Funfarme e Famerp realizam evento sobre acidentes com animais peçonhentos

O aumento dos acidentes com escorpiões em Rio Preto e região acende o alerta entre gestores e profissionais da saúde. Para debater o tema e alinhar estratégias de enfrentamento, o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) e o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), ambos do complexo Funfarme, em parceria com a Famerp, promoveram nesta sexta-feira (10) o I Fórum Regional sobre Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos.

Referência em atendimentos de alta complexidade, o Hospital de Base de Rio Preto recebe pacientes de mais de 102 municípios do Noroeste Paulista e é considerado centro de referência no manejo de casos graves.

Casos de escorpiões em alta

De acordo com o NHE, o número de notificações de acidentes com animais peçonhentos cresceu de 420 casos em 2024 para 551 em 2025 (até 8 de outubro). O maior aumento está relacionado aos acidentes com escorpiões, que passaram de 300 registros no ano passado para 396 neste ano — sendo 66,6% das vítimas crianças entre 0 e 14 anos.

O evento reuniu mais de 400 profissionais de saúde de diversos municípios, com foco em capacitação, padronização de protocolos e fortalecimento do fluxo de atendimento, para garantir respostas mais rápidas e eficazes às ocorrências.

Capacitação e prevenção

Durante o fórum, especialistas apresentaram dados atualizados e discutiram novas condutas clínicas.

A Dra. Maria Lúcia Machado Salomão, coordenadora do NHE da Funfarme e professora da Famerp, destacou que o crescimento dos acidentes escorpiônicos exige atualização constante dos profissionais.

“É fundamental capacitar os profissionais que atuam nos serviços de saúde da região e orientar os municípios sobre medidas de prevenção. O treinamento inclui o uso correto do antídoto para os acidentes escorpiônicos”, afirmou.

O Prof. Dr. Carlos Alberto Caldeira Mendes ministrou três palestras sobre diagnóstico e tratamento de acidentes ofídicos (com serpentes), escorpiônicos e com aranhas. Ele reforçou a importância da qualificação para o atendimento.

“Isso vai proporcionar aos profissionais uma melhor compreensão sobre diagnóstico e tratamento. Em Rio Preto, além do Hospital de Base, o atendimento com soro agora também será realizado nas UPAs Jaguaré e Norte. O soro é necessário em cerca de 10% dos casos”, explicou.

O diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS-15), Dr. André Baitello, destacou que o Noroeste Paulista apresenta alta prevalência de acidentes com escorpiões, e o fórum contribui para aprimorar o fluxo regional de atendimento.

“O objetivo é mostrar a importância do tema, apresentar condutas adequadas e mapear os pontos estratégicos de atendimento disponíveis na região”, completou.