Cidades
Segurança acusado de homicídio pode se entregar nos próximos dias
Keven Igor é apontado como autor dos disparos que mataram o empresário de Potirendaba durante confusão em Rio Preto

O empresário do setor de segurança privada Keven Igor Silveira Novaes, de 26 anos, poderá se apresentar à Polícia Civil nos próximos dias. Ele é considerado foragido desde que atirou duas vezes contra Geovani Svolkin da Silva, de 30 anos, durante uma briga generalizada em um bar na Vila Bom Jesus, em Rio Preto, na noite do último domingo (26/10).
A informação foi confirmada com exclusividade ao Gazeta de Rio Preto pelo advogado criminalista Renato Marão, que atua na defesa de Keven ao lado do também advogado Carlos Nimer.
Segundo Marão, ele representa o suspeito desde o início do caso, após ser procurado pela família. “Alguns veículos de comunicação duvidosos estão divulgando informações falsas sobre o processo. Outro profissional chegou a comentar o caso, mas o que foi divulgado é inverídico”, afirmou.
O advogado informou que tem uma reunião marcada com o delegado responsável pela investigação, no 1º Distrito Policial de Rio Preto, para ter acesso aos autos do inquérito e definir a forma mais segura de apresentação do cliente.
“Estamos verificando a possibilidade dele se apresentar e esclarecer o ocorrido”, disse.
Marão explicou que, por enquanto, ainda é cedo para definir a estratégia de defesa. “As informações disponíveis são iniciais e superficiais. A reunião é importante para conhecer o trabalho da Polícia Civil e também apresentar elementos relevantes para a defesa.”
Entre esses elementos, está o exame de corpo de delito feito pelos pais de Keven, no Instituto Médico Legal (IML), que apontou lesões leves. Segundo o advogado, ambos foram agredidos durante a briga generalizada registrada no vídeo que circula nas redes sociais.
“No vídeo em que Keven aparece indo até o carro para pegar a arma, dá para ver duas mulheres no chão. Uma delas está em cima da mãe dele, que estava apanhando. O pai estava do outro lado da rua, levando chutes e socos. A situação era caótica. Qualquer filho que vê os pais apanhando tenta defendê-los”, relatou Marão.
O advogado afirmou ainda que Keven “é um rapaz trabalhador, que se mudou recentemente de Buritama para abrir sua empresa de segurança” e que “o sonho dele é ser policial”. O jurista também contou que “os pais estão destruídos com o que aconteceu”.
Keven já responde a outro processo na Justiça, de 2022, quando foi preso portando uma pistola calibre .380 com numeração raspada, furtada de um agente penitenciário. Ele também é investigado por ameaça e lesão corporal.
“Estou me inteirando desse processo antigo, mas a informação é de que ele estava fazendo a segurança de um evento quando alguém da equipe teria surgido com essa arma. Tudo está sendo apurado. Os casos que o envolvem têm relação com a profissão dele”, disse Marão.
O advogado também afirmou que Keven recebeu uma ameaça no domingo, enviada pelo irmão da vítima por meio de uma mensagem no Instagram, dizendo que iria matá-lo.
Segundo a perícia, um dos disparos atingiu Geovani pelas costas e saiu pelo peito; o outro o acertou no braço, de frente para trás. Ele morreu no local antes da chegada do socorro. Após os tiros, Keven fugiu de carro, se apresentando como “polícia” antes de deixar o bar, conforme relataram testemunhas. A Polícia Militar isolou a área e apreendeu cápsulas e projéteis de calibre .40, o mesmo usado no crime.
Em sua última publicação no Instagram, Geovani postou uma foto com a família em comemoração aos 62 anos da mãe. “O pedido foi cuidar de você, e assim vai ser”, escreveu. Testemunhas informaram que Geovani tentava proteger o irmão, que seria o verdadeiro alvo dos disparos. A motivação da briga ainda é apurada, mas teria envolvido ciúmes e desentendimentos entre os casais presentes.
De acordo com Marão, a confusão começou dentro do bar. “Em uma mesa estavam Keven, a namorada e os pais; na outra, Geovani, o irmão e seus acompanhantes. Keven percebeu que a situação estava tensa, foi até o caixa e pediu para retirar a pulseira de comanda da família para irem embora. Quando Keven e a família estavam fora do bar, quase entrando no carro, o irmão de Geovani se aproximou por cima do cercado e deu uma voadora nele, iniciando a briga generalizada”, contou o advogado.
Geovani Svolkin da Silva, de 30 anos, era serralheiro, natural de Potirendaba, e deixou namorada, familiares e amigos. O corpo foi sepultado no Cemitério Municipal de Potirendaba.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado de defesa da família da vítima, Ademilson Avelino Miquita. Mas, em um vídeo que circula nas redes sociais, Miquita afirma que o crime configura como homicídio qualificado por motivo torpe e fútil e que Keven “pratica homicídio covarde, usando falsidade ideológica”.
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