Saúde
Cirurgia de Valvas Cardíacas após os 50 anos
Artigo escrito pelo Prof. Dr. Edmo Atique Gabriel

Envelhecer é uma etapa natural do ciclo humano — e, felizmente, cada vez mais pessoas têm encarado essa fase com vitalidade e disposição para cuidar melhor da saúde. O coração, órgão central da vida, merece atenção especial após os 50 anos, principalmente no que diz respeito às valvas cardíacas, estruturas responsáveis por regular o fluxo de sangue dentro e fora do coração.
O coração possui quatro valvas: duas no lado esquerdo (mitral e aórtica), que controlam o sangue que segue para o corpo, e duas no lado direito, relacionadas aos pulmões. Com o passar dos anos, essas valvas podem sofrer desgaste e calcificação, o que dificulta o funcionamento normal do coração, podendo levar à insuficiência cardíaca.
A valva mitral, localizada entre as câmaras do coração, é uma das mais afetadas pelo envelhecimento. Sua degeneração é a segunda principal causa de cirurgia cardíaca valvar. Entre as alterações mais comuns estão o enrijecimento, perfurações e dilatações do coração. O tratamento tradicional ainda é feito por meio de cirurgia aberta, em que o cirurgião repara ou substitui a valva por uma prótese biológica ou metálica. As próteses biológicas são preferidas em pessoas mais velhas por dispensarem o uso contínuo de anticoagulantes.
Nos últimos anos, a medicina avançou com técnicas minimamente invasivas, como o uso de videotoracoscopia, robôs e o dispositivo Mitral Clip, que aproxima as partes da valva mitral, reduzindo o vazamento de sangue, com excelentes resultados em pacientes idosos.
Já a valva aórtica, que controla o maior fluxo de sangue bombeado pelo coração, também sofre alterações com o envelhecimento. Uma variação anatômica conhecida como valva bicúspide pode acelerar a degeneração, causando sintomas como dor no peito, falta de ar e tontura. Nesses casos, a cirurgia é essencial.
O maior avanço na área é o implante transcateter de valva aórtica (TAVI), técnica que dispensa a abertura do peito. Por meio de um cateter introduzido pela artéria da virilha, o médico conduz uma nova válvula até o coração, corrigindo a função da valva comprometida em um procedimento rápido e de recuperação acelerada. Inicialmente indicada para pacientes de alto risco, a TAVI vem sendo ampliada para casos mais diversos devido à sua eficácia e segurança.
Com o aumento da expectativa de vida e o aprimoramento das tecnologias médicas, o número de cirurgias valvares tem crescido. Hoje, pessoas acima de 50 anos contam com diversas opções terapêuticas, capazes de restaurar a função cardíaca e oferecer melhor qualidade de vida. O segredo está no diagnóstico precoce, no acompanhamento médico regular e na escolha individualizada da técnica cirúrgica. Assim, é possível viver mais — e melhor — mesmo após uma cirurgia cardíaca.
Prof. Dr. Edmo Atique Gabriel. Cardiologista com especialização em Cirurgia Cardiovascular, orientador de Nutrologia e Longevidade e coordenador da Faculdade de Medicina da Unilago.
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