Política
Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 14 de março
Jornalista Bia Menegildo traz as principais notícias do poder regional

Sem trégua
Quando parecia que o assunto da injúria racial já estava sendo esquecido e que tudo voltaria a ser como antes, eis que João Paulo Rillo (PSOL) ressurge com um projeto que nem era dele, já rejeitado, e um boletim de ocorrência em mãos. A treta não teria a mesma proporção se fosse com qualquer vereador de outro partido, mas aconteceu justamente com um parlamentar eleito pelo PL.
No início
A treta começou há várias semanas, quando Rillo apresentou um Projeto de Resolução para que as sessões da Câmara começassem às 17h. A manobra para derrubar a proposta antes mesmo de ir ao plenário envolveu vários vereadores e, acatando um pedido, Rillo retirou a proposta. Em contrapartida, a Mesa Diretora apresentou um projeto para estender as sessões de quatro para seis horas.
Embolado
A falta de entendimento veio logo no início do tal acordo. Rillo usou a tribuna para atacar o presidente da Câmara, Luciano Julião (PL), que não havia cumprido a promessa de apresentar o texto para a ampliação das sessões. Era só uma questão de tempo. Julião protocolou a proposta de mudança, mas foi rápido em alertar Rillo de que não havia consenso para a aprovação do texto em plenário.
Insistência
A insistência de Rillo foi tamanha que o texto foi para votação. Desde o início, era previsível que a mudança não passaria, já que o furdunço gerado pelo psolista no capítulo anterior havia desgastado o assunto. No entanto, o placar foi de dez votos a oito, resultando em derrota. Eram necessários 12 votos para aprovar a mudança. A pequena diferença revelou o alinhamento de um grupo de vereadores.
Deu ruim
As contestações de Rillo começaram logo após o presidente declarar que a proposta havia sido rejeitada. O vereador não se atentou ao fato de que eram necessários 12 votos para a aprovação e achou que o projeto tinha sido aprovado. Rillo acusou o presidente de não articular a votação e ficou furioso. “Moleque” foi o adjetivo que o psolista usou para atacar Julião, entre outras acusações. Os ânimos, ali, realmente se exaltaram.
Dois gumes
Após a sessão, Julião foi falar com Rillo, e aqui há duas versões dos fatos. De um lado, o presidente afirma que pediu ao psolista, em tom tranquilo e de conversa, que não usasse certas palavras para se referir a ele. De outro, Rillo diz que foi ameaçado por Julião. As imagens do circuito interno de segurança da garagem da Câmara, onde tudo aconteceu, não captam exatamente o tom da conversa, mas registram a movimentação.
Polícia para quem precisa
Rillo foi ao Plantão Policial registrar um boletim de ocorrência. Lá, gravou um vídeo e publicou nas redes sociais. Julião também foi à delegacia e registrou um adendo, contando sua versão dos fatos. O caso foi encaminhado para o 2º Departamento de Polícia. Rillo divulgou as imagens da garagem da Câmara na noite de quarta-feira (12). Julião afirmou que ainda avalia se processará Rillo por calúnia e difamação.
Sem justificativa
O pivô da confusão foi o projeto que previa a ampliação das sessões, além de outra proposta, também rejeitada, que permitiria o uso do tempo de liderança a qualquer momento. O voto contrário partiu do vereador novato Felipe Alcalá (PL), sem qualquer justificativa. Resta saber os motivos, já que as sessões vêm sendo prorrogadas toda semana e os salários dos vereadores não são baixos. Ficou mal explicado.
Mudanças
Na prática, ampliar a sessão é uma questão matemática. São 23 vereadores, cada um com cinco minutos para usar a tribuna, o que já soma 1h55 de duração, além de duas tribunas livres de dez minutos cada e uma hora do presidente, também de dez minutos. Na primeira parte, ainda há leitura de projetos e votações de requerimentos e moções. O único motivo para ser contra tudo isso só pode ser o desejo de chegar mais cedo em casa.
Perdidos
A situação mostra que ainda há vereadores sem traquejo político, apenas seguindo o caminho indicado pelos veteranos. Paulo Pauléra (Progressistas) já havia indicado que seria contra o uso do tempo de liderança a qualquer momento. A justificativa era de que isso enrolaria as votações e poderia estender a sessão até tarde. Com essa prerrogativa no final das sessões, é muito mais fácil sair mais cedo sem perder parte do salário.
De fininho
Durante a sessão de terça-feira (11), houve uma inversão de pauta. Antes da votação das moções, ocorreu o tempo de tribuna livre, usado por três pessoas. A mudança aconteceu porque parte dos vereadores saiu do plenário, deixando a sessão sem quórum. A verdade é que queriam evitar votar duas moções: uma de repúdio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outra de aplausos à presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
Espinhoso
A moção de repúdio a Bolsonaro foi proposta por Rillo. Na semana do Dia da Mulher, o ex-presidente declarou: “não tem mulher bonita petista. Só tem feia”. Já a moção de aplausos a Leila Pereira foi apresentada por Jean Dornelas (MDB), por sair em defesa dos colaboradores vítimas de racismo. Em vez de fugir da votação, teria sido muito mais digno assumir a posição por questões partidárias e ideológicas. Mas aí, seria se indispor com o eleitor — e ninguém quer isso.
Sem adesão
Na última segunda-feira (10), o prefeito Coronel Fábio Candido (PL) convocou os vereadores para falar sobre um projeto que permite parceria público-privada (PPP). Dos 23 vereadores, apenas três compareceram: Márcia Caldas (PL), Luciano Julião (PL) e Pedro Roberto (Republicanos). O objetivo do texto é viabilizar a iluminação de LED e câmeras de segurança na cidade. No entanto, a preocupação virou outra.
Vazou
Mais uma vez, os vereadores demonstraram descontentamento porque o governo não permitiu a presença de assessores na reunião. Dornelas foi um dos que enviou um representante, que acabou barrado. De alguma forma, no entanto, Dornelas teve acesso ao texto e trouxe à tona uma brecha perigosa: uma PPP com o Semae para viabilizar a obra de captação de água no Rio Grande.
Ressaca pós-carnaval
Dornelas ainda não trouxe as situações que prometeu expor sobre o governo “depois do Carnaval”. No entanto, o vereador não está economizando críticas. Ao falar da possibilidade de uma PPP com o Semae, ele mirou no superintendente e chefe de gabinete, Rodrigo Carmona. “Ele sequer fica no Semae porque acumula cargo na Prefeitura. A autarquia está abandonada. Não dá conta de um cargo? Pede para sair”, disparou Dornelas.
Chateados
Dornelas não é o único a reclamar publicamente do governo. Vereadores como Alcalá e Alexandre Montenegro (PL) também criticaram o mato alto e pediram mais clareza no projeto das PPPs. Pauléra cobrou que o governo implemente um Programa de Parcelamento Incentivado (PPI). “A Prefeitura já enviou cobranças extrajudiciais aos devedores, sem antes negociar. Precisa ajudar o cidadão que não conseguiu pagar”, afirmou.
Atualização
O caso envolvendo o vice-prefeito Fábio Marcondes (PL) e o segurança do Palmeiras teve novos desdobramentos. O promotor Fábio Miskulin quer que o caso de injúria racial seja acompanhado pela Justiça de Mirassol, e o time da capital indicou o advogado Henrique Tremura, de Rio Preto, para acompanhar a situação de perto. No inquérito, que corre sob sigilo, o delegado Renato Camacho quer ouvir os três policiais militares que presenciaram a confusão.
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