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Em RP, Eduardo Bolsonaro acredita em 2º turno e não garante visita do pai

Deputado federal ainda descartou uma possível aliança com o PSB

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Bia Menegildo/Gazeta de Rio Preto

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) esteve em Rio Preto nesta quinta-feira (8) e afirmou que acredita em uma eleição de dois turnos na cidade, descartando uma aliança futura com o PSB. O parlamentar também não garantiu uma data para que o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), venha à cidade participar da campanha do partido, que tem como pré-candidato a prefeito Fábio Cândido.

O encontro foi promovido pelo PL, para oficializar o apoio de Eduardo Bolsonaro à chapa pura, e teve participação dos pré-candidatos a vereador pelo partido e pelo Novo, que compõe a coligação. Ao todo, as duas legendas confirmaram, durante as convenções, os nomes de 48 candidatos a vereador, sendo 32 homens e 16 mulheres. O PMB, que também declarou apoio a Fábio Cândido, não terá candidatos ao Legislativo.

Eduardo Bolsonaro diz acreditar em uma eleição em segundo turno na cidade devido a quantidade de eleitores e as candidaturas postas. “É uma eleição difícil e a gente tem o pé no chão. Acredito que terá sim um segundo turno. Estou esperançoso. Vamos ter segundo turno, se Deus quiser, com a vinda do presidente Bolsonaro”, afirmou.

O terceiro filho do ex-presidente também falou que não há possibilidades de apoiar o pré-candidato a prefeito pelo PSB, Valdomiro Lopes. “Em um eventual segundo turno, não vou apoiar partidos de esquerda. Partidos como o PSB estão descartados. Não me misturo com partido de Flávio Dino, Marcelo Freixo, Alckmin. Está descartada uma aliança. O partido entrou no STF [Supremo Tribunal Federal] para proibir o combate ao tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Não tem como compactuar com isso”, declarou.

Ainda sobre as eleições em Rio Preto, Eduardo Bolsonaro não informou uma possível data para a visita do pai. “Sei que ele vai dar um pulo aqui no interior no final do mês, mas não posso confirmar se ele vem a Rio Preto. Certamente vamos tentar trazer ele para Rio Preto, mas ainda não tem nada certo. Rio Preto é uma cidade considerada importante pela dimensão e importância para o interior do estado. Se trouxer o Bolsonaro para cá, já vai dobrar a intenção de votos de Fábio Candido”.

A estratégia do partido, ainda de acordo com o deputado, é focar na eleição nacional, de 2026. A proposta é evidenciar os nomes do PL em todo o país e trabalhar para eleger senadores. “Neste momento nós vamos aproveitar para colocar nossas lideranças em evidência e trazer o maior número de pessoas para o nosso lado. A eleição para o Senado é mais importante do que a para presidente. Isso em razão de tudo o que está acontecendo no país hoje, que estão rasgando a Constituição”, completou.

Bolsonaristas na eleição

Para Eduardo Bolsonaro, o uso do nome do pai dele por partidos que não são de direita é uma forma de enganar os eleitores e que é normal o assédio de outras legendas para arrastar o PL para o palanque. “Bolsonaro teve 178 mil votos em Rio Preto, isso representa 73% dos rio-pretenses, e este é o peso dele na cidade. É complicado o filho do presidente dizer que apoia o Fábio Cândido e outros, que se dizem bolsonaristas, apoiarem outro candidato. É natural que muitos partidos busquem alianças com o PL. Vai ter coligações no país inteiro com centro-direita, direita e não tem problema nisso. É uma democracia”, afirmou.

O deputado ainda aproveitou para criticar Danilo Campetti (Republicanos). Recentemente empossado como deputado estadual, o agente da Polícia Federal foi desbancado do posto de “líder bolsonarista de Rio Preto” e comparado a Joice Hasselmann. “Ele está em um partido que quer apoiar outro candidato e tudo bem, mas não vem dizer que ele é o líder bolsonarista porque eu já vi essa história antes. É a mesma história da Joice Hasselmann. A “Bolsonaro de saia”. Ele é que tem que explicar para os eleitores dele porque ele está apoiando outro candidato. Querer vender que é bolsonarista para se contrapor comigo amanhã? Esse jogo eu já sei como é jogado e acho que ele recebeu o recado. Não tem líder bolsonarista. A população que vai decidir quem é na eleição deste ano”.

Joias sauditas

Com a decisão do Tribunal de Contas da União, nesta quarta-feira (7), de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não precisa devolver o relógio de ouro da Cartier que recebeu em 2005, no exercício da Presidência da República, ao acervo patrimonial da União, a defesa de Bolsonaro, no caso das joias sauditas deve ser fortalecida.

No caso de Lula, a tese vencedora foi do ministro Jorge Oliveira que defendeu que não há lei para especificar os valores e critérios dos presentes recebidos pelo presidente para classificá-los como personalíssimos ou de direito da União.

O ex-presidente é alvo de um inquérito da Polícia Federal que investiga um desvio de R$ 6,8 milhões em bens dos itens. Para Eduardo Bolsonaro, se trata apenas de uma perseguição política. “Isso sempre foi a criação de uma narrativa porque nunca se exigiu de presidente nenhum devolver qualquer tipo de presente. Por que agora com Bolsonaro? O Lula tem vários relógios. Um deles foi presente do Jacques Chirac pelos 200 anos da relação França e Brasil. Ele diz que usa um relógio de pelo menos US$ 20 mil e para ele o TCU fala que está tudo bem. E com Bolsonaro querem transformar um presente em crime. Imaginem se a gente tivesse desviado um dólar. A joias ficaram detidas no aeroporto de Guarulhos por muito tempo. Bolsonaro nunca nem viu essas joias. Qual a contrapartida que o Bolsonaro deu para receber este favorecimento ilícito, então? Não tem nenhum projeto de apoio a Arábia Saudita. Fica muito fácil para a população enxergar quem é que tem razão e quem está sob perseguição”, defendeu o filho do ex-presidente.

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