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Depressão, um mal silencioso

Estima-se que só no Brasil mais de 17 milhões de pessoas sofrem com a depressão. Psiquiatra fala sobre tratamento, sintomas e tipos da doença

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Ela chega de mansinho, assim como quem não quer nada. Num dia, a pessoa acorda triste. No outro, senti uma vontade incontrolável de chorar, sem qualquer motivo aparente. A depressão é assim, uma doença silenciosa e que pode levar à morte. De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), até 2020 a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo. Isso significa que quem sofre de depressão tem a sua rotina virada do avesso. A pessoa deprimida deixa de produzir e tem a sua vida pessoal bastante prejudicada. Atualmente, mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a depressão no mundo – estima-se que só no Brasil, são 17 milhões. E cerca de 850 mil pessoas morrem, por ano, em decorrência da doença.

O psiquiatra Fábio Antônio Buzatto Mantovan, que atende na Partmed e em outros locais em Rio Preto, afirma que a depressão pode afetar, de inúmeras formas, o nível de humor, a perspectiva de vida, o comportamento e as funções físicas de uma pessoa. “O estado de humor de uma pessoa deprimida é quase sempre de tristeza ou de angústia. A irritabilidade é comum. Sentimento de ansiedade ou uma sensação de medo de que algo de terrível está para acontecer, com frequência acompanha os sintomas da depressão”, afirma. (Veja mais sintomas ao lado)

Segundo ele, o pensamento depressivo geralmente está associado à baixa autoestima e pode tomar a forma de ideias negativas sobre si mesmo e o seu futuro. “Já se tratando de depressão severa, sentimentos de inutilidade e desesperança podem debilitar a pessoa deprimida, a qual pode começar a achar que não vale a pena viver. Em um caso como este, o suicídio pode ser um perigo real”, enfatiza Mantovan.

Causa desconhecida

A causa da depressão não é conhecida. Sabe-se que fatores biológicos e psicológicos podem contribuir para seu aparecimento. Em algumas pessoas a hereditariedade tem um peso importante. Segundo especialistas, a depressão frequentemente começa após uma situação de estresse ou conflito e depois persiste, mesmo após a superação da dificuldade.

Pesquisas revelam que na depressão há um desequilíbrio químico no cérebro, com alterações de neurotransmissores (substâncias que fazem a comunicação entre as células nervosas) principalmente da noradrenalina e da serotonina. A descoberta destas alterações permitiu o desenvolvimento dos medicamentos chamados de antidepressivos. O tratamento da doença é feito por meio desses medicamentos e acompanhamento psicológico. “O tratamento antidepressivo deve ser entendido de uma forma globalizada levando em consideração o ser humano como um todo incluindo dimensões biológicas, psicológicas e sociais”, afirma o psiquiatra.

O tratamento da doença se faz atualmente com a combinação dos medicamentos antidepressivos com a psicoterapia. Ainda segundo o psiquiatra, a razão para a utilização das duas formas de tratamento está na sua complementaridade. “A depressão, qualquer que seja sua origem, acarreta na pessoa deprimida uma série de alterações em suas relações com as pessoas que a cercam, em suas atividades e fundamentalmente, na forma de expressão afetiva que possui. A dinâmica de suas emoções encontra-se prejudicada. É nesses aspectos que a psicoterapia pode auxiliá-la. Leva a pessoa a reflexões sobre o funcionamento dinâmico de suas emoções, possibilitando assim a reconstituição de seu modo de ser, que se encontra circunstancialmente alterado”. Representam fatores de risco para depressão: estresse, fatores genéticos, uso de medicamentos, presença de doenças, tipo de personalidade, alcoolismo, tabagismo, uso de drogas, puberdade, pós-parto, menopausa, entre outros.

Saiba quais os principais sintomas:

– Angústia e Tristeza;

– Fadiga, Cansaço e Perda de Energia;

– Sentimentos de Inutilidade, de Falta de Confiança e baixa Autoestima;

– Sentimentos de Culpa e Sentimento de Incapacidade;

– Falta ou Excesso de Apetite;

– Perturbação do Sono;

– Falta ou Alterações na Concentração;

– Preocupações Recorrentes;

– Desinteresse, Apatia e Tristeza;

– Diminuição do Desejo Sexual;

– Irritabilidade;

– Manifestação de Sintomas Físicos, como Dores Musculares, Dores Abdominais, entre outros;

Alerta: Se você ou alguém da sua família apresenta a maioria desses sintomas por um período superior a três semanas, é sinal de que pode estar sofrendo de depressão. Procure um médico ou psicólogo e se informe sobre os diversos tratamentos. A depressão é uma doença e ela tem cura.

Tipos de depressão: 

Depressão pós-parto: surge após o parto e gera sintomas como tristeza, irritabilidade ou rejeição do bebê;

O transtorno depressivo maior: é caracterizado pela combinação de sintomas que interferem com a capacidade de a pessoa trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar atividades que antes eram prazerosas;

Depressão bipolar: caracteriza-se por mudanças constantes no humor dos indivíduos, variando entre depressão profunda e alegria excessiva;

Depressão reativa: surge após um acontecimento estressante, como morte de um familiar, e para o qual o indivíduo não consegue reagir;

Distimia: presença de vários sintomas típicos de depressão durante mais de dois anos, sendo a tristeza constante como principal sintoma;

Depressão atípica: apresenta sintomas contrários aos da depressão normal, tendo os pacientes maior necessidade de dormir, comer ou ter contato íntimo;

Distúrbio afetivo sazonal: episódios de depressão anuais, principalmente quando há mudanças de estações, devido à falta de sol, e tem como sintomas fadiga, tendência a comer muito doce e sonolência;

Síndrome pré-menstrual: presença de pelo menos cinco dos sintomas comuns da depressão durante o ciclo menstrual, piorando na semana anterior à menstruação;

Depressão psicótica: além dos sintomas de depressão, podem aparecer delírios e alucinações.

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