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Retinopatia: doença que provoca cegueira é desconhecida da maioria dos diabéticos

O acompanhamento é um fator que faz toda a diferença no controle da doença. Na pesquisa da SBRV, 87% dos entrevistados, que já tratam doenças da retina relacionadas ao diabetes, afirmaram ter uma melhora significativa na visão a partir de um acompanhamento monitorado por um oftalmologista especialista em retina

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Quem convive com o diabetes está sempre atento ao glicosímetro, aquele aparelhinho que mede a taxa de glicose no sangue. No entanto, pesquisa da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV) mostra que a maior parte da população afetada pela doença se esquece de observar outra parte importante do corpo que também sofre com os efeitos do excesso de açúcar no sangue: os olhos. Com o passar dos anos, a falta de atenção com a visão leva os diabéticos a desenvolver a Retinopatia Diabética, doença que causa cegueira irreversível.

Segundo Guilherme Favaron, oftalmologista especialista em retina e vítreo do Horp, a Retinopatia Diabética é a principal causa de cegueira na população adulta, entre 19 e 60 anos de idade. Visão embaçada, visão dupla, dificuldade para ler, perda de visão periférica e a ocorrência de manchas na visão são os principais sintomas da doença.

“A retinopatia diabética é caracterizada por alterações vasculares da retina causadas pela hiperglicemia persistente por longo tempo. Estas lesões podem levar ao acúmulo de fluido na área central da retina, que é chamado de edema macular. Os vasos sanguíneos retinianos também podem se tornar obstruídos progressivamente, o que impede o fluxo de sangue e oxigênio. Assim, surgem áreas isquêmicas que levam a formação de novos vasos, muito mais frágeis que o normal, que estão relacionados a graves complicações como hemorragia vítrea e descolamento tracional da retina.

O acompanhamento constante com um oftalmologista especialista em retina é o caminho para evitar problemas graves no futuro. No entanto, de acordo com a pesquisa da SBRV, 60% dos entrevistados que possuem diabetes do tipo 2 não sabem que a doença pode causar perda da visão e 62% não fazem qualquer acompanhamento com um especialista.

“Os dados revelados pela pesquisa são preocupantes. É muito importante que os diabéticos, além do médico endocrinologista, visitem com frequência um oftalmologista, pois os sintomas da retinopatia podem demorar anos para aparecer. Identificar a doença em seu estágio inicial é extremamente fundamental para preservar a boa visão. Via de regra, todo paciente com diabetes deve ser examinado anualmente pelo oftalmologista”, diz.

Exames no consultório podem ajudar a diagnosticar a doença. “Para detectar a Retinopatia, o médico dilata a pupila do paciente e realiza o exame de fundo de olho, que permite ver a retina”, explica. Em alguns casos, são necessários exames complementares, como retinografia (fotografia do fundo de olho), angiofluoresceinografia (exame de contraste que auxilia no diagnóstico de lesões na retina) e OCT (tomografia que determina áreas de edema da retina).

O acompanhamento é um fator que faz toda a diferença no controle da doença. Na pesquisa da SBRV, 87% dos entrevistados, que já tratam doenças da retina relacionadas ao diabetes, afirmaram ter uma melhora significativa na visão a partir de um acompanhamento monitorado por um oftalmologista especialista em retina.

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