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Censo da Prefeitura mostra que Rio Preto tem 756 moradores de rua

Cerca de 85% são homens, 63,8% são pessoas autodeclaradas pardas ou pretas e 63,5% com idade entre 30 e 49 anos

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Imagem ilustrativa

Um censo realizado pela Prefeitura de Rio Preto mostrou que a cidade tem 756 pessoas em situação de rua. Os dados estão em um relatório divulgado nesta quarta-feira (13).

O levantamento foi feito por funcionários do Departamento de Vigilância Socioassistencial, integrando trabalhadores da Secretaria de Assistência Social, da rede socioassistencial de atendimento à população em situação de rua, incluindo a Pousada da Esperança, Casa do Cireneu, Madre Tereza de Calcutá e o Albergue Noturno, além dos estudantes do curso de psicologia das universidades UNIP e UNILAGO. O questionário aplicado continha 24 perguntas que foram desenvolvidas de forma online através do software de Geoprocessamento ArcGIS da empresa Imagem – Esri, que permite realizar o mapeamento detalhado do perfil das pessoas entrevistadas, por faixa etária, raça, etnia, gênero, entre outros fatores.

A coleta de dados foi organizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e realizada no período de 11 a 15 de março de 2024 (de segunda a sexta-feira), simultaneamente em todos os serviços de atendimento à Pessoa em Situação de Rua e especificamente no Serviço de Abordagem Social executado pela OSC Só Por Hoje foi estendido para sábado e domingo, devido à característica de precisar acessar todos os pontos de abordagem.

De acordo com os dados, a maioria da população em situação de rua é homem cisgêneros, 85,1%. Pessoas autodeclaradas pardas ou pretas são 63,8% e em idade adulta de 30 e 49 anos, 63,5%.

Cerca de 46% possuem baixo nível de escolaridade, com muitos não tendo completado o ensino fundamental, e somente 13,2% possuem o ensino fundamental completo. Uma pequena parcela, de 2,9% dos moradores de rua, teve acesso ao ensino superior.

O uso de substâncias psicoativas e o conflito familiar mostraram-se como as principais razões que os levaram a viver em situação de rua, 49% e 47% respectivamente. Os motivos principais apontados de permanência nas ruas de Rio Preto são os serviços para pessoa em situação de rua ofertados pelo município, 41%, e a possibilidade de conseguir trabalho, para 32% dos entrevistados.

O questionário também mostrou que 536 pessoas, 81% dos entrevistados, afirmaram que dormem em áreas externas, calçadas e pontos de ônibus. Aproximadamente 29% das pessoas afirmam que estão em situação de rua por um período menor que seis meses.

A maioria dos entrevistados, 575 deles, são paulistas e 136 são de Rio Preto, mas 56% declararam que não tem familiares na cidade. Há ainda dois estrangeiros cadastrados, um português e um uruguaio.

“O Censo da População em Situação de Rua possibilita conhecer a necessidade dessa população, apontando as urgências e o planejamento das intervenções necessárias e pode contribuir como base de dados para trabalhos de ensino, pesquisa e extensão nas Universidades”, destaca a secretária de Assistência Social, Helena Marangoni, no relatório.

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