Política
Terceirizados da Educação cobram salários atrasados em Rio Preto
Prefeitura tenta pagar salários diretamente aos trabalhadores, mas impasse gera novo atraso

Cerca de 1,4 mil trabalhadores terceirizados que prestam serviços à Secretaria Municipal da Educação de Rio Preto protestaram, na manhã desta segunda-feira (9/6), em frente ao prédio da Prefeitura. Eles reivindicam o pagamento do salário de maio, que ainda não foi depositado.
Os manifestantes são funcionários da empresa GF, responsável pela terceirização de serviços como limpeza, portaria e apoio escolar nas unidades da rede municipal. Este é o terceiro mês consecutivo em que o pagamento não ocorre no prazo previsto, até o quinto dia útil.
A Prefeitura afirma que, desde o final de maio, tenta obter autorização da empresa GF para repassar os valores diretamente aos trabalhadores, diante da falta de Certidão Negativa de Débitos (CND) por parte da contratada — documento exigido para a transferência legal de recursos públicos. A autorização formal da empresa só foi concedida na tarde da última quinta-feira (5), e o processo de coleta de dados bancários dos trabalhadores teve início logo em seguida.
Segundo a administração municipal, houve mais um contratempo na sexta-feira (6), quando a GF enviou uma lista com contas-salário, que não aceitam depósitos da Prefeitura. Após a notificação, a empresa ainda não havia enviado uma nova relação com contas correntes até a manhã de hoje.
Para evitar prejuízos no funcionamento das escolas, a Secretaria da Educação mobilizou cerca de 100 servidores próprios para atuarem emergencialmente nas unidades. Equipes pedagógicas, de apoio e do Atendimento Educacional Especializado (AEE) foram deslocadas para manter o atendimento às crianças.
A Prefeitura informou que os pagamentos serão realizados à medida que os funcionários informarem os dados bancários corretos. Aqueles que já enviaram suas informações devem receber ainda nesta segunda. Os demais devem procurar suas unidades para entregar os dados o quanto antes.
Paralelamente, a Secretaria da Fazenda está organizando os valores devidos a cada trabalhador, e deve efetuar os pagamentos de forma manual, caso necessário. A prioridade, segundo a Prefeitura, é resolver o impasse nos próximos dias.
O Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade (SETH) acompanhou a mobilização dos trabalhadores e criticou o prazo curto entre o envio das informações bancárias pela empresa e o bloqueio das contas incompatíveis com os critérios exigidos pela administração municipal.
O caso segue sendo acompanhado pelos setores envolvidos, que buscam uma solução definitiva para os atrasos recorrentes.