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Sala Lilás faz 63 atendimentos no primeiro mês na DDM em Rio Preto

Equipe da Secretaria da Mulher, PcD e Igualdade Racial é composta de psicóloga e assistente social

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Ivan Feitosa/Pref. Rio Preto

Acolhimento. Orientação. Encaminhamento. Essas são as três linhas principais de atuação da equipe psicossocial que há cerca de um mês atua na Sala Lilás, na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). As profissionais são vinculadas à Secretaria da Mulher, PcD e Igualdade Racial de Rio Preto. Em 28 dias de atuação, a psicóloga e a assistente social atenderam 63 mulheres e seus dependentes.

Para as crianças, foi organizado um espaço, dentro da sala, com brinquedos e desenhos. “Às vezes, elas chegam muito assustadas, sem entender o que está acontecendo. Assim como as mulheres, que estão muito abaladas e fragilizadas. Toda a família sofre. Em um primeiro momento, a gente acolhe e faz a escuta ativa qualificada, sem julgamentos, sem preconceitos. Depois, vamos refletir com essa vítima sobre o ciclo da violência e fornecer informações e orientações em relação aos serviços disponíveis na rede de enfrentamento da violência doméstica e familiar. A saúde mental dessa mulher é um ponto que precisa de atenção também”, afirma a psicóloga Bruna Thaíse Alves da Silveira. O atendimento é feito com a assistente social Nanci Hideko Fukushima, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Na etapa da orientação, a vítima de violência doméstica e familiar toma conhecimento de órgãos como os Centros de Referência e Atendimento à Mulher (CRAMs), Centros de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Conselho Tutelar, Casa Abrigo, entre outros. O terceiro passo, se necessário, é acionar os parceiros e fazer os encaminhamentos necessários. Neste primeiro mês de atuação, quatro mulheres e seus dependentes foram encaminhados à Casa Abrigo. O local, cujo endereço é mantido em sigilo, serve de moradia temporária para vítimas de violência e seus dependentes.

“A gente reforça para que as mulheres se conscientizem, denunciem, registrem um boletim de ocorrência, solicitem medida protetiva, procurem ajuda nos CRAMs. Em muitas famílias, a violência está naturalizada. Muitas mulheres vivem em situação isso desde a infância, e hoje são seus filhos”, diz Bruna.

Nos CRAMs, vinculados à Secretaria da Mulher, há assistência psicossocial e jurídica, além da avaliação para abrigamento.

A psicóloga conta ainda que a equipe atendeu nesse primeiro mês mães e avós vítimas de comportamentos abusivos de filhos e netos, principalmente ocasionados por consumo de drogas e álcool.

Ciclo

O ciclo da violência é formado por três fases principais: aumento da tensão, ato de violência e arrependimento. De acordo com o Instituto Maria da Penha, nesse primeiro momento, “o agressor mostra-se tenso e irritado por coisas insignificantes, chegando a ter acessos de raiva. Ele também humilha a vítima, faz ameaças e destrói objetos”. A mulher tentar acalmá-lo e evita qualquer conduta que possa “provocá-lo”. Essa fase pode durar meses ou anos e é comum a vítima achar que fez algo de errado para justificar o comportamento do agressor.

Na segunda fase, toda a tensão acumulada explode em violência física, psicológica, moral, sexual e/ou patrimonial. “Mesmo tendo consciência de que o agressor está fora de controle e tem um poder destrutivo grande em relação a sua vida, o sentimento da mulher é de paralisia e impossibilidade de reação”. Aqui, a mulher sofre de tensão psicológica severa e pode haver uma tomada de decisão e um distanciamento do agressor.

A terceira fase é conhecida como “lua de mel” e se caracteriza pelo arrependimento do agressor, que se torna amável para conseguir a reconciliação. “A mulher se sente confusa e pressionada a manter o seu relacionamento diante da sociedade, sobretudo quando o casal tem filhos. Em outras palavras: ela abre mão de seus direitos e recursos, enquanto ele diz que ‘vai mudar’”. Por fim, a tensão volta, perpetuando o ciclo.

CRAMs

O CRAM 1 fica na sede da Secretaria da Mulher, à rua Bernardino de Campos, 4.075, Bairro Redentora. Os telefones são (17) 3222-2041/(17) 3222-2588/(17)99708-2041 (WhatsApp). O CRAM 2 fica na Rua Paulo de Faria, 3.105, Eldorado. Os telefones são: (17) 3363-4071/(17)99646-8909 (WhatsApp). O atendimento em ambas as unidades é de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O e-mail é: [email protected].

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