Dietas e saúde cardiovascular

Ao longo dos séculos, a observação empírica permitiu ao ser humano identificar alimentos mais benéficos para a saúde do coração. Com o avanço científico, tornou-se possível correlacionar hábitos alimentares aos desfechos cardiovasculares, levando ao desenvolvimento de modelos de dieta adaptados a fatores geográficos, culturais e socioeconômicos. No entanto, mesmo com tantos estudos, persiste a dúvida: qual é o melhor modelo alimentar para manter a saúde cardiovascular?

Estudos populacionais recentes, como o do grupo OPERA (Itália, 2020), identificaram aspectos fundamentais para uma dieta saudável ao coração:

• Redução de carboidratos simples: diminui lipídios, pressão arterial e favorece o controle de peso.
• Menor ingestão de gorduras saturadas: reduz o colesterol LDL e o risco de obstruções vasculares.
• Controle no consumo de açúcares refinados: evita o aumento de triglicérides e obesidade.
• Aumento da ingestão de fibras: reduz o risco cardiovascular em até 22%.
• Ômega-3 e antocianinas: combatem inflamações e reduzem colesterol/triglicérides.
• Vitaminas C e E: podem ter efeito protetor, embora os dados ainda não sejam conclusivos.

Com base nessas evidências, destacam-se quatro modelos de dieta:

• Dieta Mediterrânea: rica em frutas vermelhas, vegetais, grãos, peixes e com baixo consumo de carnes vermelhas e açúcares. É altamente recomendada por sociedades médicas internacionais.
• Dieta DASH: foca na redução do sal para controle da pressão arterial, seguindo princípios semelhantes aos da dieta mediterrânea.
• Dieta Vegetariana: mostra benefícios cardiovasculares, mas exige atenção às possíveis deficiências nutricionais. Estudos indicam redução de até 30% nos eventos cardiovasculares.
• Dieta Cetogênica: rica em gorduras e pobre em carboidratos, pode ajudar na perda de peso e no perfil lipídico, mas os efeitos positivos nem sempre são duradouros.