Política
Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 25 de abril
Jornalista Bia Menegildo traz as principais notícias do poder regional

Pediu para sair
O vereador Alexandre Montenegro (PL) surpreendeu a todos com a renúncia do cargo de líder do governo na Câmara. Escolhido pelo próprio prefeito Fábio Candido (PL) como interlocutor da Prefeitura junto aos demais vereadores, a missão era defender os projetos do Executivo. Para abandonar a missão, Montenegro alegou “questões pessoais”, o que serviu para aumentar as especulações sobre a decisão.
Eleitores
Nas redes sociais, Montenegro afirmou que deixou o posto devido à dificuldade no diálogo, dando a entender que o problema está diretamente relacionado ao secretário de Governo, Dinho Alahmar. “Tenho uma metodologia de trabalho e tem divergências com o secretariado de Governo”, disse o vereador. “O melhor é sair rápido até para que outra pessoa ocupe logo o lugar para compor junto ao governo”, acrescentou Montenegro.
Troca-troca
As tais “divergências” com Dinho abriram espaço para especulações, das mais prováveis até as mais impossíveis – ao menos por enquanto. Alguns dizem que a renúncia de Montenegro como líder do governo foi o primeiro movimento no tabuleiro para que Dinho deixe a Secretaria de Governo. O secretário é o próximo suplente do PL, e o prefeito poderia optar por fazer uma simples troca.
Na fila
Montenegro também teria deixado o posto de olho em outra secretaria, a de Bem-Estar Animal, já que Anderson Branco (Novo) também está tentando a de Governo. Nesse novo capítulo, os fatos são que Dinho não está firme e forte no cargo e que Montenegro não mencionou um possível retorno para a Guarda Civil Municipal (GCM), de onde se ausentou para se dedicar ao trabalho de interlocutor do prefeito.
Branconel
Como já vinha sinalizando há tempos, Branco conseguiu colocar os dois pés no governo e abandonou a oposição crítica que vinha fazendo até então. Na última sessão, na terça-feira (22), o vereador se mostrou bastante confortável, até com a acidez destilada por Renato Pupo (Avante). “Depois de ser Branconaro, o vereador agora é Branconel”, disse o vereador-delegado. Talvez ele possa ficar com o posto de líder na Câmara agora.
Caça-fantasmas
Branco usou as redes sociais para comemorar o resultado da sindicância que identificou 14 médicos fantasmas nas unidades de saúde da cidade. A felicidade do vereador, autor das denúncias que culminaram na apuração, foi explicitada na forma de uma imagem editada nas redes sociais, com direito a trilha sonora. Na montagem, Branco aparece ao lado dos nostálgicos personagens do filme, no lugar do ator Dan Aykroyd.
Dias de luta
João Paulo Rillo (PSOL) ficou possuído de ódio de Jean Dornelas (MDB), que conseguiu barrar na Justiça o andamento da CPI do Orçamento. Aos gritos, o psolista expressou o descontentamento com a liminar. “Eu sou pago para isso. Eu estou indignado e vou mostrar minha indignação”, disse Rillo na tribuna. O vereador ainda afirmou que a comissão tem documentos e falou até em “orçamento secreto”.
Não é o fim
A decisão é do juiz Cristiano Mikhail, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Rio Preto, mas trata-se apenas de uma liminar. Enquanto isso, o processo segue em análise, e há chance de que a CPI volte a tramitar a qualquer momento. A liminar considerou os argumentos apresentados por Dornelas de que a Câmara aprovou o orçamento e que, até o momento, não houve qualquer apontamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Unidos
Um dos questionamentos a plenos pulmões de Rillo foi o fato de que o advogado que assina o processo que conseguiu a liminar é Ciclair Gomes, filiado ao MDB, partido de Dornelas. Segundo o psolista, Ciclair é também cunhado do deputado estadual Itamar Borges (MDB). Rillo não ficou sozinho ao fazer o apontamento. Nas redes sociais, o vice-prefeito Fábio Marcondes (PL) também fez questão de citar o advogado.
