Política
Em áudio vazado, vereador pressiona colegas por aprovação do IPTU
Celso Peixão (MDB) admitiu que projeto é ruim, mas pediu fidelidade dos vereadores antes da votação

Um áudio vazado da reunião de líderes de bancada, realizada durante a suspensão da sessão da Câmara de Rio Preto, expôs a pressão do vereador Celso Peixão (MDB) para que colegas de plenário votassem a favor do projeto de lei complementar do prefeito Fábio Candido (PL), que revisa a Planta Genérica de Valores (PGV) — base de cálculo do IPTU. O texto foi aprovado por 14 votos a 8 na última quinta-feira (25).
Na gravação, Peixão reconhece que a proposta é “ruim” e de repercussão negativa, mas cobra dos vereadores compromisso com o voto e sugere que o desgaste poderá ser revertido com trabalho até as próximas eleições.
“O projeto é ruim. O projeto é horrível. (…) Nós votamos aumento de salário, votamos vinte e três cadeiras e estamos aqui. Vamos mostrar trabalho daqui três anos e meio. Você não tem capacidade de mostrar trabalho? Então foda-se. (…) Homem tem que ser homem na frente do povo”, diz Peixão em trecho do áudio.
O vereador também afirma que não admite mudança de posição de colegas. “Se tiver um filho da puta aqui que falou que vai votar e não votar, aí é diferente. (…) Você dá a palavra lá em cima e mijar. (…) Você vota? Você vota? Não tem nem que me perguntar.”
O que prevê o projeto
A proposta aprovada estabelece limite de 20% no reajuste do IPTU em 2026, em relação ao valor pago este ano. Segundo a Prefeitura, a medida busca corrigir distorções acumuladas nos últimos 11 anos. No entanto, o Executivo não informou quantos dos cerca de 260 mil imóveis cadastrados poderão atingir o teto.
O novo texto também amplia a faixa de isenção total para contribuintes que pagariam até R$ 216 anuais, além das imunidades constitucionais já previstas e isenções específicas, como para aposentados e pensionistas de baixa renda.
A primeira versão do projeto, retirada na semana passada, previa reajustes superiores a 200% em alguns bairros, o que ampliou a pressão popular contra a revisão da PGV.
Como votaram os vereadores
Votaram a favor: Celso Peixão (MDB), Alex de Carvalho (PSB), Abner Toffaneli (PSB), Bruno Marinho (PRD), Bruno Moura (PRD), Francisco Júnior (União Brasil), Professor Tadeu (União Brasil), Jonathan Santos (Republicanos), Jorge Menezes (PSD), Cabo Júlio Donizete (PSD), Márcia Caldas (PL), Paulo Pauléra (Progressistas), Rossini Diniz (MDB) e Dr. Tedeschi (PL) — que havia anunciado voto contrário, mas voltou atrás durante a sessão.
Votaram contra: Alexandre Montenegro (PL), Felipe Alcalá (PL), Jean Dornelas (MDB), João Paulo Rillo (PSOL), Marcelo Renato (Novo), Odélio Chaves (Podemos), Pedro Roberto (Republicanos) e Renato Pupo (Avante).
O presidente da Câmara, Luciano Julião (PL), não vota.
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