Cultura
Amor de mãe: a criança tão sonhada e a inesperada
Mãe é quem ama, cuida e ensina; quem sonha e planeja; quem gera no útero ou coração

“Bruna é a menina mais doce que conheço, por onde passa cativa a todos com sua alegria e enorme coração. É a realização do meu sonho de ser mãe. Amo-a demais e não imagino mais a minha vida sem ela”, relata Miriam Sartório Carlotti de Paula que, desde criança já brincava de mamãe e filhinha e queria ser mãe.
Hoje com 12 anos, Bruna teve o amor de duas mães. A biológica era cardiopata e sabia das possíveis consequências, caso engravidasse. Mesmo assim, seu sonho de ser mãe falou mais alto. Ela engravidou, teve complicações e, antes de completar 24 semanas aconteceu o parto, na intenção de salvar as duas. Mas a mãe não resistiu.
A menina nasceu com 645 gramas e 29 centímetros. Passou por cirurgia no coração, retinopatia da prematuridade, hérnia umbilical e muitas internações, sempre acompanhada do pai. “Num desses retornos ao hospital, a Bruna ficou num quarto junto com uma paciente minha e, a mãe dessa paciente indicou ao pai da Bruna, o Júnior, levá-la para fazer fisioterapia comigo. O tratamento iniciou quando ela tinha nove meses”, conta Miriam.
E assim a fisioterapeuta criou uma amizade com a família de Bruna e começou a participar de tomadas de decisões importantes, relacionadas com a saúde dela.
Miriam e Junior sempre foram muito reservados sobre a vida pessoal, mas um convite mudou essa história. “O Júnior me chamou para jantar, na época a Bruna tinha três anos e meio, e começamos a namorar. Ele trabalhava de madrugada, e as avós dela, materna e paterna, também trabalhavam. A Bruna ficava com uma pessoa contratada, mas, com quase um mês de namoro, passou a ficar em casa comigo, quando ele trabalhava. Com nove meses de namoro, casamos. Agradeço o esforço da mãe da Bruna em trazê-la ao mundo, ela fez de mim mãe”, conclui.
O sonho da maternidade
Nathália Gomes Vaz de Lima sempre teve o desejo de ser mãe, mas buscava um excelente pai. Quando conheceu o marido, Gustavo, e viu como ele tratava a filha Mariana, fruto de um relacionamento anterior, entendeu que tinha encontrado. Depois de casados tentaram, por seis meses, uma gestação natural, mas ela não veio.
“Buscamos ajuda profissional, na área de reprodução humana. Eu estava com 40 anos e minha reserva ovariana estava muito baixa. Foi assim que optamos pela fertilização in vitro (FIV). Foram dois anos de tratamento. Das incertezas que já tive na vida, o medo de não ser mãe foi o mais massacrante. Acabei engravidando naturalmente, mas com oito semanas sofri um aborto espontâneo”, explica Nathália.
Em 2020 ela passou pela FIV e a gestação transcorria bem até que, com 28 semanas, fortes contrações a levaram para um parto. “A Isabela nasceu no dia 04 de agosto, com 38 centímetros e pesando 1,330 quilos. Nem me deram ela no colo. Eu já estava no quarto quando meu marido disse que ela tinha tido um parada respiratória e que estava entubada e na UTI. Quando eu coloquei a mão nela, dentro da incubadora, eu pedi pra Deus muita ajuda”, emociona-se Nathalia.
A mãe ia visitá-la diariamente e passava o dia no Hospital da Criança. Aos domingos era o pai que ficava com a Isabela. “Com o susto meu leite secou e ela teve que ser alimentada com leite materno do banco de leite. Ela foi para casa no dia 30 de outubro, mas ainda sendo alimentada por uma sonda nasogástrica, até fevereiro de 2021. Ela não ficou com nenhuma sequela, é perfeita, graças a Deus”, comemora Nathália que, desde junho optou por ficar um ano afastada do trabalho e viver a função mãe em período integral.
Reprodução Humana
A ginecologista Thais Vitti Bedran de Castro, que atua com reprodução humana, tem endometriose severa e, para ser mãe dos gêmeos Beatriz e Felipe, precisou recorrer à reprodução assistida. “Revivo minha história todos os dias e torço imensamente pela conquista de minhas pacientes. Exercer a medicina é a parte mais fácil. Acolher, empatizar, tornar o processo menos doloroso, isso sim é um desafio”, ressalta a médica.
Uma mulher que pensa em ser mãe e, por algum motivo não está conseguindo engravidar, deve busca ajuda de um especialista, especialmente se já tiver mais de 35 anos. “Vejo constantemente mulheres sem um planejamento reprodutivo, com anos de sofrimento. Esse desgaste interfere em toda sua vida, seu casamento e autoestima. Não pode deixar chegar a esse ponto. Somente quem passa por um processo de infertilidade e tratamento tem a percepção do quanto nosso relógio biológico pesa e precisamos estar atentas. O ideal para preservar seria no auge de nossa fertilidade, até 35 anos. Mas é possível congelar óvulos, mesmo após essa idade”, esclarece a ginecologista.
Fazer um planejamento financeiro também é importante. “O SUS fornece a assistência do tratamento, porém não cobre custos de medicação. Porém a demanda de paciente é intensa e a espera pode ser longa. Os convênios não cobrem os tratamentos, quando envolve reprodução assistida”, finaliza Thais.
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