Rio Preto tem apenas 16,67% da área urbana coberta por copas de árvores, conforme diagnóstico apresentado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo na última quinta-feira (13/11), durante audiência pública na Câmara. O levantamento também mostra que regiões do Norte e parte do Leste ultrapassam facilmente os 32 °C, formando extensas ilhas de calor. O cenário evidencia a necessidade urgente de ampliar a arborização, sobretudo em vias públicas onde a sombra ainda é escassa.
Com base nesses dados, o novo Plano de Arborização Urbana do município que prevê 33 mil plantios até 2026 e 128 mil até 2035. As metas foram definidas após estudo realizado pelo GETMA/Esalq-USP, que usou imagens de satélite, câmeras térmicas e mapeamento digital para identificar, com 98% de precisão, as áreas com menor cobertura verde.
Durante a apresentação, o secretário de Meio Ambiente, Paulo Pagotto Júnior, ressaltou que o diagnóstico serve como ferramenta de gestão. Segundo ele, o material indica com clareza onde a cidade precisa avançar e oferece base técnica para direcionar o plantio de forma eficiente. O engenheiro agrônomo Otton Arruda, coordenador do Viveiro Municipal, reforçou que a arborização deve ser tratada como infraestrutura essencial — não apenas estética — por reduzir a temperatura, melhorar a qualidade do ar e gerar economia aos cofres públicos.
O estudo aponta que uma árvore adulta pode desempenhar papel equivalente ao de quatro aparelhos de ar-condicionado ligados por até 20 horas, além de ajudar a reter água da chuva, diminuir poeira e reduzir em até 58% os gastos com energia e manutenção urbana. A expectativa é que o município economize cerca de R$ 6 milhões por ano com a expansão da cobertura vegetal.
Entre os desafios, o plano destaca calçadas estreitas, redes elétricas e guias rebaixadas, que dificultam o plantio de espécies de grande porte. Para enfrentar essas limitações, o projeto prevê reorganização de iluminação, melhoria na infraestrutura elétrica, ampliação da diversidade de espécies e incentivo ao plantio comunitário — com prioridade para árvores nativas e frutíferas em áreas amplas, como parques.
O Plano também estabelece etapas de diagnóstico, plantio e monitoramento contínuo, com atualização permanente do inventário digital da cidade. A proposta final fica agora disponível para consulta pública e deve orientar ações a partir de 2026.
A aposta do Município é transformar ruas e avenidas em eixos verdes capazes de reduzir a temperatura e melhorar o conforto térmico. Para a Prefeitura, aumentar a arborização não é apenas uma medida ambiental, mas uma estratégia para tornar Rio Preto mais saudável, inteligente e resistente aos efeitos do calor extremo.