Existem diferenças entre a obesidade masculina e a obesidade feminina?

A obesidade constitui um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, cuja incidência tem aumentado de maneira exponencial nos últimos anos. A dinâmica da sociedade moderna, o mercado de trabalho competitivo e o maior consumo de alimentos do tipo fast food têm contribuído para o ganho de peso corporal. Em termos técnicos, a obesidade caracteriza-se por um índice de massa corporal > 30 Kg/m².

De um modo geral, a obesidade está associada ao diabetes mellitus, uma doença perigosa que aumenta a probabilidade de complicações na macro e na microcirculação. Uma pessoa obesa que desenvolve diabetes mellitus apresenta maior risco de infarto do miocárdio, derrame cerebral, má circulação e alterações nos pés, com formação de feridas e abscessos locais.

Apesar da tendência fitness do mundo moderno, muitas pessoas encontram dificuldades em conciliar vida pessoal e rotina no trabalho com alimentação saudável e prática de atividades físicas. Além disso, a disciplina necessária para a perda ou para a manutenção do peso corporal paulatinamente demonstra sinais de fragilidade em seus pilares, o que favorece a breve aderência a dietas restritivas, o abandono das atividades físicas e a tendência ao maior consumo de alimentos ricos em açúcares, carboidratos complexos e gorduras saturadas.

A obesidade masculina evolui, ao longo dos anos, com maior incidência de alterações circulatórias periféricas e de doenças cardiovasculares. O homem obeso apresenta um fenômeno aterosclerótico acelerado, com deposição de placas de colesterol nas artérias dos membros inferiores e de órgãos vitais, como cérebro, coração e rins. Além da preocupação com infarto do miocárdio, derrame cerebral e má circulação nas pernas, todo homem obeso deve estar atento a saúde dos seus pés.

Existe maior probabilidade de formação de feridas e de tecidos necróticos, abscessos infecciosos, micoses interdigitais e alterações no arcabouço ósseo no homem obeso diabético. O mal perfurante plantar, caracterizado pela presença de uma úlcera profunda na planta dos pés, representa a porta de entrada para infecções nos pés e, acima de tudo, constitui um sinal de alerta para futura perda do membro.

A obesidade feminina, por outro lado, está mais associada a problemas ortopédicos, em decorrência da sobrecarga corporal sobre as articulações do joelho, do tornozelo e dos pés. Apesar da proteção circulatória oferecida pelo colesterol HDL, conhecido como “colesterol bom”, a mulher obesa também deve manter atenção especial ao sistema circulatório, uma vez que o risco de complicações vasculares é maior na presença de obesidade e diabetes mellitus. Além disso, a obesidade feminina está associada a quadros de depressão e queda na autoestima.

A mulher obesa também pode evoluir com doença venosa avançada, caracterizada por varizes de grosso calibre, eczema, dermatite e formação da úlcera venosa de estase. O check-up vascular constitui a melhor forma de prevenir alterações circulatórias tanto no homem quanto na mulher obesa. Para mais informações acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.

Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel. Doutor em Pesquisa em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, especialista nas áreas de Cirurgia Vascular, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular e coordenador do curso de Medicina da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago).