Rio Preto receberá 1,5 mil unidades de vacinas testes contra a dengue

Doses da vacina contra a dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantan, serão aplicadas em 1,5 mil voluntários na manhã desta quinta-feira (dia 23) na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Toninho em Rio Preto. A ação envolve também a Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) e a Secretaria Municipal de Saúde.

A vacina desenvolvida pelo Instituto também será testada em Manaus/AM, Porto Velho/RO, Boa Vista/RR, Aracaju/SE, Recife/PE, Fortaleza/CE, Brasília/DF, Cuiabá/MT, Campo Grande/MT, Belo Horizonte/MG e Porto Alegre/RS. Rio Preto é a única cidade interiorana a participar dos testes e a segunda a começar o ensaio clínico. Por enquanto somente São Paulo iniciou os testes.

De acordo com o pesquisador Maurício Lacerda Nogueira, chefe do Laboratório de Virologia da faculdade e coordenador da pesquisa em Rio Preto, a cidade foi escolhida para testar a imunização por ter uma alta incidência de casos de dengue e por ter um sistema de saúde estruturado.

A Famerp será responsável por conduzir o estudo na cidade e contará com apoio técnico da Secretaria Municipal de Saúde. Nos próximos cinco anos, o grupo de pesquisadores da instituição acompanhará a população vacinada. Em Rio Preto, serão testadas 1,5 mil pessoas, sendo que 1 mil receberão vacina e outras 500 receberão placebo (definido na medicina como droga ou intervenção que não tem efeito direto em doenças, é a simulação da vacina).

“Durante o período de estudos da vacina, vamos comparar os casos de dengue entre os pacientes que receberam a vacina e o placebo e entender o comportamento da imunização em cada um. A partir daí, teremos os primeiros resultados para medir a eficácia”, comenta o chefe do Laboratório de Virologia. 

A equipe que vai atuar nos testes das vacinas é composta por 20 profissionais, entre médicos, farmacêuticos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, biólogos, biomédicos e agentes comunitários.

Dulcimar Donizeti de Souza, diretor Geral da Famerp, explica que a faculdade foi convidada a participar dos testes por conta da expertise na área de dengue. “Esse estudo fortalece a atuação da faculdade em pesquisas importantes e reconhecidas nacionalmente. Para nós, é muito importante fazer parte de um estudo histórico como esse”, finaliza.