Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 19 de abril

Não veio

Toda a articulação para garantir presença da elite bolsonarista em Rio Preto não adiantou muito. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não veio na inauguração da nova sede do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de Rio Preto, realizada na última segunda-feira (15), depois de ter sido adiada por duas vezes. As instalações, no antigo prédio da Codasp, foram inauguradas pelo secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Tá tudo bem

Apesar da ausência sentida do governador, o que não faltou foi político no palanque. Ao lado do anfitrião da Polícia Militar e pré-candidato a prefeito pelo PL, o coronel Fábio Cândido, era possível ver os também pré-candidatos Itamar Borges (MDB) e Valdomiro Lopes (PSB). Delegado Olim (Progressistas), Carlão Pignatari (PSDB), Major Mecca (PL), Fausto Pinato (Progressistas) e Luiz Carlos Motta (PL) também estiveram presentes. Era visivelmente um palanque de políticos que cumpriam agenda no intuito de posarem para fotos.

Por quê?

Durante o discurso que durou mais de seis minutos, Derrite fez uma observação pertinente. Perto dos sertanejos Zé Neto e Cristiano, o secretário disse que “nunca viu ninguém gostar mais da polícia que os dois” e ressaltou a presença constante da dupla em eventos da corporação. Quem estava atento às falas ficou com a pulga atrás da orelha. “O Derrite fez uma observação pontual e pertinente. O que será que estes caras têm?”, questionou um convidado.

Combo

No melhor estilo combo de ações, o vereador Anderson Branco (Novo) estava pronto para entregar a homenagem aprovada pela Câmara para Derrite, mas quase ficou de fora do palanque. O único que já tinha autorização para subir era Paulo Pauléra (Progressistas), na condição de presidente da Câmara. No entanto, uma articulação prévia da comunicação do Legislativo conseguiu colar os dois eventos em um só. Foi necessário muito fôlego para as argumentações porque a PM não queria deixar, mas acabou cedendo.

Barrados

Os vereadores que aprovaram a moção a Derrite não tiveram o mesmo privilégio que o autor. Bruno Moura (PRD), Bruno Marinho (PRD), Jean Charles (MDB), Celso Peixão (MDB), Odélio Chaves (Podemos) e cabo Júlio Donizete (PSD) não subiram no palanque. Quem teve mais sorte na história toda foi Robson Ricci (PSD) que mandou fabricar a homenagem ao governador quase de última hora, mas na ausência do homenageado, o vereador nem apareceu.

Ausências

Tarcísio de Freitas mandou dizer que estava em Brasília para falar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o veto parcial do Governo Federal ao projeto para acabar com as saidinhas. Dizem que todos gostaram da ideia, menos Itamar Borges que queria colar a imagem no governador e ser agraciado novamente com a declaração de “o deputado beijoqueiro”, vindo de Tarcísio. Outro que não apareceu foi o secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva. Mesmo depois de ter sido anunciado por duas vezes, ninguém o viu por ali.

Burburinho

Enquanto os discursos aconteciam e Itamar Borges beijava a todos no palanque, corria à boca miúda a história que Fábio Cândido continua firme no propósito de trazer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para Rio Preto. Sem um motivo ou evento específico ainda, a nova data comentada por ali seria 10 de maio. O militar da ativa conta com a tão sonhada transferência de votos, já que não pode falar muito de política por enquanto.

Convites

Também militar da ativa e com tempo para decidir sobre a vida na política, a tenente Amália Paci tem sido alvo de convites de partidos políticos, como declaram alguns dirigentes. Todo o paparico é, entre outros motivos, por ela ser mulher e haver uma carência grande do gênero na política. Porém, dificilmente alguém vai conseguir cooptá-la. Amália está fechada com Fábio Cândido e deve se ausentar da função de porta-voz da PM para trabalhar na campanha do comandante. O militar conta com a capilaridade dela na imprensa para virar notícia.

Passos de tartaruga

O agente da Polícia Federal (PF) e suplente de deputado estadual pelo Republicanos, Danilo Campetti, tem circulado por eventos de maneira discreta. Depois de participar de forma tímida nas comemorações de aniversário da cidade, ele compareceu no evento da PM. O agente declarou que ainda aguarda uma movimentação do governador para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e que não tem interesse em disputar as eleições municipais. “Não quero nenhum cargo eletivo por aqui”, frisou.

Assunto

O discurso do deputado federal Fausto Pinato (Progressistas), durante o evento da PM, ecoou e ainda ecoa entre os políticos de Rio Preto. Com o microfone na mão, o parlamentar começou falando que “Rio Preto é construída por gente de toda a região” e que “é uma terra promissora porque reuniu gente vinda de todo lado”. Na sequência, Pinato até elogia a PM, mas enalteceu mesmo o papel da educação familiar e pública. Ele chegou a encerrar o discurso, mas pegou o microfone de novo e se desculpou por ter esquecido de citar a importância de Itamar Borges para Rio Preto e região.

Múnus

No próximo dia 25, o PT irá realizar o evento de lançamento da pré-candidatura a prefeito de Marco Rillo, no Centro Cultural Vasco. A oficialização é um passo para seguir para a disputa de outubro, mas também um passo para aumentar o nível da discórdia na esquerda. O ex-vereador não tem apoio de todos os filiados e segue em ritmo bem devagar, se comparado aos concorrentes já postos. Nem fotos novas foram feitas ainda. Estão usando a da última campanha, por enquanto.

Pontapé

A esquerda tem focado na preparação da pré-candidatura de vereadores e realizado encontros com aqueles que pretendem disputar uma cadeira na Câmara de Rio Preto. Nesta semana, a Federação PSOL-REDE reuniu os filiados e debateu algumas estratégias. “Um encontro potente que nos enche de esperança de que em 2024 teremos sucesso nas urnas, ampliando a representatividade através daqueles que realmente representam nosso povo”, está nas redes sociais do grupo.

Água

Edinho Araújo (MDB) tomou atitude e encaminhou para a Câmara uma proposta para autorizar o Semae a contrair empréstimo para viabilizar o projeto que pretende ir buscar água no Rio Grande. A maioria dos políticos é a favor da busca, mas o formato está sendo constantemente criticado. João Paulo Rillo (PSOL) declarou que quer transparência nos atos da Prefeitura. Já o ex-deputado Vaz de Lima, agora filiado ao Novo, defendeu uma parceria público-privada (PPP) para conseguir verba.