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Prefeito afirma que ataque à Empro partiu de Rio Preto

Polícia apreende equipamentos em investigação sobre invasão ao sistema municipal

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Jeniffer Maciel/SMCS

O prefeito de Rio Preto, Fábio Candido (PL), afirmou na tarde desta sexta-feira (6), em entrevista coletiva na sede da Empresa Municipal de Processamento de Dados (Empro), que o ataque cibernético à rede da Prefeitura partiu de alguém dentro da própria cidade. Segundo ele, há indícios de que a ação possa ter motivações políticas.

Durante a entrevista, o prefeito evitou citar nomes, mas associou o episódio a uma série de ataques nas redes sociais contra sua gestão e possível motivação política. “É só observar o volume de ataques e as narrativas construídas contra o governo. Estamos enfrentando problemas que foram ignorados por anos. Quando se põe o dedo na ferida, especialmente em temas ligados ao crime, isso incomoda. Não se trata daquelas coisas que a gente vê em filme de ficção, onde um adolescente da Índia invadiu os nossos sistemas. Aconteceu aqui em Rio Preto, já sabemos disso. E é por isso que essa investigação tem sido levada de forma sigilosa, porque o criminoso ou o grupo criminoso está por aqui. Lembrando que o crime, e aí eu sou professor dessa área, é uma atividade que tem um único objetivo, obter recursos. E nós temos que lembrar do período eleitoral que nós passamos aqui em Rio Preto, que foi alvo e inclusive está sendo alvo de investigação pela possibilidade de instalação aqui do crime organizado. Isso não é brincadeira. Não estamos aqui para brincar de fazer política. Estou aqui como administrador. Nós conseguimos vencer a primeira etapa em relação ao crime organizado, como que vencemos a eleição. Agora, o criminoso, esses grupos, eles não param por aí. Portanto, vamos continuar com essa política, levando os melhores serviços para a população e fechando as torneiras que levavam o recurso para o ralo”, declarou Candido.

Segundo o prefeito, a rede da Prefeitura tem sido alvo de cerca de 12 mil ataques cibernéticos por dia desde o início de seu mandato. Apenas este último conseguiu furar o sistema de segurança da Empro. “Um desses foguetes, infelizmente, acabou furando o nosso escudo. Mas conseguimos evitar um dano maior”, afirmou.

O ataque, segundo as investigações iniciais, teria ocorrido por meio de uma senha compartilhada, permitindo o acesso interno aos servidores e a instalação de uma ferramenta nativa do Windows para criptografar os dados.

De acordo com o presidente da Empro, Marco Rodrigues, cerca de 50% dos computadores da Prefeitura foram afetados, mas não houve vazamento nem perda de dados. “Desligamos toda a rede como medida preventiva. Já identificamos o tipo de ferramenta usada e estamos trabalhando para restabelecer todos os serviços”, explicou.

A Polícia Civil já apreendeu dois notebooks, uma CPU e dois discos rígidos para análise. Testemunhas estão sendo ouvidas e as provas passarão por perícia técnica.

Alguns serviços já foram restabelecidos, como os telefones de emergência do SAMU (192) e da Guarda Civil Municipal (153). A cobrança de pós-utilização na Área Azul também foi temporariamente suspensa.

Candido concluiu dizendo que a investigação corre em sigilo e reiterou sua intenção de manter o foco na gestão pública. “Não estamos aqui para brincar de política. O crime não parou nas urnas e vamos continuar combatendo qualquer forma de desvio de recurso público.”

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