e exposição detalhada das consequências da dívida a ser contraída é que o projeto foi para votação. A oposição fez bastante barulho e, por incrível que pareça, parte da base acabou convencida de que a proposta merecia análise com lupa. Odélio Chaves achou o ponto de equilíbrio entre o político e o juridiquês para declarar voto contrário. Apontando que o texto é ilegal, ele conseguiu convencer apenas Jean Charles.
Deus, pátria e família
Ao defender a reprovação do texto, Pedro Roberto usou uma declaração que levou a galera que estava lá para manifestar contra o projeto à loucura. “Quem defende Deus, pátria e família vai votar contra este projeto. A conta de água vai aumentar e vai destruir muitas famílias. Basta ter bom senso”, e foi seguido por aplausos acalorados. Outra lembrança do vereador foi a situação de Valdomiro Lopes (PSB) por causa do projeto dos cargos comissionados. “Nenhum ex-vereador que foi a favor daquilo está aqui hoje”, disse Pedro Roberto.
Na roda
Rillo e Robson Ricci (PSD) protagonizaram um momento que se tornou inadiável. Há tempos o psolista vem desafiando o vereador-jornalista a se posicionar de forma mais definitiva nas votações. Desta vez, Rillo partiu para um ataque direto e foi respondido. O vereador do PSOL pediu que Ricci declarasse os motivos de ter sido a favor, após diversas declarações de que era contra. Ao que Ricci respondeu: “e por que o senhor, que tanto defende a educação, não assinou a CPI da Educação?”. Rillo respondeu que a investigação era para tentar abafar a CPI das Terceirizadas, mas poucos ouviram por causa dos gritos.
Atropelo
A sessão foi realizada na parte da manhã, na quinta-feira, ou seja, antes do almoço. Só este fato já abriu brecha para especulações em tons irônicos. A votação do mérito, ou seja, a segunda discussão, começou já depois das 11h, mas já com a certeza de que os outros projetos da pauta não seriam votados. Porém, nada disso serve de justificativa para o atropelo que o presidente Paulo Pauléra (Progressistas) fez durante a votação do mérito da proposta.
Recomeço
A pressa de Pauléra em acabar com a sessão foi tanta que teve que fazer a votação três vezes. Isso mesmo! Na primeira, o presidente foi anunciando o voto de forma errada e deu a entender que os vereadores favoráveis estavam votando contra. Na segunda, ele fez tão rápido que o técnico que coloca a votação no painel acabou se perdendo. Depois de denúncias de outros vereadores de que alguns não estavam se quer anunciando o voto que estava sendo computado, Pauléra recomeçou. A terceira vez foi com muita calma e atenção, como deveria ter sido desde o início.
“Chega, né?”
Até então, nenhum vereador favorável ao texto tinha declarado voto. Foi aí que, na terceira votação, Bruno Moura (PRD) teve a genial ideia de resolver falar. Na verdade, ele não disse nada. Só usou o tempo para incitar os manifestantes e fazer gracinhas do tipo “quem funciona com pressão é panela” e “cachorro sem dente late, mas não morde”, terminando com outra frase que já virou um bordão dele: “que democracia é essa que só funciona de um lado?”. A situação chegou ao ponto de Pauléra pedir para que Moura parasse e encerrasse a declaração de voto.
Retirado
O aposentado Mauro Pontes, declaradamente apoiador do pré-candidato a prefeito Valdomiro Lopes (PSB), fez tanto barulho e ofendeu os vereadores que Pauléra chegou a pedir para que os agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) o retirassem do plenário. O presidente desistiu, mas, na primeira oportunidade que teve, Moura não perdoou e mostrou que democracia é feita por quem tem poder, ordenando a retirada do aposentado do plenário.
Apalavrados
Fábio Marcondes (PL) e Anderson Branco (Novo) foram postos à prova na sessão. Ambos estão com Fábio Cândido, pré-candidato a prefeito pelo PL, que se posicionou contra o empréstimo nas redes sociais, um dia antes da votação. Havia a expectativa de que os dois votariam contra a proposta. No entanto, seguindo a declaração anteriormente dada por Marcondes, eles se mantiveram no apoio ao governo e votaram a favor, surpreendendo muitos.
Nota oficial
Por meio de nota, a presidente do Novo, Sandra Reis, fez uma declaração que mais pareceu uma ameaça a Branco. “O NOVO é categoricamente contrário a essa votação. Nossa representatividade na Câmara tem suas razões, devido à janela partidária, porém vivenciará as consequências dessa atuação desalinhada”. A nota continua dizendo que “sabemos que nossos filiados possuem um posicionamento claro e alinhado, e que os mesmos são nossa maior força”.
Mais e mais
Já nas redes sociais e nos grupos de WhatsApp, Rafael Bernardo, pré-candidato a vereador pelo Novo, subiu o tom em relação a Branco. “Um escárnio com o dinheiro público! Vamos perpetrar junto ao MP [Ministério Público] e dentro do @novo30sjriopreto e @novo30sp solicitar medidas em relação ao voto do nosso “representante”!”, escreveu em uma postagem de Sandra. “Em relação ao Marcondes está sendo cuidado também!”, afirmou também o empresário. Ao final do dia, Branco foi removido do grupo de WhastApp do partido.
Mais um pré-candidato
Marcelo Zola Perez é o retardatário dos pré-candidatos a prefeito. O anúncio da entrada neste início de disputa, mas já bem atrasado em relação aos concorrentes, pegou muita gente de surpresa. Presidente municipal do Democracia Cristã (DC), ele dividiu opiniões com o anúncio. Alguns dizem que ele quer apenas valorizar o passe e que o objetivo dele é conseguir a simpatia de bolsonaristas para desestabilizar Fábio Cândido. Outros dizem que ele só quer aparecer para depois sair candidato a vereador e ter muitos votos.
Currículo
Zola já disputou o cargo de vice-prefeito pelo PRTB, ao lado do médico Pedro Bassan. Na época, eles eram do mesmo partido e protagonizaram momentos inesquecíveis durante a disputa de 2020. Um deles envolveu Carla Zambelli (PL). Para defender Bassan como o único candidato bolsonarista na cidade, a deputada gravou um vídeo chamando outro candidato da direita de “mentiroso”. Em outro, Zola esteve ao lado do então vice-presidente Hamilton Mourão. Eles eram do mesmo partido e o general pediu votos para a dupla.
Críticas
O pré-candidato a prefeito pelo PCO, Bruno Menendez, pegou o caminho da crítica. Enquanto parte da esquerda o vê como bolsonarista demais para um partido radical como o PCO, ele segue mostrando que está atentamente de olho no cenário municipal. Em uma postagem recente, Menendez dá um conselho mostrando que está entre aqueles que não acreditam na candidatura de Fábio Cândido. “Abra o olho, você que apoia Coronel. Pode descobrir que, em agosto, ele apoiará o Bigode. Não digam que não avisei”.