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Famerp integra rede de pesquisas para monitorar vírus e novas pandemias

Projeto conta com a parceria de quatro estados brasileiros e vai se estender até 2028

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O virologista e diretor adjunto de pós-graduação da Famerp, Maurício Lacerda Nogueira, que coordenou as pesquisas da vacina do novo coronavírus em Rio Preto, será o coordenador substituto do Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCT) em Vigilância Genômica e Saúde Única. O projeto iniciou em 2023 e se estenderá até 2028.

O INCT deve contar, em sua coordenação, com uma instituição sede que apresente excelência em produção científica e/ou tecnológica, alta qualificação na formação de recursos humanos e capacidade para atrair recursos de outras fontes. O INCT será coordenado pelo professor Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, onde a sede está localizada.

Segundo Spilki, entre as atividades do grupo está monitorar a circulação de novos vírus em animais silvestres e verificar a dinâmica de circulação de diferentes agentes virais em seres humanos e animais domésticos. Também haverá recursos disponíveis para investigar casos novos e não resolvidos pelos métodos convencionais de diagnóstico, em diferentes espécies e em pessoas.

“O projeto nos permite trabalhar na fronteira mais importante, no sentido de antecipar novas pandemias. Esse tipo de informação também é relevante no dia a dia para os órgãos que monitoram a saúde animal e humana e ainda para auxiliar na conservação de espécies da fauna brasileira”, explica.

“Essa rede tem uma parte gerada pela Rede Corona-ômica.BR/MCTI, que já foi uma parceria de muito sucesso, liderada pelo Fernando Spilki e pela Universidade Feevale. Essa nova rede de vigilância vai nos permitir expandir não só questões de coronavírus, mas de outros patógenos que são importantes para a saúde humana e animal”, afirma Maurício Nogueira, virologista da Famerp e, agora, coordenador substituto do INCT.

Sediado na Universidade Feevale (RS), o anúncio do financiamento foi feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A instituição conta com a parceria de quatro estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, além dos países Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.
O projeto foi selecionado na última chamada pública do programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTs) em 2022. O programa, criado em 2008, caracteriza-se por grandes projetos de pesquisa de longo prazo em redes nacionais ou internacionais de cooperação científica, envolvendo pesquisadores e bolsistas das mais diversas áreas para o desenvolvimento de projetos de alto impacto científico e formação de recursos humanos.

De acordo com a pesquisadora Helena Lage Ferreira, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), e também uma das pesquisadoras do programa, o INCT aprovado tem enfoque em vigilância genômica e saúde única. Ela destaca a união de redes estabelecidas durante a pandemia de Covid-19, como a Rede Corona-ômica.BR/MCTI (atuante na vigilância genômica de vírus), Rede Previr/MCTI (Rede Nacional de Vigilância de Vírus em Animais Silvestres), Rede Vírus Diagnóstico (envolvida no desenvolvimento de diagnóstico de Covid-19) e Rede Laboratório de Campanha.

Para a pesquisadora, haverá um grande impacto científico para o país, pois somará os esforços já estruturados para o monitoramento e os estudos avançados dos vírus emergentes e reemergentes, como Zika, SARS-CoV-2 e influenza aviária. “Com isso, teremos o INCT para impulsionar as pesquisas nessa área, juntando lideranças da virologia com diferentes perfis para monitorar e ajudar no controle dos vírus emergentes”, diz Helena.

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