Redes Sociais

Mundo

Pesquisador de Ilha Solteira revela postura dos dinossauros

Simulações em 3D indicam que dinossauros do Brasil e da Argentina tinham vantagem ao permanecer em pé sobre duas patas

Publicado há

em

Ilustração/ Guilherme Gerh

Um estudo internacional apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) revelou que alguns saurópodes sul-americanos, entre eles o mineiro Uberabatitan e o argentino Neuquensaurus, tinham uma habilidade especial há cerca de 66 milhões de anos: conseguiam se erguer com relativa facilidade sobre as patas traseiras. Essa posição os ajudava a alcançar folhas mais altas, afugentar predadores e até mesmo em rituais de acasalamento.

A pesquisa contou com a participação do paleontólogo Julian Silva Júnior, natural de Ilha Solteira e atualmente pesquisador de pós-doutorado na Unesp. Durante estágio na Universidade de Tübingen, na Alemanha, ele aplicou técnicas de engenharia para analisar digitalmente fósseis de fêmures de sete espécies diferentes de saurópodes.

As simulações mostraram que os dois dinossauros sul-americanos apresentavam os menores níveis de estresse ósseo ao sustentar o peso do corpo sobre as patas traseiras, sobretudo o Uberabatitan ribeiroi em sua fase juvenil. Já os maiores representantes do grupo, embora também pudessem adotar a postura, enfrentavam maior desconforto e permaneciam assim por menos tempo.

Segundo Silva Júnior, os exemplares de Minas Gerais e da Argentina tinham ossos mais robustos, capazes de dissipar melhor a pressão. Isso lhes conferia vantagem adaptativa, ainda que os indivíduos adultos de Uberabatitan provavelmente tivessem dificuldades semelhantes às de outros gigantes do período Cretáceo Superior.

O estudo foi publicado na revista Palaeontology e reforça a importância das contribuições brasileiras na paleontologia mundial, destacando o trabalho desenvolvido por pesquisadores formados no interior de São Paulo. Para ler o estudo, clique aqui.

AS MAIS LIDAS