Saúde
O tratamento do lipedema é clínico na maior parte das vezes
Artigo escrito pelo Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel
O lipedema representa uma doença até então subdiagnosticada, que se caracteriza por um processo inflamatório corporal. A inflamação, que geralmente apresenta traços genéticos, ocorre especialmente no público feminino, resultando no acúmulo tecidual em determinadas regiões do corpo, tais como, quadril, coxa, glúteos e braços.
Existem algumas diferenças entre a mulher obesa e a mulher com lipedema. No caso da obesidade, identifica-se uma grande quantidade de células gordurosas no corpo; enquanto no lipedema, observa-se um aumento no tamanho da célula de gordura presente determinada região do tecido subcutâneo, em decorrência do processo inflamatório. Além disso, na obesidade a distribuição da célula de gordura é global, resultando em ganho de peso. Por outro lado, no lipedema, o acúmulo de células gordurosas ocorre especificamente em determinadas regiões do corpo, mais comumente no quadril e nas coxas, o que promove o acúmulo tecidual, a indesejada desproporção corporal e o consequente ganho de peso.
Apesar da atual maior procura por exames que possam diagnosticar o lipedema, infelizmente até o momento não dispomos de métodos diagnósticos de imagem que permitam a elucidação clínico – radiológica do lipedema. A avaliação clínica e o exame físico ainda são fundamentais na decisão diagnóstica. Muitas vezes, exames como o doppler vascular, são solicitados para afastar ou confirmar outras doenças com sintomas clínicos similares, tais como, insuficiência de veias safena e trombose venosa profunda.
A morte da global Luana Andrade, que supostamente foi submetida a uma lipoaspiração no joelho para tratamento do lipedema levanta o questionamento sobre as reais indicações do tratamento cirúrgico para o lipedema. Nos últimos dias, grande parte das pacientes que frequentam o consultório está indagando sobre o ocorrido, ponderando se uma mulher jovem, com atributos corporais dentro dos padrões de beleza exigidos pela mídia realmente necessitaria de uma lipoaspiração para tratamento do lipedema.
Existem alguns pilares para o tratamento do lipedema, que devem ser respeitados. A disciplina e força de vontade do paciente são essenciais para o sucesso do tratamento. Dieta anti-inflamatória, exercícios físicos aeróbicos com ênfase no fortalecimento muscular da panturrilha, terapia compressiva, apoio fisioterápico com drenagem linfática e fisioterapia motora e avaliação vascular para identificar alterações no sistema venoso superficial e profundo constituem os pilares pétreos do tratamento clínico do lipedema.
Apoio psicológico e tratamento cirúrgico com lipoaspiração são reservados para os casos avançados, quando houve o insucesso do tratamento clínico e se constata a piora da desproporção corporal com comprometimento estético e psicológico significativos, além de limitação física decorrente do acúmulo tecidual. Para mais informações, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.
Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel. Doutor em Pesquisa em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, especialista nas áreas de Cirurgia Vascular, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular e coordenador do curso de Medicina da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago).
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