Orientações circulatórias pós-cirurgia ortopédica

A nossa circulação é passível de alterações relacionadas a procedimentos cirúrgicos, em especial após cirurgias ortopédicas, tais como, colocação de prótese de quadril e de joelho ou tratamento de fraturas ósseas. A presença de edema no pós-operatório imediato é esperado, em especial naqueles em que se faz necessário o uso de talas gessadas ou apoios durante a deambulação, como muletas ou cadeiras de roda.

O trauma decorrente do procedimento cirúrgico aumenta o risco de eventos tromboembólicos. Estima-se que aproximadamente 30% a 40% dos pacientes submetidos a cirurgias de prótese de quadril e de joelho evoluem com trombose venosa profunda. Atualmente, recomenda-se a prevenção da trombose venosa no pré-operatório com pequenas doses de anticoagulantes; além disso, já foi comprovada a necessidade de estender a profilaxia no pós-operatório por período aproximado de 14 dias ou de acordo com a situação clínica do paciente.

O diagnóstico clínico da trombose venosa está relacionado aos sintomas apresentados durante a evolução pós-operatória. O edema localizado no membro que foi operado, acompanhado por dor e tensão muscular, sugerem a possibilidade de um evento trombótico. Valorizar as manifestações clínicas é fundamental para o diagnóstico, que deve ser confirmado com avaliação médica especializada e o doppler vascular.

A avaliação multidisciplinar é de suma importância nestes casos uma vez que a prevenção e o tratamento da trombose venosa envolvem avaliação circulatória periférica, os cuidados com a vascularização pulmonar e a reabilitação fisioterápica para controle do inchaço nos membros. Acima de tudo, o esforço para a prevenção e o diagnóstico precoce da trombose venosa diminuem a probabilidade de evolução para a embolia pulmonar.

A embolia pulmonar caracteriza-se pela obstrução da circulação pulmonar pelo trombo que se formou nas veias dos membros inferiores. Dor torácica, angústia respiratória, falta de ar e batimentos cardíacos acelerados sugerem a evolução da trombose venosa para a embolia pulmonar, o que muitas vezes exige internação hospitalar para adequada compensação clínica e melhor suporte respiratório.

Além da prevenção da trombose venosa, o estímulo circulatório é necessário durante o período de recuperação das cirurgias ortopédicas. Medicações flebotônicas, que facilitam o fluxo de sangue o interior do sistema venoso; fisioterapia motora e drenagem linfática; e exercícios direcionados à musculatura da panturrilha representam medidas que ativam a circulação no pós-operatório, reduzindo o inchaço, melhorando a performance muscular e acelerando a recuperação pós cirúrgica. Para mais informações, acesse o site www.drsthefanovascular.com.br.

Prof. Dr. Sthefano Atique Gabriel. Doutor em Pesquisa em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, especialista nas áreas de Cirurgia Vascular, Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular e coordenador do curso de Medicina da União das Faculdades dos Grandes Lagos (Unilago).