Confira os bastidores da política desta sexta-feira, dia 19 de dezembro

Será que vai?

O secretário de Governo, Anderson Branco, afirmou que haverá uma reunião “decisiva”, nesta sexta-feira (19), com membros do governo. A expectativa é que o encontro resulte na definição do nome do próximo secretário de Serviços Gerais. Branco não disse com todas as letras, mas deixou implícito que o prefeito Fábio Candido (PL) deve resolver isso antes de sair para a segunda etapa de férias desde que foi eleito.

Pressa

Dizem que a definição do nome do próximo secretário de Serviços Gerais deve sair da boca do prefeito para garantir o cumprimento do acordo, firmado ainda durante a campanha eleitoral, com o deputado estadual Valdomiro Lopes (PSB). Luciano Julião (PL), presidente da Câmara, já disse que, se receber a ordem do prefeito para nomear um secretário, vai cumprir, mas acredita que não deverá sobrar para ele essa missão.

Licenças

Julião vai assumir a Prefeitura na ausência do prefeito e do vice, Fábio Marcondes (PL). Inicialmente, era por cinco dias, mas uma emenda ao projeto de decreto do legislativo deu a ele mais onze dias no oitavo andar, ficando na cadeira entre os dias 26 de dezembro e 10 de janeiro de 2026. Em entrevista, depois de soltar um “que fase, hein?”, o presidente da Câmara disse que vai seguir “integralmente” as orientações do prefeito.

Roteiro

Nos 16 dias como prefeito, Julião prometeu que vai andar bastante pela cidade e visitar entidades e asilos na companhia da esposa. Ele não falou sobre passar em unidades de saúde ou escolas. No entanto, Julião disse que ficará contente em receber Alexandre Montenegro (PL) no gabinete. O convite só veio depois que o vereador que era da base fez a provocação na tribuna: “será que agora vou ser recebido lá no gabinete?”, questionou.

Três sacos de arroz

Anderson Branco está mais esbelto. Ele mesmo disse que, depois de assumir a Secretaria de Governo, já emagreceu 15 quilos, ou “três sacos de arroz”. O segredo, segundo ele, é um “medicamento” e que “teve a canetinha também”. Branco contou que precisou emagrecer depois que exames apontaram pressão alta e gordura no fígado devido a obesidade. O secretário evitou falar em números antes e depois, mas a diferença é visível.

Flexões

Já em tom de brincadeira, Branco disse que está se exercitando muito como secretário. “Bater continência todos os dias ajuda a queimar calorias”, brincou o vereador licenciado. “Ah, e quando sai alguma coisa diferente daquilo que o prefeito pediu, tenho que pagar em flexões. Por isso acabei emagrecendo”, acrescentou. Apesar das brincadeiras, Branco ressaltou que as mudanças foram realmente pela saúde e não por estética.

O culpado

Paulo Pauléra (Progressistas) parece que realmente perdoou o prefeito pelo estresse que passou nas últimas semanas. O decano contou que a tal lista de exigências, que incluía rompimento público com o deputado federal Fausto Pinato (Progressistas) e assinaturas dos vereadores que concordavam com a nomeação dele para secretário de Serviços Gerais, foi, na verdade, do deputado Valdomiro Lopes e não do prefeito.

Blefe

A história de que Valdomiro teria sido o autor da lista de exigências já corria pelos bastidores. Diziam que o deputado teria blefado com Pauléra para que o vereador se desentendesse com o prefeito e desistisse da pasta. Pelo jeito, o decano entendeu tudo a tempo e já voltou a ser base. Depois de ter sido visto com o prefeito na inauguração da feita do Terminal, Pauléra não fez mais críticas ao governo.

É Natal

Fim do ano chegando e o espírito natalino quase tomou conta da Câmara. O clima de festas só não invadiu o Legislativo porque os vereadores já estão bastante cansados. Foram duas sessões por semana, nas últimas três semanas. Muita discussão, muita pressa e muita coisa acumulada para resolver nos últimos encontros do ano. Diante de tantos assuntos e discussões, a retrospectiva deverá ser só nas redes sociais.

Sósia

A chegada do fim do ano traz as velhas preocupações sazonais: o aumento das chuvas, dos buracos e dos casos de dengue. Na sessão de terça-feira (16), ao usar a tribuna para cobrar a nomeação de um secretário de Serviços Gerais para ajudar nos problemas típicos da época, Montenegro resolveu inovar. Na ironia, o vereador disse que o próximo chefe da pasta deverá usar um “Kit Guns, com peruca e bandana”.

Ritmo de festa

Montenegro não foi o único a se divertir naquele momento, mesmo na ausência de Pauléra, o escolhido dos vereadores para o cargo. “Pena que o Pauléra não está aqui. Queria entregar o kit para ele. Vai ter que ser o Axl para poder sair na rua”, brincou. João Paulo Rillo (PT) e Renato Pupo (Avante) entraram na brincadeira e voltaram a cobrar que o prefeito indique Pauléra para chefe da pasta.

Negando

A saúde financeira de algumas secretarias vai muito bem, obrigada! Parece que alguns secretários não viram nem fumaça do tal déficit que o prefeito tanto falou ao longo do ano. Alguns vereadores relataram que tem chefe de pasta recusando emendas impositivas. A situação não é nova e nem exclusiva deste governo. Na gestão passada teve secretário que também recusou, mas apresentou uma justificativa técnica.

Cabos eleitorais

Pelo que dizem pelos corredores da Câmara, a rejeição de emendas não seria um privilégio apenas de secretários. Há relatos de representantes de entidades que procuraram os vereadores para declarar que não querem as verbas e os motivos são os mais diversos. Alguns dizem que não querem o nome da entidade vinculado ao governo e outros, que não querem ser obrigados a participar de campanha eleitoral no futuro.

A CPI da oposição

O sorteio da CPI do Assédio pode ser definido como a sorte no azar. Foi a primeira vez, desde que voltou à Câmara, que Rillo conseguiu emplacar uma CPI só com membros da oposição. Pedro Roberto (Republicanos) ficou com a relatoria, com direito até a grito de comemoração ao ter o nome sorteado. Jean Dornelas (MDB) é o membro e Montenegro, o suplente. O único que ficou realmente triste foi Pupo, porque não foi sorteado.

Ninguém viu

Já que ninguém viu, chegou a hora de ser dito. A CPI do Assédio é bem pior para o governo do que a CPI das Terceirizadas. Rillo foi extremamente astuto ao ceder no encerramento de uma para abrir a outra. Parecia que ele estava perdendo uma investigação, mas saiu ganhando. Na CPI do Assédio, para quem não leu a ementa direito, parecia que só ia investigar o caso de assédio sexual que veio à tona nos últimos dias e alguns outros.

Assédio moral

No entanto, faltou um olhar mais atento. Talvez por inocência ou pressa em acabar com a CPI das Terceirizadas, não se atentaram ao trecho que diz: “Assédio moral contra servidores públicos”. E se o fato de que a CPI vai investigar assédio moral contra servidores públicos não causa arrepios no governo, vai ser necessário muito mais que uma japona para diminuir o frio na espinha quando se falar o nome “Merabe Muniz”.

Boletim de ocorrência

O caso da presidente do Sindicato dos Médicos já está judicializado, mas já foi apontado como o tipo de coisa que a CPI quer se aprofundar. Há também alguns registros de casos na Polícia Civil que a investigação deve trazer à tona. Dizem que ao menos dois secretários já estão na mira da CPI. Oficialmente, as apurações só começam no ano que vem, mas já tem muita coisa pronta e não parece ser nada bom para o governo.