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Trombose e embolia pulmonar após procedimentos estéticos

Artigo escrito pelo Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel

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É cada vez maior a procura por procedimentos estéticos como a lipoaspiração. A busca pela perfeição corporal, em alguns casos até mesmo de forma exagerada, exige acompanhamento médico para evitar complicações. Nos últimos dias, a influencer Luana Andrade apresentou intercorrências clínicas após realizar uma cirurgia de lipoaspiração, evoluindo para parada cardiorrespiratória em decorrência de embolia pulmonar.

Os eventos tromboembólicos, caracterizados pela trombose venosa profunda e pela embolia pulmonar, resultam do trauma cirúrgico, da predisposição intrínseca a um estado de hipercoagulação e pela lentificação do fluxo sanguíneo, conhecido como estase, durante o procedimento e a recuperação pós-operatória.

Na maior parte das vezes, a embolia pulmonar representa a evolução de um quadro de trombose venosa profunda nos membros inferiores. O coágulo sanguíneo, que está obstruindo a circulação venosa periférica, desprende-se e ao percorrer o sistema circulatório obstrui as artérias pulmonares, dificultando a oxigenação sanguínea.

Nos casos de embolia pulmonar maciça, em que ocorre obstrução de uma parcela expressiva de vasos sanguíneos pulmonares, a dificuldade ventilatória é evidente, com evolução para insuficiência respiratória aguda, descompensação hemodinâmica e parada cardiorrespiratória.

Apesar da gravidade do quadro clínico, a dor torácica de aparecimento repentino e a angústia respiratória, na maior parte dos casos, representam os principais sintomas sugestivos de evolução para a embolia pulmonar. A presença de batimentos cardíacos acelerados e de um ritmo respiratório anormal também podem ser observados nos quadros agudos.

Tradicionalmente, os procedimentos cirúrgicos como cirurgias plásticas, cirurgias bariátricas, cirurgias oncológicas e cirurgias ortopédicas sempre estiveram associadas a um maior risco de evolução para eventos tromboembólicos. Além disso, o uso de anticoncepcionais orais, a gravidez, o período puerperal e o histórico familiar também constituem importantes fatores de risco para a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar.

Uma pessoa deveria, portanto, evitar a realização de procedimentos estéticos uma vez que o risco de trombose e embolia pulmonar é maior? A melhor resposta consiste em avaliar individualmente caso a caso. Toda pessoa merece se cuidar e valorizar o seu corpo, sempre com o intuito de preservar sua saúde e melhorar sua autoestima e sua qualidade de vida. Todavia, a avaliação conjunta com o médico vascular, profissional responsável pelos cuidados com a circulação e pela prevenção de eventos tromboembólicos, associado a orientação quanto às medidas profiláticas pré-operatórias, pode reduzir de maneira expressiva o risco de trombose venosa profunda e de embolia pulmonar associado a procedimentos cirúrgicos estéticos. Para mais informações, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.

Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel. Doutor em Pesquisa em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, especialista nas áreas de Cirurgia Vascular, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular e coordenador do curso de Medicina da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago).

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