Saúde
Estudo da Famerp aponta toxoplasmose em metade da população de Rio Preto
Pesquisa aponta alta prevalência de infecções assintomáticas e reforça a importância da prevenção

Quase metade dos moradores da região de Rio Preto já teve contato com o Toxoplasma gondii, parasita causador da toxoplasmose, segundo uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp). O estudo, realizado entre 2013 e 2018 com 1.700 participantes, identificou que 48% dos voluntários apresentavam anticorpos contra o microrganismo — sinal de infecção em algum momento da vida.
Apesar da alta taxa de exposição, 95% dos infectados nunca tiveram sintomas, o que indica que a maioria dos casos ocorre de forma silenciosa.
“Esses dados mostram que muitas pessoas entram em contato com o parasita sem desenvolver a doença, mas isso não diminui a importância da prevenção”, explica o professor Luiz Carlos de Mattos, do Departamento de Doenças Dermatológicas, Infecciosas e Parasitárias da Famerp.
Os pesquisadores observaram que o risco aumenta com a idade, reflexo da exposição acumulada ao longo dos anos. Hábitos alimentares como o consumo de carne crua ou malpassada, frutas e verduras mal lavadas e água sem tratamento também foram apontados como fatores de risco.
Embora a maioria dos casos seja leve ou assintomática, a toxoplasmose pode causar complicações graves em pessoas com imunidade comprometida — como transplantados, pacientes com HIV, pessoas em tratamento contra o câncer ou com doenças que enfraquecem o sistema imunológico. Nesses casos, o parasita pode atingir o cérebro, olhos ou coração.
Em Rio Preto, não há registros recentes de surtos, mas a cidade atua como referência regional no atendimento a casos suspeitos, por meio do complexo Famerp/Funfarme. Episódios semelhantes já ocorreram em outras cidades paulistas, como Cotia, onde a contaminação de um reservatório de água provocou infecção em dezenas de crianças.
Para ampliar o debate sobre o tema e discutir estratégias de prevenção, a Famerp realiza o VII Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose (SIMBRATOX) e do IV Simpósio Internacional de Toxoplasmose (SINTOX), até esta quarta-feira 8 de outubro, de forma totalmente online. O evento reune pesquisadores brasileiros e estrangeiros para discutir avanços científicos, vigilância e políticas públicas relacionadas à doença.
Mais informações e como participar estão disponíveis no site.
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