Cultura
Exposição internacional no metaverso conecta Rio Preto ao mundo
Casal de artesãos das artes plásticas promovem exposição interativa em realidade virtual

Casal rio-pretense de artesãos das artes plásticas, Regiane Silva Cury e Guilherme Vinhatico Cury, promovem a exposição internacional “ODAMIM.ART”, no Metaverso. De curadoria própria, a exposição já foi visitada por milhares de adeptos a realidade virtual, oriundos de vários países, principalmente os localizados na Ásia, Europa e América do Sul.
Regiane, formada em Administração, explica que a ideia de usar realidade virtual nasceu da busca por inovação e democratização ao acesso cultural. “Como nosso objetivo não é o de proveito e obtenção de lucro, queríamos manter o acesso gratuito para ampliar o acesso. Então, pesquisamos e escolhemos as plataformas que nos deram maior liberdade criativa e que possuíam mais de 100 milhões de usuários.”
Para tornar a exposição de artes ainda mais interativa, a artista relata que criaram itens digitais para que os visitantes pudessem customizar seus avatares; e explica que antes de estar disponível, cada item passa por um rigoroso processo de análise. “Primeiramente traçamos os perfis dos usuários, de acordo com cada plataforma, e então projetamos dois mundos virtuais com cenários diferentes. Esses mundos são os locais onde construímos uma Galeria Virtual para, então, podermos expor nossas Obras de Arte”, completa.
Bisneto de refugiados que buscaram asilo no Brasil, Guilherme aprendeu com seus antepassados a sempre se reinventar. Traçando um comparativo entre a evolução da internet e a humana o artesão racionaliza que “a sobrevivência exige adaptação. Nossa espécie, autodeclarada ‘humana’, esteve desde o princípio nos mais variados e inóspitos territórios, e ainda assim cá estamos. Àqueles que vieram antes de nós, por resistirem a intempéries e adversidades em ambientes pouco favoráveis, nos ensinaram que precisamos nos adaptar constantemente. E foi isso que nos motivou a estar entre os primeiros brasileiros completamente imersos no Metaverso. Estamos vivenciando uma nova corrente migratória, no digital”. Guilherme explica que é necessário muito mais do que simplesmente pendurar o quadro na parede: “Cada Obra de Arte nossa possui um tempo de criação de 9 meses. Após esse período de criação artesanal, a Obra finalizada é então fotografada, e o arquivo digital extraído da máquina fotográfica é editado. É realizada, então, a cunhagem do arquivo digital em NFT (token não fungível). A partir desse momento, todas as informações da Obra de Arte são validadas como propriedade de domínio, e registrados no blockchain, que é a tecnologia na qual os protocolos de criptoativos são construídos. Como o nosso objetivo é preservar a identidade cultural do estilo ODAMIM, então, utilizamos da plataforma de negociação do mercado NFT para realizar uma operação denominada freeze-metadata, que consiste em congelar os metadados do arquivo, impedindo que o mesmo seja editado ou até mesmo excluído no futuro. Esse processamento, que também é pago por nós em criptomoeda, garante a preservação do nome do arquivo, a descrição, suas propriedades em todos os níveis; onde nem mesmo nós que criamos o arquivo poderemos apagá-lo no futuro. É como se a imagem fosse dividida em pequenos fragmentos e distribuída por toda a rede mundial de computadores, e a legitimidade e o status da transação podem ser auditados simplesmente por acompanhar os registros da hash da transação. Para impedir sua visualização seria necessário destruir toda a rede, o que não é possível, uma vez que se trata de uma rede descentralizada. Com o arquivo NFT da Obra de Arte já congelado e gravado no livro-razão, se faz necessário a utilização de um domínio Web3 descentralizado (dWeb) que utiliza protocolos específicos para então fixar esse mesmo arquivo, único e exclusivo, dentro de uma Galeria que nós mesmos construímos no Metaverso. É um processo trabalhoso que exige muita dedicação e amor à Arte e a Cultura.” Explica Guilherme, que também é administrador de sistemas e programador por formação.



