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Observatório Covid-19 aponta fase de extinção da ‘terceira onda’ no Brasil

Segundo o documento, pela primeira vez, desde maio de 2020, nenhum estado superou a marca de 0,3 óbitos por 100 mil habitantes

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De acordo com o Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, o Brasil segue em ritmo de queda de indicadores de incidência e mortalidade por covid-19. O documento destaca que pela primeira vez, desde maio de 2020, nenhum estado superou a marca de 0,3 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo os pesquisadores, os novos dados permitem afirmar que a “terceira onda” epidêmica no Brasil, com o predomínio da Ômicron entre os casos, está em fase de extinção.

O atual cenário sinaliza redução gradual dos principais impactos da pandemia, com diminuição do número de casos graves, internações e óbitos. Os cientistas alertam que, no entanto, esse quadro não significa o fim da pandemia e pode ser alterado caso surjam novas variantes mais letais ou que escapem da imunidade provocada por vacinas contra a Covid-19. A análise é referente às Semanas Epidemiológicas do período de 20 de março a 2 de abril de 2022.

A tendência de queda se reflete também nos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) por Covid-19. Nas fases mais críticas da pandemia, 98% das internações por SRAG eram positivas para Covid-19. Atualmente, essa proporção se encontra em 50,7%. Outro indicador estratégico, a taxa de letalidade por Covid-19 permaneceu em valores próximos a 0,8%.

Perfil Demográfico

A fase atual mostra um rejuvenescimento da pandemia com novo padrão a partir da base da pirâmide e não pelo topo. A idade média das internações e óbitos vem reduzindo significativamente. A mediana das internações também apresentou queda nas duas últimas semanas: agora, a idade média das internações se mantém abaixo dos 60 anos. Na SE 12 de 2022, metade das internações ocorreu em pessoas entre 67 anos (leitos clínicos e UTI).

Em relação aos óbitos, metade dos eventos foi registrada em pessoas com no mínimo 74 anos. Na visão dos cientistas, esta evidência reforça a ideia de que a população, principalmente a mais longeva, possui maior vulnerabilidade às formas graves e fatais da Covid-19. Ainda quanto aos óbitos, o estudo mostra que a variabilidade em torno da idade média aumentou durante esta fase da pandemia. Ao mesmo tempo em que casos graves e fatais estão mais concentrados nas idades mais avançadas, cresce a contribuição de grupos mais jovens, principalmente de crianças no total do número de casos.

“A idade se estabelece com um fator de risco independente para o agravamento. Por outro lado, há a maior vulnerabilidade das crianças, provocada principalmente pela baixa adesão deste grupo à vacinação. O que ocorre é uma maior contribuição relativa dos grupos extremos da pirâmide etária para as internações e óbitos, especialmente das crianças”, disse os pesquisadores. Entretanto, a manutenção da letalidade no grupo de 80 anos e mais é motivo de preocupação, de acordo com o estudo. Segundo os cientistas, esse fato reforça a necessidade de vacinar aqueles que ainda não tomaram a terceira dose, assim como a aplicação da quarta dose naqueles elegíveis.

Leitos de UTI para Covid-19 

O cenário relativo às taxas de ocupação de leitos de UTI SRAG/Covid-19 apresentado pelo país no último dia 4 de abril é semelhante aos dados obtidos em 21 de março, que sinalizaram que todos os estados e o Distrito Federal estavam com taxas inferiores a 60% pela primeira vez desde julho de 2020.

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