PMs acusados de execução após assalto são absolvidos em Rio Preto

O Tribunal do Júri da última quinta-feira (27/3), realizado no Fórum de Rio Preto, absolveu os quatro policiais militares do 9º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep) acusados pelo Ministério Público de terem executado dois jovens, de 21 e 26 anos, após um assalto a uma família, em uma chácara, no Jardim Veneza. O crime ocorreu em outubro de 2019.

De acordo com a denúncia feita pelo promotor José Márcio Rossetto Leite, os PMs Daril José Afonso Rita, Célio Cordeiro dos Santos Júnior, Thiago Trídico e Giovani Fanti Padovan, cometeram os crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa das vítimas, porte ilegal de arma de fogo e também por induzir a erro o juiz ou o perito. Na época, todos foram afastados das atividades e responderam ao processo em liberdade.

No dia do assalto, quatro criminosos renderam um casal e a filha deles, na chácara do Jardim Veneza; depois fugiram levando um botijão de gás e um celular. Cerca de uma hora depois do crime, os policiais foram acionados e durante buscas, encontraram um carro com as mesmas características apontadas pelas vítimas.

Quando os suspeitos viram a viatura, os dois ocupantes do banco de trás desceram e correram em direção ao bairro Jockey Clube. Os outros dois, motorista e passageiro, teriam trocado tiros com a polícia e morreram no local. Tratavam-se de Ulisses Rogério Souza dos Anjos e Lindomar Viana.

Os militares continuaram com o patrulhamento naquela região em busca dos fugitivos e, segundo a promotoria, renderam Adeilton Souza da Silva, de 21 anos e Richard Miranda Claudino da Silva, de 26, depois os executaram a tiros sem que os dois apresentassem resistência.

As investigações da Polícia Civil concluíram que as vítimas não estavam em fuga e não portavam armas. Adeilton e Richard também estavam algemados quando foram mortos. O laudo da perícia apontou que não foi encontrado pólvora nas mãos das vítimas.

A defesa dos PMs alega legítima defesa. No Fórum, 10 testemunhas foram ouvidas.

As mães de Adeilton e Richard protestaram por Justiça em frente ao Fórum. O representante do MP vai analisar se vai recorrer da decisão.