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Mulher volta a ouvir após procedimento inédito no SUS em Rio Preto

Paciente de 60 anos perdeu a audição de forma severa aos 45 anos

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Uma mulher de 60 anos voltou a ouvir sua própria voz após passar por um procedimento inédito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Base de Rio Preto. Nesta quinta-feira (20), Lourdes Berdardoni Oliveira fez a ativação do implante coclear, que foi inserido na unidade no dia 1º deste mês.

A paciente começou perder a audição de forma severa aos 45 anos e agora poderá retornar sua vida com normalidade.

O otorrinolaringologista, Dr. Luciano Maniglia, explica o funcionamento do aparelho e como será a recuperação da paciente.

“Esse aparelho que ela recebeu capta o som, transforma em impulsos elétricos e envia diretamente para a terminação do nervo auditivo. Com o uso, ela vai aprender a ouvir novamente e, com o tempo, vai ter uma audição dentro da normalidade. Daqui 30 dias será feito um remapeamento e já será esperado um resultado melhor em termos de discriminação desses sons. Agora, o HB atenderá pelo SUS uma demanda importante da região, sem que esses pacientes precisem se deslocar para cidades distantes. Esse novo procedimento engloba todas as reabilitações auditivas no HB no departamento de otorrinolaringologia”, ressaltou o médico.

A felicidade estampada no rosto de Lourdes durante a ativação do aparelho mostrou que o implante e recuperação foram um sucesso.

“Consigo ouvir minha própria voz e é emocionante demais. Antes tinha muita dificuldade, mesmo com o outro tipo de aparelho comum, ouvir as pessoas num grupo, conversas e tudo, hoje eu acredito que vou conseguir ter isso de volta como sempre fui. Por enquanto está assim meio tumultuado, porque é uma coisa nova, mas com o tempo eu sei que vou conseguir recuperar minha perda da audição, com paciência e calma para fazer tudo certo para melhorar minha audição. Gostaria de ouvir novamente o som de alguns pássaros, que já estava meio perdido em minha memória, e acho muito lindo a natureza”, disse.

A fonoaudióloga, Érica Picoli, explica em quais casos é indicado esse tipo de procedimento. “Quem nasceu com perda auditiva, é indicado que faça o implante coclear o mais rápido possível. Já aqueles que utilizaram aparelho auditivo convencional pela vida toda, mesmo adultos, que conseguem conversar, se têm fala desenvolvida, também é possível fazer o implante. Porém é preciso que esse paciente tenha células funcionantes na cóclea para que o som amplificado chegue até ela”, explicou.  

Fonoaudiologia

Em dezembro de 2022 o HB passou a ser habilitado para realizar o implante coclear e em 2023 iniciou os procedimentos. O serviço de Otorrinolaringologia e o Serviço de Fonoaudiologia colocam 2.500 aparelhos auditivos por ano.

Além disso, conta com uma equipe multidisciplinar com otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, psicólogo, assistente social e demais profissionais da saúde quando necessário. O setor de deficiência auditiva atende atualmente 125 pacientes todos os meses e existem cerca de 40 pacientes em avaliação para um implante coclear.

Agilidade

Em iniciativa inédita, o HB passa a disponibilizar também um formulário no site da instituição, em um banner na página inicial do site, para qualquer paciente que tenha perda auditiva severa ou profunda, cujo aparelho auditivo convencional já não surte efeito, possa fazer o procedimento no hospital. A faixa etária abrange desde crianças até idosos. Basta preencher os dados do cadastro, submeter ao exame comprobatório da perda auditiva, para que a equipe multiprofissional do HB avalie e entre em contato para que o paciente possa realizar o implante coclear no Hospital de Base.

O que é o implante coclear

Implante coclear é um dispositivo eletrônico (eletrodo) colocado dentro do ouvido, na cóclea, que vai estimular o nervo para o cérebro.

O implante coclear consiste em duas unidades: a interna, que é colocada na cóclea através de cirurgia, e a unidade externa, que é o processador, que capta o estímulo sonoro e encaminha para a unidade interna, estimulando o nervo auditivo, fazendo com que o indivíduo ouça o som.

O Hospital de Base é referência em saúde auditiva para a DRS XV, que atende 104 municípios.

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