Julião encerra sessão em meio a protestos de trabalhadores na Câmara de Rio Preto 

A sessão da Câmara de Rio Preto, realizada nesta terça-feira (10), foi encerrada sem votação de nenhum item da pauta. O motivo foi o protesto de funcionários terceirizados da Secretaria de Educação, que cobram o pagamento de salários atrasados. A paralisação, iniciada na segunda-feira (9), já atinge serviços essenciais nas escolas da rede municipal.

O presidente da Casa, vereador Luciano Julião (PL), tomou a decisão após a sessão ser marcada por tensão entre parlamentares e manifestantes. “A sessão está encerrada até que os trabalhadores recebam seus salários”, declarou Julião, ao retornar do intervalo de cinco minutos que suspendeu os trabalhos.

O clima esquentou durante a fala do vereador Bruno Moura (PRD), que provocou o público presente exigindo silêncio e insinuando que os manifestantes não teriam educação. Ele se retirou da tribuna afirmando que não assinaria o pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os contratos da terceirizada e se recusou a dialogar com os trabalhadores.

Na sequência, o vereador João Paulo Rillo (PSOL) se preparava para discursar, quando o presidente suspendeu a sessão. Ao retornar, Julião anunciou o encerramento, frustrando os trabalhadores que buscavam apoio para a abertura da CPI.

Os grevistas atuam como berçaristas, escriturários, porteiros, inspetores e auxiliares de limpeza nas unidades escolares. Eles protestam contra a empresa contratada pela Prefeitura, que não realizou os repasses salariais. Em resposta, a administração municipal se comprometeu a efetuar os pagamentos diretamente aos profissionais, mas alega entraves no processo devido à ausência de dados bancários fornecidos pela terceirizada.

Com o encerramento da sessão, moções, requerimentos, indicações, projetos de lei e vetos ficaram sem análise. Não há previsão de nova data para a votação das matérias.