Dupla é presa em flagrante por tráfico de drogas e posse de arma de fogo

Dois homens foram presos no Parque da Cidadania, em Rio Preto nesta segunda-feira (26) com drogas e uma arma de fogo. De acordo com informação do boletim de ocorrência, outros dois envolvidos no caso foram ouvidos e liberados, mas um deles será alvo de investigação policial posterior.

O caso teve início por volta de 16h40, quando agentes do Baep realizavam patrulhamento por vias do local, e viram um veículo KA branco, que aparentava ser de aplicativo, com dois indivíduos no banco traseiro. Segundo o depoimento dos policiais, o motorista demonstrou muito nervosismo e por isso realizaram o retorno com a viatura e optaram pela abordagem.

Ao serem abordados, o condutor, foi identificado como tendo 33, e os passageiros 32 e 31 anos. Nesse momento, o homem de 32 anos informou que tinha outro nome aos PMs. Como ele havia R$ 600 em dinheiro. Na revista pessoal dos ocupantes nada ilegal foi localizado.

Mas no assoalho traseiro do veículo tinha uma pistola calibre 380 com numeração suprimida e dez munições intactas. Questionado, o suspeito de 32 anos rapidamente assumiu a posse da arma e afirmou que iriam pegar um terceiro passageiro no bairro Parque da Cidadania e se dirigir até o Vida Nova.

Já no Vida Nova, em endereço indicado pelo suspeito, os agentes localizaram um homem na porta da casa com uma sacola na mão. Este, quando viu a viatura, saiu correndo para a parte dos fundos do imóvel. Os oficiais conseguiram ver quando o novo suspeito atirou a sacola para um matagal existente na área dos fundos.

Eles conseguiram abordar o homem, 30 anos. Com o auxílio do canil localizaram a sacola atirada no mato, que continha 118 porções de maconha. Questionado, o suspeito afirmou que o material era dele e seria destinado ao tráfico. Nada mais ilícito foi encontrado, e ele confessou estar esperando os dois passageiros do KA e mais uma pessoa – que não quis dizer o nome – para uma reunião em que iriam tratar de um roubo que seria cometido em Mirassol.

O motorista de aplicativo afirmou que pegou os passageiros no bairro Nunes e os levaria para um endereço no Cidadania e, que quando viram a viatura, recebeu ordem para acelerar e não parar porque estavam armados. Ele disse que não sabia nada sobre a arma antes e não tem qualquer ligação com os suspeitos.

Em seguida, o homem de 32 anos afirmou que apresentou-se com outro nome porque é fugitivo de uma unidade prisional. Por meio de pesquisa, os agentes descobriram existir contra ele um mandado de prisão desde o último dia 29 de setembro.

Diante dos fatos, os PMs deram voz de prisão aos envolvidos e os encaminharam para a Central de Flagrantes.

Depoimentos

Na delegacia, o motorista confirmou ao delegado o que já havia relatado aos policiais militares e se colocou à disposição para quaisquer outros esclarecimentos necessários.

O passageiro de 31 anos, ao lado de advogada, afirmou que está ‘saididnha’ e cumpre pena no CPP da cidade de Pacaembu (SP). Disse ainda que combinou com o suspeito de 32 anos para pegá-lo e levá-lo ao cabeleireiro, quando foram abordados pela viatura da PM e só ficou sabendo da arma nesse momento. Ele negou que fosse a qualquer outro local que não seja o referido cabeleireiro.

Já o homem de 32 anos, que portava a arma, alegou ao delegado que está desempregado, pois estava preso desde 2008, confessou que comprou a arma de um desconhecido no mês de setembro após ter sido beneficiado com a saída temporária e pagou R$ 6 mil. Afirma que adquiriu o revólver para defesa pessoal com medo de represálias.

O dinheiro teria sido resultado de ‘bicos’ que fez como pedreiro e pintor. Ele negou que teria dito aos policiais que se preparava para cometer um crime com os demais envolvidos na ocorrência. Além disso, confirmou que o colega não sabia nada mesmo sobre a presença da arma no carro. No final não respondeu mais nenhuma pergunta.

Por fim, o último envolvido, o homem de 30 anos, declarou que está desempregado e beneficiado pela saída temporária de três dias, negou qualquer tipo de crime e garantiu que apenas conhece o passageiro de 31 anos de longa data. Não conhece o suspeito que portava a arma e frisou que estava indo para um churrasco e que apenas chamou o amigo por mensagens para participar da festa.

Ainda no depoimento fez questão de ressaltar que os policiais entraram na casa sem permissão, não apresentando qualquer autorização para isso e os acusou de “obrigá-lo a entregar uma arma, senão assumiria o ‘BO’ de tráfico de drogas, pois já possui passagens por esse crime”. Após a busca, segundo o suspeito, os agentes não encontraram droga nenhuma na casa. Ele acreditou, inclusive, que foi conduzido para a Central em razão de entorpecentes que estavam com os outros envolvidos.

O homem se disse ‘surpreso’ pelo fato dos oficiais afirmarem que a droga estava na casa dele. Garantiu que o material ilícito não era dele e que não havia nada daquilo onde mora. Para comprovar, sugeriu que fossem procuradas as imagens das câmeras de segurança das casas vizinhas, o que comprovaria a ação dos policiais. O advogado do suspeito afirmou ainda que o cliente “é perseguido por policiais militares desde 2016, quando foi acusado de ter jogado uma bomba em uma mesma unidade policial”.

Presos e liberados

O material apreendido foi encaminhado para perícia e retornou com resultado positivo para drogas. Por fim, o delegado de plantão confirmou a voz de prisão dos suspeitos de 32 (que estava armado), providenciando o cumprimento do mandado de prisão que já existia contra ele, e o de 30 anos (detido na própria casa). A dupla foi encaminhada para a carceragem da Delegacia Seccional de Polícia, onde permanece presa e à disposição da Justiça.

Já o suspeito de 31 anos foi ouvido e liberado, mas será alvo de investigação via inquérito policial. O motorista de aplicativo também foi liberado após prestar depoimento.