Indústrias do setor de chocolate ‘encolhem’ tamanho do ovo de Páscoa

As indústrias do setor de chocolate reduziram neste ano a média do tamanho dos ovos de Páscoa para driblar as incertezas econômicas e manter a produção e vendas de chocolates. Basta uma volta pelos supermercados de Rio Preto para encontrar as extensas fi leiras de ovos de chocolate para todos os gostos e bolsos. Mesmo tendo reajustado o preço do chocolate entre 6% e 10%, com a estratégia de oferecer ovos menores, os fabricantes acreditam que o consumidor não deixará de comprar o tradicional presente de Páscoa, apesar dos salários corroídos pela inflação.

O Brasil é o terceiro maior consumidor e produtor do mundo em chocolates, atrás apenas dos Estados Unidos e Alemanha, com consumo per capita de 2,5 kg/ano. “Reunir e presentear entes queridos com ovos de chocolate faz parte da cultura nacional. A nossa Páscoa é uma das maiores do mundo e o símbolo de renovação e carinho expresso pelos ovos é muito forte.

Por isso todos os anos a indústria traz inovações que visam  atender um mercado cada vez mais exigente, que quer conciliar o simbolismo da festividade com sabores e opções variados”, afi rma Getúlio Ursulino Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim Balas e Derivados (Abicab), que não quis comentar sobre a estratégia das indústrias de diminuir a média dos ovos de chocolate de 400 gramas no ano passado para 250 gramas neste ano.

Levando em conta o valor do grama do chocolate os aumentos são maiores, no caso do Galak, chocolate branco da Nestlé, que “encolheu” de 230g para 210g, mas teve uma alta de preço, em média, de R$ 25,88 para R$ 27,79 (mesmo menor neste ano). Estes valores foram verificados nos supermercados de Rio Preto. A Nestlé e a Lacta decidiram concentrar a produção nas opções preferidas do consumidor em tamanhos reduzidos. Um exemplo é o Especialidades de 750 gramas, que este ano vem na versão de 350 gramas e custa R$ 36,90.