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Deic conclui inquérito sobre adolescente encontrada enterrada na região

Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, desapareceu em dezembro de 2023; três homens foram indiciados por homicídio qualificado

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Reprodução: Redes Sociais/ Divulgação: Polícia Militar

A Polícia Civil encerrou as investigações sobre a morte de Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, que ficou desaparecida por oito meses até ser encontrada enterrada em um sítio na zona rural de Nova Granada, a 35 quilômetros de Rio Preto. O corpo da adolescente foi localizado em agosto de 2024.

Segundo o inquérito instaurado pelo delegado André Amorim, da Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) do Deinter-5, três homens foram indiciados por homicídio qualificado por motivo fútil e que dificultou a defesa da vítima: o empresário Gleison Luís Menegildo, o chefe de oficina Anderson Luís Bardella e o caseiro Cleber Danilo Partezani. A polícia aponta que eles agiram com dolo eventual ao enterrarem Giovana ainda desacordada, sem prestar socorro médico.

Menegildo também foi indiciado por tráfico de drogas e por fornecer bebida alcoólica a menor de idade. De acordo com a investigação, ele teria oferecido cocaína e cerveja à vítima, mesmo sabendo que ela tinha apenas 16 anos.

A investigação começou em dezembro de 2023, quando Giovana desapareceu. Oito meses depois, em agosto de 2024, o corpo foi encontrado no sítio arrendado por Menegildo. Na ocasião, ele e o caseiro foram presos em flagrante por ocultação de cadáver e posse ilegal de armas.

Em agosto de 2025, durante a operação Ecos da Terra, a polícia cumpriu mandados de prisão temporária contra os três investigados. No escritório de Menegildo, foram apreendidas três armas de fogo, entre elas uma pistola de calibre restrito 9mm.

Com o fim do inquérito, a Polícia Civil pediu à Justiça a conversão das prisões temporárias em preventivas. O caso segue agora para análise do Ministério Público, que decidirá os próximos passos do processo.

O que aconteceu

Giovana e Gleison já se conheciam. No dia de sua morte, a jovem foi até o escritório dele para entregar um currículo. No entanto, os dois usaram cocaína e beberam cervejas no local. Anderson Luís se juntou à dupla e uma orgia teria acontecido.

A adolescente passou mal e desmaiou. Gleison e Anderson, achando que a vítima tinha sofrido uma overdose e morrido, não acionaram socorro  – Gleison decidiu enterrar Giovana desacordada.

Entenda o caso

Na época, a mãe de Giovana registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Rio Preto, informando que no dia 23 de outubro a filha ligou para ela, mas não disse o local onde estava. Na data, ainda segundo o boletim de ocorrência, a jovem parecia estar bem. A mulher falou para a polícia que um homem, que já havia sido relatado em outro boletim de ocorrência, poderia estar envolvido; ele já seria conhecido da vítima.

Algum tempo depois, Giovana teria voltado para casa, mas sumiu pela segunda vez e nunca mais foi vista.

A Polícia Militar chegou até a propriedade rural do suspeito após ter recebido denúncias anônimas. O caseiro, de 42 anos, recebeu a equipe e mostrou o local onde ele confessou ter ajudado o patrão a enterrar um corpo.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o homem contou que há sete meses o suspeito deu ordens para que ele cavasse um buraco com o auxílio de um maquinário. Quando o patrão, de 45 anos, chegou em uma caminhonete, estacionou o veículo dando ré e parou com a traseira próxima da cova. Ele desceu do veículo e desovou um corpo no buraco, depois avisou o funcionário que havia enterrado o corpo de uma pessoa no local, e que era para ele cobrir com terra e manter segredo sobre o assunto.

Ainda segundo o registro policial, o caseiro afirmou que alertou o patrão sobre a ação se tratar de um crime, mas teria se sentido ‘intimidado’ e continuou trabalhando porque precisava do dinheiro.

Após as informações, os militares começaram a cavar a terra superficialmente até sentirem que havia algo enterrado. Os PMs cercaram a área até a chegada da polícia da Delegacia de Homicídios, da equipe da Perícia Criminalística, Defesa Civil e também do Corpo de Bombeiros, que iniciou as escavações.

Os restos mortais da vítima foram retirados com cuidado nas escavações e estava em estado avançado de putrefação, com membros e crânio já esqueletizados. No buraco também estavam dois tênis, um anel, uma pulseira, uma correntinha, e uma sacola plástica com um celular danificado e uma mochila contendo roupas e maquiagens.

 

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