Dias de glória
Decisão judicial tem que ser cumprida. Pode espernear o quanto quiser, mas tem que cumprir. No entanto, um dia depois de cuspir marimbondos, Rillo já estava feliz. O motivo foi o anúncio de que o campus da UFSCar em Rio Preto terá cursos de artes cênicas e produção cultural. “A decisão da reitoria foi diretamente influenciada pelo vereador, que mandou um monte de gente para as audiências”, disseram alguns descontentes.
Agradecimentos
Rillo foi quem conduziu a audiência pública em que o assessor da reitoria da UFSCar, Danilo Giroldo, anunciou que serão implementados nove cursos superiores em Rio Preto. Ele cumpriu o cerimonial e deu a palavra a todos, ouvindo atentamente o que o representante da universidade disse. Claro que Rillo não deixou de cumprir o ritual e fez questão de agradecer ao presidente Lula (PT) pelo campus.
Não gostou
Quem não gostou da escolha dos cursos foi o vereador Dr. Tedeschi (PL), e ele não escondeu isso. Ao usar a fala, o parlamentar fez críticas a seleção e defendeu que a região tem vocação para cursos de ciências agrárias. Por outro lado, o representante da UFSCar alegou o alto custo desses cursos, assim como dos da área médica. Já o curso de Direito foi descartado por causa do excesso de profissionais na cidade.
PPPs
Começou a tramitar na Câmara o projeto que prevê Parcerias Público-Privadas (PPPs) em Rio Preto e a redação não agradou nem aos gregos, nem aos troianos. Enquanto membros da base aliada do governo se limitam a dizer que o texto é muito genérico e que não estão seguros, Rillo já apresentou uma emenda. A mudança proposta pelo psolista trata de autorizar somente a Prefeitura a aderir, deixando de fora autarquias como o Semae.
Antecipando
Antes que o governo culpe novamente a imprensa por divulgar análises jurídicas do texto apresentado, cabe algumas observações feitas pelos próprios vereadores, por alguns assessores e até por juristas: é necessário repensar o formato apresentado e avaliar mandar uma proposta para cada PPP que deseja implementar. Assim, aumenta-se a segurança jurídica e segue-se o que já vem sendo feito pelos governos federal e estadual.
Em chamas
O comandante do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), tenente-coronel Costa Júnior, usou a tribuna da Câmara para falar sobre a repercussão do vídeo divulgado que mostra uma cruz em chamas e gestos que foram comparados a saudações nazistas. O militar culpou a imprensa pela projeção e explicou todo o contexto da cerimônia, negando, mais uma vez, qualquer ligação com atos extremistas.
Ações e reações
O furdunço foi gerado por um vídeo de 17 segundos, divulgado nas redes sociais do próprio Baep, sem contextualizar os seguidores, muitos dos quais são leigos em cerimoniais. A liberdade de imprensa garante a divulgação do que foi publicado em uma plataforma oficial – e foi isso que ocorreu. Tanto é verdade que o vídeo não pegou bem junto ao público que, mesmo com toda a defesa, foi apagado e não voltou a ser divulgado.
Coronelista
Marcondes tem se mostrado aliado do governo, mesmo de férias na Europa. Ele tem usado as redes sociais para expor apoio, que estava ligeiramente apagado até o encontro com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, no último dia 14. Marcondes também se manifestou sobre o caso de injúria racial: “Se eu for inocente, confio que a Justiça me absolverá. Se for culpado, saberei reconhecer e pagar pelo que fiz”, declarou.
Emocionou
Márcia Caldas (PL), única vereadora, foi à tribuna falar sobre a condenação de 31 anos de prisão ao assassino da médica Thalitta Fernandes. Com lágrimas nos olhos, a parlamentar pediu um “basta à violência contra as mulheres”. Ela agiu diferente de Montenegro, que, em outra sessão, confundiu Eliza Samudio com Elize Matsunaga e disse que a primeira matou o marido e está solta por aí. Por sorte, passou despercebido.