Urubus chamam atenção em novas buscas por desaparecidos no Paraná

A visão de dezenas de urubus sobrevoando o Pesqueiro Buscariollo, em Icaraíma (PR), chamou a atenção de moradores, policiais e usuários das redes sociais nesta semana, durante as buscas pelos quatro cobradores desaparecidos há mais de 40 dias. O cenário macabro reforçou a expectativa sobre o caso, mas, até o momento, nenhum corpo foi localizado.

O desaparecimento envolve dois homens de Rio Preto e um de Olímpia — Robishley Hirnani de Oliveira, 53 anos; Rafael Juliano Marascalchi, 43; e Diego Henrique Afonso, 39 — além do produtor rural Alencar Gonçalves de Souza, de Icaraíma. Eles foram vistos pela última vez no dia 5 de agosto, quando saíram de São José do Rio Preto para uma suposta negociação de dívida de terras.

A investigação ganhou novos contornos na sexta-feira (12/9), com a descoberta da Fiat Toro usada pelas vítimas. O veículo estava enterrado em uma área de mata fechada, a poucos quilômetros da propriedade da família Buscariollo, e apresentava marcas de tiros de grosso calibre, além de vestígios de sangue nos bancos. A polícia investiga se as vítimas foram executadas dentro do carro antes de terem os corpos levados para outro local.

Após avistarem dezenas de urubus sobrevoando a propriedade, a Polícia Civil determinou buscas no local e mobilizou equipes com cães farejadores. A suspeita era de que os corpos pudessem estar escondidos em poços desativados.

Antonio Buscariollo, conhecido como Tonhão, de 66 anos, e seu filho Paulo Ricardo, de 22, são apontados como os principais suspeitos e permanecem foragidos. Uma carta anônima recebida pelo pai de Alencar indicava um possível local de ocultação dos corpos, o que levou a polícia a considerar que o autor do bilhete tenha conhecimento direto do crime.

Enquanto as equipes da Polícia Civil, da Força Nacional, do Corpo de Bombeiros e de unidades especiais da PM continuam as buscas, os familiares das vítimas vivem dias de angústia e cobram respostas sobre o paradeiro dos homens, que seguem desaparecidos há mais de um mês.

As mulheres das vítimas de Rio Preto chegaram a oferecer R$ 50 mil por informações sobre o paradeiro de seus maridos. Embora a Polícia Civil do Paraná tenha afirmado que as vítimas foram executadas, elas ainda mantêm esperanças de encontrá-los vivos.

Veja Fotos

Diego Henrique da esqueda para a direita, Robishley (ao fundo) e Alencar. — Foto: Reprodução

(Os cobradores foram flagrados pelo circuito de segurança de um estabelecimento, antes de chegar em Icaraíma. Foi a última imagem registrada das vítimas.)

(O produtor rural Alencar, de Icaraíma (PR). Foto: Redes Sociais.)

(Polícia Científica do Paraná analisa a caminhonete das vítimas, encontrada pela PM Ambiental enterrada. Foto: Reprodução/ Jaqueline Mocellin/OBemdito).