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O risco invisível das apostas esportivas
Artigo escrito por Fernando Papa, diretor do Procon

Nos últimos anos, o Brasil viu um crescimento acelerado das plataformas de apostas esportivas, popularmente conhecidas como *bets*. Com forte presença em transmissões de partidas de futebol, promessas de ganhos fáceis e o uso de propaganda massiva, essas empresas ganharam espaço no imaginário popular. Mas por trás do marketing sedutor, há riscos sérios à saúde mental, financeira e social dos cidadãos.
Recentemente, em São José do Rio Preto, um caso trágico acendeu o alerta: um homem de 39 anos tirou a própria vida após perder R$ 2 mil em uma dessas plataformas. O episódio, ocorrido justamente no mês de setembro, dedicado à conscientização sobre saúde mental, reforça a urgência do debate.
Especialistas em saúde mental e comportamento do consumidor alertam que as “bets” utilizam mecanismos muito semelhantes aos jogos de azar tradicionais. O prazer momentâneo da vitória libera dopamina no cérebro, criando um ciclo de busca constante pela próxima aposta — o que pode evoluir para dependência.
“O cenário é preocupante. Muitos brasileiros são atraídos por promessas ilusórias de ganhos rápidos, outros procuram dinheiro extra para complementar a renda familiar. É uma armadilha que combina desinformação, desespero econômico e estratégias de marketing altamente sedutoras”.
É preciso lembrar: apostas não são investimento.
Diante desse cenário, o Procon de São José do Rio Preto anunciou medidas para orientar e proteger os cidadãos. A ideia não é proibir o acesso, mas capacitar o consumidor por meio de informação clara e acessível.
Entre as ações previstas, estão a produção de materiais educativos que esclareçam direitos básicos dos consumidores, além de orientações sobre quais plataformas são regularizadas no Brasil. Uma das regras, por exemplo, é o uso da extensão “.bet.br” que identifica os sites autorizados a operar legalmente no país.
O Procon reforça: o apostador também é consumidor. Portanto, tem direito a escolhas conscientes, acesso a mecanismos eficazes de proteção e informações que ajudem a reduzir os riscos de superendividamento e problemas de saúde mental.
O objetivo é estimular o uso responsável das plataformas e evitar que o entretenimento se transforme em sofrimento.
Apostar é uma escolha individual, mas deve ser feita de forma responsável, consciente e com pleno conhecimento dos riscos envolvidos.
Fernando Papa – Diretor do Procon.
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