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Gaza tem primeira noite de paz em meses após cessar fogo

Após dois anos de bombardeios, população tenta reencontrar lares e enterrar mortos entre os escombros

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Reprodução/ Agência Brasil/ Mahmoud Issa

A madrugada deste sábado (11/10) foi marcada por um silêncio raro na Faixa de Gaza. Após meses de ataques aéreos e combates intensos, o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, iniciado na sexta-feira ao meio-dia (horário local), garantiu a primeira noite sem bombardeios desde o início da guerra.

De acordo com relatos de moradores, as ruas antes devastadas voltaram a receber passos e vozes. Famílias começaram a deixar abrigos e retornar às ruínas das próprias casas para procurar sobreviventes, recuperar corpos e o que restou de seus pertences.

O médico palestino Mohammad, que atua em um dos hospitais do território, descreveu o alívio momentâneo: “Foi a primeira noite sem explosões. Agora chegam apenas corpos retirados dos escombros, não dezenas de vítimas por dia.” Estima-se que ainda sete mil pessoas estejam desaparecidas sob destroços, segundo o Ministério da Saúde local, que contabiliza mais de 67 mil mortos em dois anos de conflito.

Entre os que tentam recomeçar está Zaher, morador que se refugiou com a família em Deir al-Balah, no centro de Gaza. Ele conta que, pela primeira vez em muito tempo, conseguiu dormir em paz. “As pessoas saíram para as ruas destruídas e caminharam juntas, comemorando o silêncio”, disse.

Com o cessar-fogo, milhares de palestinos estão voltando do sul do território para a cidade de Gaza, onde permanecem cerca de 250 mil habitantes — número bem menor que o de antes da ofensiva israelense. Muitos, porém, encontram apenas prédios destruídos e preços de moradia triplicados.

Atualmente, as tropas israelenses recuaram para trás da chamada “linha amarela” e controlam cerca de metade do enclave. A trégua prevê que, nos próximos dias, milícias palestinas libertem reféns ainda mantidos em cativeiro.

Mesmo em meio à destruição, os moradores celebram o simples gesto de andar pelas ruas em paz — algo que Gaza não vivia há muito tempo.

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